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Há cultura que é um luxo, mas todo o desporto é necessidade…

Lembram-se das infrutíferas campanhas para descer o IVA nos discos?

Sabiam que, sem campanha nenhuma (que eu tenha visto), os ginásio passaram a cobrar IVA de 5%?

Depois espantam-se com a irritação de alguns artistas.

Nota: gostei do que li a este respeito no blog A Esquina do Rio.

15 comentários a “Há cultura que é um luxo, mas todo o desporto é necessidade…”

Não percebo a sua indignação, o ginásio é para bem da saude publica logo, não vejo porque de os artistas se irritarem

Zé Eduardo: ter “o ginásio” com apenas 5% de IVA e a cultura a 21% é desvalorizar a cultura. Sim, a saúde pública é importante, mas valorizar mais o ginásio e a sua importância para a saúde pública em relação à importância, por exemplo, da música como objecto cultural é uma ofensa aos artistas Portugueses, e uma óbvia má gestão dos dinheiros públicos e de Portugal.

Não concordo, qualquer incentivo a pratica de desporto para mim é bem vista, e a meu ver não faz qualquer sentido querer comparar isso a cultura , para mim é claramente um luxo comprar um CD musica , uma ida a um concerto gosto e tenho se calhar mais prazer mas vamos ser realistas que passamos bem sem isso

Também não acho escândalo nenhum, no entanto atenção. Só liquida IVA a 5% instituições que tenham o estatuto de utilidade pública.

Além disso, se os ginásios forem mais baratos, mais pessoas frequentarão e diminuirá os custos de saúde pública.

Penso que li que no Brasil, cujo sistema de saúde também está muito carregado, já há ginásios com patrocínio do Estado. É mais barato apoiar um ginásio do que construir um hospital.

O não desporto trás grandes aumentos das doenças cardio-vasculares, ataques cardíacos e AVCs. Coisas com longos internamentos.

Ginásio à borla é que era!

E assim se prova que não vivemos todos no mesmo mundo. O que é bom, do ponto de vista da diversidade.
Mas será que não conseguimos concordar em algumas coisas básicas?
Com exemplos talvez:
– agora, a mensalidade do ginásio, independentemente do tipo de prática, é taxada a 5% (mesmo para quem se inscreve como resolução de ano novo e nunca lá vai ou vai para ver corpos em movimento ou pôr a conversa em dia)
– já a compra de CDs de música é taxada a 21%, ao contrário dos livros. Nestes bens de consumo cultural não há sequer distinção entre Música e Entretenimento (no caso dos CDs) ou Literatura e Informação (no caso dos livros).

Eu percebo a importância da prática de desporto do ponto de vista da promoção da saúde pública. Mas não é também uma questão de saúde, o consumo regular de bens culturais? “Mente sã em corpo são” e todas essas outras coisas…

A eficácia desta medida, face aos objectivos elencados é muito discutível. No caso dos bens culturais talvez seja também, mas não vos choca os 2 pesos e 2 medidas nisto?

Como se diz no blog “A Esquina do Rio”, não será que os frequentadores de ginásio (ou os ginásios) estão a ser beneficiados por termos um primeiro-ministro que gosta de praticar desporto e de dar uma imagem de gajo saudável, além de porreiro? Será que se, em vez do jogging, a curiosidade deste PM fosse um frequente consumo cultural, não estávamos numa situação inversa?

Independentemente disso, é claro que os artistas em geral, e os músicos em particular, como eu, têm todas as razões para se irritarem com uma decisão que é claramente ofensiva, porque, mexendo numa área que nos é sensível, volta a discriminar determinados bens de consumo cultural, numa escala de prioridades que mostra bem o que os sucessivos governos pensam acerca da Cultura.

Tenho que apoiar o Ze Eduardo nesta luta 🙂

Sabemos todos muito bem como o total do preço de um CD é distribuído entre artistas, editoras, advogados, etc. Porque fazer este escândalo agora e dizer “coitadinhos dos artistas”?

queriam uma taxa de iva para cada produto? uma para os CDs de musica, outra para teatro, outra para concertos, outra para cinema (outros coitadinhos)… quanto maior for a complicação, maior a fuga, tenham lá atenção…

Essa dos ginásios passaram a “cobrar” 5% de IVA em vez dos 21% não é bem assim.

Conheço ginásios que passaram a utilizar “taxas de utilização de equipamento” de outras para continuar a manter os mesmos preços praticados antes da lei ter entrado em vigor.

É isso mesmo, Zé. Topaste-me à distância: a malta não quer é trabalhar! Cambada de preguiçosos da treta! Ide correr para as passadeiras ou pedalar no mesmo sítio para ver se se põem em forma e vamos todos ser produtivos para a estiva!
😀
Haja humor e boa disposição.

Sabemos todos muito bem como o total do preço de um CD é distribuído entre artistas, editoras, advogados, etc. Porque fazer este escândalo agora e dizer “coitadinhos dos artistas”?

Eu digo que os autores ficam indignados com esta medida, mas “coitadinhos” digo de todos nós, Portugueses, por termos de pagar 21% de IVA sobre cultura, o alimento da mente. Desengane-se quem pensar que quem “sofre” aqui são os artistas, as editoras, os advogados… Obviamente que aqui quem sofre é o Português que vai a uma loja e vê os CD’s todos a mais que 15€…

queriam uma taxa de iva para cada produto? uma para os CDs de musica, outra para teatro, outra para concertos, outra para cinema (outros coitadinhos)… quanto maior for a complicação, maior a fuga, tenham lá atenção…

Não, queremos 5% para cultura. Não queremos que haja uma taxa para cada produto, mas é isso que agora há: os concertos pagam menos que os CD’s, os livros pagam apenas 5%… Não é tudo cultura?

A taxa de iva a 5% é uma falsa questão. Veja-se o que aconteceu com muitos ginásios, que mantiveram o mesmo preço final e aproveitaram a nova lei para aumentar os lucros.

@Paulo Abreu: é uma falsa questão no caso dos ginásios, de facto. Porquê? Porque como era uma não-questão, a maior parte dos consumidores não estava alerta e não reclama os seus direitos. Já no caso dos CDs e outros produtos culturais, a questão está em cima da mesa há muito tempo e até há lojas que mostram periodicamente como seriam os preços se o IVA baixasse. Por isso, se o IVA baixasse era impossível que os consumidores não reclamassem de imediato caso algum retalhista decidisse tentar passar-nos a perna.
E essa é mais uma razão para achar que esta medida do Executivo é escandalosa. Na prática, os únicos beneficiários são os ginásios.

“para mim é claramente um luxo comprar um CD musica , uma ida a um concerto gosto e tenho se calhar mais prazer mas vamos ser realistas que passamos bem sem isso”

Passamos bem sem isso? Que plural é este?
Há quem não passe mesmo nada bem sem uma ida a alguns concerto. E não se trata de um capricho frívolo. Essa ginástica “parada” que se pratica também podemos praticá-la em casa, de uma forma bastante mais económica. Ir a um ginásio pode muito bem substituir-se por método, disciplina e rigor num exercício pessoal. …Mas não se pode substituir a ida a um concerto, nem mesmo pela compra de um CD que “cómoda” e enganosamente possamos ouvir em casa.
E, claro, há música e música (mas discutir o que é entretenimento e o que é Música ou arte – ou o que lhe queiram chamar, seria quase tão difícil como fazer a Sociedade Portuguesa de Autores perceber o que é poderá ser digno da categoria “Grandes Direitos”, mesmo que apresente formatos diferentes dos que lhes entram nas cabecinhas).

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