Não sei se é do cansaço, se é dos tempos que correm, mas hoje não parei de pensar neste bocado da Orla do Bosque:
Hoje vivemos no pior e mais violento de todos os regimes: vivemos no reino da Mentira. Ela está em todo o lado e em todo o tempo. Tão assustadora e poderosa como os reinados de barbárie e terror que a História conserva.
Está no marasmo geral que reveste as opiniões assépticas, o politicamente correcto que alicerça o diálogo.
(…)
A Mentira escorre na verborreia serena dos opinion makers, construtores da realidade dos seus botões.
in “Visíveis na Estrada Através da Orla do Bosque”, Visões Úteis (ed. Quasi)
Por acaso, é mais neste, dos Estudos:
Eles estão por todo o lado e baralharam com tal perversidade , ou pelo menos egoísmo, as ideias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade que se torna cada vez mais difícil reconhecer onde está o bem e onde está o mal; e fizeram-no com tal mestria que às vezes trememos de pavor ao descobrir que até estamos a concordar com eles. Eles que fazem o que é certo pelos motivos errados pelo que não fazem o certo mas o errado. Pavor porque o mal existe e estamos tão adormecidos pelo seu brilho, pela sua cor, que o confundimos com o bem. Estamos tão preocupados em respeitar as conquistas de Abril ou da Revolução Francesa, que perdemos o discernimento e a capacidade de definir aquilo que claramente está mal e que por isso deve ser combatido, sem falinhas mansas, sem panos quentes, o que está mal muda-se. Temos que ter inimigos. Sem eles não temos amigos.
in “Visíveis na Estrada Através da Orla do Bosque”, Visões Úteis (ed. Quasi)