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500 ou 1000? Em que ficamos?

Um jornal local gratuito (Aveiro34, Jornal de Anúncios) falava esta semana acerca da “geração dos 500 euros”. Num registo parecido, a XIS, revista de fim-de-semana do Público, fala hoje dos “mileuristas”.

A realidade abordada é-me familiar, mas acho graça à discrepância de valores. Um olhar mais atento ao artigo da XIS esclarece: a base deles é um estudo espanhol.

Os “mileuristas” espanhóis serão a “geração dos 500 euros” em Portugal? Os “sintomas” são parecidos: autonomia adiada, dependência de apoio dos pais bem para lá da idade razoável, constituição de família remetida para um futuro imprevisível, relativização crescente do valor do “canudo” como ferramenta de ingresso ou progressão no mercado de trabalho…

Mas notam-se diferenças, principalmente no que diz respeito às questões da habitação (parece-me). Cá, o objectivo parece ser a “aquisição” de casa própria. Aqui ao lado, fala-se de gastar mais de um terço do rendimento do “arrendamento de casa”. E cá, porque é que o mercado de arrendamento não funciona? Porque é que os “nossos” “mileuristas” (com quinhentos euros) ficam em casa dos pais, com planos de comprar casa?

2 comentários a “500 ou 1000? Em que ficamos?”

O arrendamento não funciona porque arrendar é caro: por pouco mais compra-se casa própria.

O meu caso: aqui em Lisboa por um T2 minúsculo pagava 550 euros/mês. Acabei por comprar casa, infinitamente melhor que a alugada, pago pouco mais por mês e posso vendê-la daqui a uns anos quando voltar a Aveiro (de onde sou).

Concordo com o Pedro. Além disso, tanto quanto sei, comprar casa em Espanha é “só pra ricos”. Disseram-me que há um ambiente controlado por parte dos empreiteiros de modo a garantir a rentabilidade do empreendimentos, o que inflaciona estupidamente o preço das casas.

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