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O futuro da last.fm

Os utilizadores da last.fm e outras pessoas interessadas devem já saber das alterações ao serviço que foram anunciadas e saberão, eventualmente, que, por pressão popular, houve um adiamento.

Os leitores do blog saberão que eu sou um utilizador da last.fm (como ouvinte e como artista) e terão inclusivamente lido os artigos em que expunha o meu entusiasmo pela plataforma, como este. Por isso, talvez seja estranho eu demorar tanto tempo a reagir a esta alteração no funcionamento do serviço que mais me agrada (o rádio). A demora, ou hesitação, tem a ver com o reconhecimento da validade de alguns argumentos apresentados e com o facto de, para mim, o serviço prestado valer o dinheiro que agora vão começar a exigir. Mas da mesma forma que reconheço isso e não sendo defensor de que o que é gratuito é, por princípio, bom, e o que é pago é, por princípio, mau, não consigo aceitar a descriminação que significa todos os utilizadores passarem a ter que pagar pelo serviço, menos aqueles que estão em países onde o negócio publicitário é directamente rentável.

Do ponto de vista estritamente económico é evidente que percebo a argumentação, mas do ponto de vista comunitário (e a last.fm é uma plataforma de tipo social) é, simplesmente, absurdo.
Os utilizadores a quem se pede uma comparticipação directa estão em 2 tipos de países:

  1. países onde o mercado e panorama musical está de tal forma depauderado que não se podem gerar receitas significativas para financiar um projecto como este e que são, pelas mesmas razões, países onde o acesso à música que a last.fm representa tem um imenso valor para pessoas que não podem contribuir com estes 3 euros mensais
  2. países onde o mercado e panorama musicais têm força e expressão suficiente e onde vive gente que pode pagar sem grande dificuldade os 3 euros, mas que o terá que fazer apenas e só, porque os recursos da last.fm ainda não se conseguiram globalizar, de facto

Há, evidentemente, uma grande variedade de situações intermédias, mas estas duas situações são, para mim, bem evidentes e, claramente injustas. E não me parece que a plataforma possa fazer de conta que não é assim (o adiamento é sinal de que estão a ouvir): como plataforma social que é, a last.fm depende da comunidade global que usa os serviços, mas que também cria os conteúdos e manipula os mecanismos “editoriais”, se quisermos. E essa comunidade está-se a mexer. Esperemos que com resultados práticos.

Se assim não for, na qualidade de “utilizador-editor”, terei claramente que tomar uma atitude drástica, por muito que me custe.

3 comentários a “O futuro da last.fm”

2 questões básicas:
1. Sabe-se se vai ter serviço de rádio?
2. De que forma é que o projecto vai lidar com as questões de licenciamento e direitos de autor?

As principais vantagens da Last.fm, para mim, eram o serviço de rádio online e o facto do modelo de negócio ser completamente legítimo e não fruto duma interpretação enviesada do que são ou não direitos de autor e difusão.

1- Se não estou enganado, vai ter rádio, mas apenas com músicas que estejam em CC ou domínio público.
2- Não sei

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