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Criação de públicos… Como?

Há questões recorrentes que me chateiam imenso em todas as conversas sobre a criação ou consolidação de públicos para a cultura, desde as opções de programação dos diferentes espaços, às estratégias de divulgação, políticas de preços… o problema é obviamente multifactorial e tudo isto contribui para a (in)eficácia de tantas estratégias e planos definidos por estruturas locais e/ou nacionais.

Eu, pessoalmente, acredito que há 1 factor que não pode nunca ser menosprezado e que, nesta questão como em tantas outras, é um dos menos valorizados no nosso país: a estabilidade da oferta.

Acredito que é essa estabilidade que cria hábitos e que são os hábitos que consolidam os públicos, coisa que faltou (quase) sempre nas estratégias de criação de públicos.
Grandes eventos, espalhados no tempo e no espaço, apesar de poderem ter alguma importância, não têm um impacto semelhante à simplicidade do hábito adquirido ao longo de anos. Hábitos culturais é mesmo coisa que nos falta e uma das razões para essa falta é a instabilidade da oferta.

E depois há as pequenas grandes irritações como a completa desarticulação entre Turismo e Cultura ao nível local, por exemplo.

Um exemplo bastante complexo e completo do que não fazer está ilustrado nesta fotografia tirada ao Teatro Aveirense no dia 24 de Agosto:

Divulgação de eventos passados na fachada do Teatro Aveirense

Não só a programação anunciada está gritantemente desactualizada, como é quase impossível perceber se o teatro funciona ou não num mês em que a cidade fica inundada de turistas (cultura e turismo é só no AllGarve?). É que até o café do Teatro fecha em Agosto…

Expliquem-me isto devagarinho, como se eu fosse muito burro.

2 comentários a “Criação de públicos… Como?”

Em relação ao café-teatro, não posso dizer nada que não tenho conhecimento do assunto, em relação aos cartazes estou de acordo contigo e como funcionário do Teatro já por várias vezes alertei para a informação desactualizada, tanto nas vitrines exteriores do Teatro, como nos outdoors espalhados pela cidade, em relação às vitrines posso-te dizer que estes cartazes ficaram afixados não porque eu não os tirei por esquecimento mas sim porque na altura não tinha nada para colocar nesse espaço (sou eu que altero as vitrines exteriores do teatro), em todo o caso é bom saber que alguém também se preocupa com a imagem que o Teatro transmite.

@Francisco: Há muita gente que se preocupa com a imagem que o Teatro transmite. E há muita gente preocupada. E é até possível que haja gente disponível para ajudar a pensar e a fazer melhor.
Num clima de colaboração, envolvimento comunitário e abertura proporcionada pelo próprio Teatro, poderão ter a surpresa de descobrir energias que, neste momento, estão dispersas. Ou não. Mas nunca se sabe até se experimentar a sério.

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