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Os comboios…

Perdi o comboio que me levaria a Lisboa.
Perdi vários.

Tenho tido uma relação atribulada com os comboios, agora. Aliás, com todos os transportes públicos.
Fez-me mal ter tido um ano de carro. Um ano com a arrogância de quem pode fazer as viagens que quer, quando quer. Sair um bocadinho mais tarde e compensar no acelerador, sair mais cedo e ir por outro caminho.
Sair sem ter sequer necessidade de sair.

O transporte público é uma forma notável de impôr disciplina, entre outras coisas.
Que é o que me falta.
Também é, para quem consegue, uma óptima forma de não se ter que “pensar nisso” e embarcar em rotinas, assumir e respeitar horários.
A pseudo-liberdade do transporte privado é de uma perversão a toda a prova.

A verdade é que precisava de ter ido a Lisboa e, assim, não consegui.
Vou voltar a tentar uma reconciliação com os transportes públicos no princípio da próxima semana.

Racionalmente, aceito (já o assumi há muito com palavras próprias e citações de outros) que a liberdade não é um valor em si mesmo e que a possibilidade de evoliur depende da forma como nos equilibramos dentro dos contrangimentos do real. Da forma como identificamos os diferentes graus de liberdade que nos são oferecidos a cada momento e como os operacionalizamos.

Nisto das viagens, ainda estou muito verde.

Desculpas de quem perde comboios há mais de 20 anos.

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