O Público de sábado anunciava (em jeito de festa) que a FNAC e a Bertrand sozinhas tinham vendido 5,5 milhões de livros em 2004.
Celebremos pois…
Eu, que readquiri o hábito de ter “livros de cabeceira”, estou a tentar pôr em dia as minhas contribuições para as estatísticas de leitura.
Do Patrick Süskind, por causa de trabalho, li “O Contrabaixo” e reli “A Pomba”.
Do Luís Sepúlveda , reli “O Velho que lia romances de amor” e li o “Mundo do Fim do Mundo”— que me voltou a chamar a atenção para o Bruce Chatwin, de quem fico agora com dois livros para ler: “Na Patagónia”, que o Sepúlveda cita e “Songlines”, citado no “Walkscapes” do Francesco Carreri (leituras a propósito de audiowalks).
Por causa dos livros do Süskind, peguei n”O Homem que Dorme”, do Georges Perec, e fiquei cliente. Agora tenho que pedir emprestado “A Vida, modo de usar”, que comprámos para oferecer no Natal.
Agora, regressei a um dos meus autores predilectos (e confessar isto é merecer logo vários epítetos desagradáveis, mas é a vida) e peguei finalmente no “Baudolino”, do Umberto Eco. Para mim, é um óptimo exercício de contenção, forçar-me a lê-lo como se lê um livro de cabeceira: em curtas sessões diárias.
Se tudo correr bem (nunca corre), mantendo este ritmo consigo recuperar o atraso induzido por anos a não ler quase nada (pelo menos no campo da ficção) e, mais importante ainda, vou redescobrindo o prazer de ler sem nenhum objectivo pragmático.
Para isso, acho que vou evitar disparates antigos, como ler mais do que um título denso ao mesmo tempo: vou tentar encaixar o livro do José Gil, que ainda não tenho, entre o fim do Baudolino e o mais pequeno dos dois do Chatwin (não tenho nenhum).
Ou então, vou até à prateleira e pego numa coisa qualquer, o que costuma dar bom resultado.