Depois do “Baudolino” do Umberto Eco, a que se seguiu o “Canto Nómada”, do Bruce Chatwin, prossegui os meus hábitos de leitura, lendo o “Portugal Hoje: o Medo de Existir”, do José Gil e acabando o “Nus de Pessoas Famosas”, do Jon Stewart, que comecei no Natal, mas não tinha acabado.
Não há propriamente critério, por isso não se pode tentar fazer uma análise comparada.
A única coisa que se pode dizer é que mantenho saudáveis hábitos de leitura já há alguns meses e isso nota-se (muito melhor que bifidus activos e coisas que tais).
O único que me desiludiu um bocadinho foi o do Jon Stewart porque a prestação televisiva dele no The Daily Show é geralmente fabulosa e, no livro, algumas coisas ficam datadas ou limitadas para quem tem um conhecimento muito profundo do showbiz norte-americano. Como o livro não tem “figurinhas”, às vezes não sei bem de quem é que ele está a falar. Além disso perde-se um bocado na tradução, mas o capítulo dedicado ao Bill Gates, a correspondência entre a Princesa Diana e a Madre Teresa de Calcutá, ou a entrevista ao Adolf Hitler no Larry King Live, por exemplo, valem bem a pena. E, claro, a derradeira verdade sobre a Última Ceia deve interessar a todos.
Sobre os livros do José Gil e do Umberto Eco já me comecei a pronunciar aqui no blog, mas o GRANDE livro é mesmo o do Chatwin. Um marco.
E, por isso, tenho que agradecer ao Guilherme Cartaxo, que me falou do Chatwin e do Francesco Carreri. Tornaram-se referências para as minhas explorações à volta do conceito/forma audiowalk, mas, no caso do Chatwin, mudou-me mesmo a maneira de olhar o mundo. Ena!
Por isso aconselho a todos os que estiverem disponíveis para deixar abalar (ainda que ligeiramente) as suas convicções sobre o mundo e sobre a relação que a Humanidade estabelece com ele ao longo da História, uma visita ao mundo do Bruce Chatwin. Eu, depois do “Canto Nómada”, vou à procura do “Na Patagónia”.
Dica para os bloggers que andem por aí: sigam o meu exemplo e publiquem os vossos projectos de leitura nos blogs. Se tiverem a sorte que eu tenho tido, alguém que vos é próximo e que pode, oferece-vos os livros. Como é que julgam que consegui esta fartura toda? 😉