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Estar na frente…

Não se esperaria de uma pessoa como eu que não tivesse nenhum software de gestão de catástrofes computacionais em casa.
Ou melhor, a acreditar na sabedoria popular não se esperaria outra coisa. “Casa de ferreiro, espeto de pau”, blá-blá-blá…

Mas lá está: há coisas na sabedoria popular que são extremamente irritantes. Não só aquelas completamente sem nexo com que o Herman José, em tempos, tão bem gozava, mas, principalmente, aquelas que são o mais triste reflexo da nossa inevitável falta de preparação.

Enquanto tentava, desesperadamente e sem sucesso, recuperar os e-mails perdidos, ia pensando nestas coisas e ia-me irritando cada vez mais comigo… e ia pensando que, se calhar, com diferenças óbvias de escala, estas são as “burradas” que tenho mais dificuldade em perdoar às pessoas a quem é suposto dar formação… E isso ia-me deixando desesperado. Como, aliás, estava destinado pelo mecanismo subconsciente que provocava a irritação.

Recomecei, pela enésima vez, o moroso, mas necessário trabalho de organizar os meus discos, fazer backups das informações sensíveis, passar programas de diagnóstico, recuperação e optimização… tento fazer justiça ao meu mote formativo da “disciplina”. E, com isso, com essa fidelidade a mim próprio, vou perder muitas horas. Perdi mais com a anterior infidelidade.
E, acima de tudo, perco dignidade, quando me vejo a esbracejar num lamaçal “digital” criado pela minha própria incúria e pela presunção de que basta saber o que é que devia ser feito para evitar os desastres…

Ao fim do dia, com a certeza eminente de que a informação está perdida e de que, ainda assim, o mundo não acaba, vem esta certeza de que tudo isto deve ser tomado como um banho de humildade.

Parecido com o que o Mourinho terá tomado, ao levar os 3 golos do Real Madrid. 😉

Como é que dizia o outro? “É a vida”?… 🙁

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