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Vaidades…

Inaugura-se assim este weblog.
Com uma certa vaidade de que haverá gente interessada no que tenho para dizer. Com um certo brilho no umbigo.
São quase quatro da manhã de 5 de Maio de 2002. Acabei de enviar uns textos à Catarina e voltei a pensar nesta coisa de ter um weblog. De ter um diário on-line.
Um exercício de exibicionismo.
Um exercício de disciplina mental.
Se conseguir fazer aquilo a que me proponho quotidianamente, anunciarei aqui o meu sucesso. Não garanto anúncios de fracassos.
Não explicarei nada a ninguém, partindo do princípio de que o estreito círculo de amigos que chegarão a estas linhas virão trazidos pela minha mão. Guiados.
Não acredito no acaso de quem tropeça na minha intimidade. Ou melhor, não estou preocupado com isso.
Escrevo da mesma forma que aquele velhote da Foz vive a sua vida com a porta aberta, o jornal pousado na janela, do lado de fora dos cortinados.
Estas palavras são esse jornal.
Um diário que de privado tem apenas a falta de notoriedade a que são naturalmente votadas as palavras de quem, às quatro da manhã do dia 5 de Maio de 2002, se decidiu a pensar sobre isto dos weblogs.
Não corro grandes riscos. Apenas o do ridículo, que talvez me faça bem.
Afinal, se calhar não há assim tanta vaidade nisto. E no umbigo, lembro-me agora, cabe apenas uma pequeníssima rodilha de cotão.

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