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Entradas ou saídas?

Nesta altura, fico sempre com uma dúvida existencial: devo-me concentrar na saída do ano velho ou na entrada do ano novo?

Em geral, centramo-nos no que aí vem e desejamos uns aos outros “boas entradas” ou um feliz ano de 2007, mas e o que é que havemos de fazer com o de 2006? Nas empresas, fazem-se balanços, inventários e coisas que tais, mas não devíamos nós todos fazer também qualquer coisa a propósito do ano de que estamos a sair? Não é um bocado inconsciente deixarmo-nos absorver e entusiasmar por um ano que ainda nem começou e contém apenas promessas e sonhos, em vez de ponderarmos sobre o ano de que estamos a sair? Um ano em que fizemos coisas boas e más, em que cumprimos, mas também quebrámos, algumas das promessas e sonhos que ele continha quando se nos apresentou, imaculado, há 12 meses atrás…

Não podemos fechar para balanço, claro, mas podíamos pelo menos desejar uns aos outros, além da promessa do novo ano, a capacidade de fechar este com alguma paz interior ou um sentido qualquer de realização pessoal. Se não dermos uns aos outros o tempo de fazer essa contabilidade, de que nos serve desejarmos anos novos cheios de coisas boas, ou de sucesso, ou…?

Aliás, esse é um dos “males do mundo” que mais me aflige: para onde se escoa o tempo que precisávamos para compreender o que se passa não só à nossa volta, mas em nós?

Divagações da época…

Oxalá tenhamos todos tempo para, pelo menos, uma respiração profunda antes de mergulharmos no frenesim de um ano que, com toda a certeza só poderemos tentar não estragar completamente.

“Façam o favor de ser felizes!”

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