Acabei de enviar a seguinte mensagem para diversos contactos na Câmara Municipal de Aveiro, Assembleia Municipal e na Junta de Freguesia da Glória:
Assunto: Desfasamento na iluminação pública do Bairro de Santiago e Urbanização CHAVE
Venho por este meio alertar V.as Ex.cias para um problema que me parece grave e que tem implicações em variadíssimas questões, desde a segurança à mobilidade, passando pela coesão social, sendo de fácil solução. Falo do desfasamento completamente injustificado no funcionamento da iluminação pública em algumas artérias do Bairro de Santiago, nomeadamente parte das Ruas de São João da Madeira e de Oliveira de Azeméis, assim como na Rua de Espinho que, recordo, é a artéria que conduz ao Mercado Municipal e divide o Bairro de Santiago da Urbanização CHAVE. Nesta última Urbanização, onde se situa o Centro Infantil de Aveiro, por exemplo, a situação é bastante grave, assim como nas áreas centrais do Bairro de Santiago. De facto, a iluminação pública nos locais que refiro está com um atraso bastante significativo, ligando-se apenas às 18h05, criando-se um longo período de escuridão injustificada em extensas áreas onde, além de arruamentos que servem a habitação e o comércio, se encontram uma série de serviços importantes.
Estou certo que esta situação, para a qual os serviços da Câmara e a EDP já foram alertados por diversas vezes (este desfasamento repete-se em diferentes alturas do ano desde há pelo menos um ano) terá uma solução simples e rápida, logo que exista uma consciência séria dos inconvenientes óbvios causados. Aguardo assim, uma solução com carácter de urgência, que passará, obviamente, pela eliminação de todo e qualquer desfasamento horário no funcionamento da iluminação pública que discrimine e prejudique qualquer área da cidade.Com os melhores cumprimentos,
João Martins
morador na Rua Dr. Mário Sacramento, com uma filha a frequentar o
Centro Infantil de Aveiro
BI: 11028426
Estou mesmo convencido que isto é um problema sério e que já deveria ter ficado resolvido pelo menos há um ano, quando o Centro Infantil de Aveiro e a Cooperativa de Habitacão CHAVE fizeram pressão para que assim fosse. Acho bizarro que a iluminação pública funcione com mais do que um relógio, ou mais do que uma hora, como se nos espalhássemos por vários fusos horários. Acho particularmente grave que esta situação atinja esta zona da cidade, realçando os clichés e preconceitos que já por aqui pairam.
Não quero acreditar que se trata duma opção consciente, procurando poupar uns cobres prejudicando áreas onde a intervenção cidadã não é tão visível ou proeminente ou, pior, diminuindo deliberadamente a qualidade de vida nesta zona, com particular incidência nos espaços públicos.
Não quero acreditar que a iluminação pública de algumas áreas da cidade dependa de caprichos e humores de funcionários aborrecidos, como me disseram algumas pessoas, entretanto.
Aguardo pacientemente uma resposta e, mais do que isso, uma solução urgente deste problema.
5 comentários a “Intervenção cívica: liguem as luzes!”
Na Junta de Freguesia da Glória, à qual me dirigi pessoalmente, não tinham nenhuma informação sobre este problema, o que ilustra de forma triste o défice de participação cívica que ataca o país em geral e a cidade em particular. Entre moradores, comerciantes e instituições que operam nesta zona da cidade, ainda ninguém, aparentemente, reportou o problema à Junta de Freguesia (que, independentemente disso, sendo vizinha do problema, e dada a sua natureza cíclica, devia estar mais informada).
Ainda segundo a Junta de Freguesia da Glória, deve ser feita pressão junto da EDP, através do número 800 506 506 e eles tomarão medidas nesse sentido. Nesse número, fui atendido por uma senhora muito simpática, que não parecia ter nenhum problema reportado para esta zona, também, pelo que apelo aos moradores da zona ou utentes dos serviços para que telefonem também. Há um problema na identificação da zona junto da EDP, uma vez que eles não reconhecem a Rua Nova (a que dá acesso ao Mercado) no seu sistema, pelo que se deve referenciar a Rua de Espinho (nome alternativo da rua, que identifica também uma sua paralela que não sofre deste problema, e, parcialmente, as Ruas de São João da Madeira e de Oliveira de Azeméis (concelho Aveiro, freguesia Glória).
Independentemente da resolução técnica e pontual do problema, continuo a achar que a Câmara e a Junta de Freguesia se devem manifestar, na qualidade de clientes da EDP, por forma a garantir que o serviço é garantido nas mesmas condições em toda a cidade. Isso é uma reivindicação que não podem ser os munícipes, individualmente a fazer.
Numa nota paralela, até agora, recebi resposta dos Serviços Municipalizados que remeteram o problema para a Câmara Municipal, uma vez que não é da sua responsabilidade ou tutela.
Resultados imediatos! Não sei quem resolveu o problema, mas na Rua de São João da Madeira e de Oliveira de Azeméis, assim como na parte da Rua Nova do lado do Bairro de Santiago, as luzes já acendem à hora certa.
Faltam as luzes do lado da Urbanização CHAVE e aqui entra o problema de não haver nome de rua que permita a identificação fácil.
Mais um telefonema para a EDP e vamos ver se isto fica.
E aguardo pacientemente uma resposta da Câmara Municipal de Aveiro.
Há uns sensores (que se aplicam nos filmes de ficção científica) que fazem com que a gestão da iluminação pública seja em função da efectiva luminosidade em cada local e não em função das horas, aumentando a eficiência e, eventualmente, gerando alguma economia na conta da electricidade.
Pelo menos, foi o que eu percebi que havia, mas se calhar era mesmo só em filmes de ficção científica.
Falei cedo demais. De facto, mesmo depois de mais telefonemas, toda a área da Urbanização CHAVE— o interior do quarteirão e as ruas exteriores—, mantém-se às escuras até às 18h05. Assim como a Rua de Oliveira de Azeméis e a parte norte da Rua Nova. Absolutamente ridículo: resolveram o problema dos quarteirões oeste da Rua de São João da Madeira, mas mesmo ao lado, tudo às escuras.
Outras respostas não há. Que fazer? 🙁
Hoje, depois do segundo telefonema para a linha da EDP recebi uma chamada do “empreiteiro que está a fazer a assistência da EDP” e que me explicou a natureza do problema e, previsivelmente, o terá resolvido (por agora). Como disse o nc, a iluminação pública é gerida por “foto-células” que reagem à luminosidade e acendem e apagam os candeeiros de acordo com as necessidades. Essas “foto-células” controlam “PTs” (postos de transformação, presumo) e, no caso concreto desta zona da cidade, há 2 PTs em uso. Um deles está a funcionar sem problemas, mas o outro— o que controla a iluminação pública do lado da Urbanização CHAVE— viu a sua “foto-célula” danificada, provavelmente por “actos de vandalismo”, o que fez com que a EDP decidisse desistir da “foto-célula” e optasse pelo sistema tradicional do “relógio”. Relógio esse que tem que ser ajustado a cada mudança de hora, função essa que era desempenhada pelos técnicos de manutenção da EDP que tinham a tarefa de verificar periodicamente o estado dos candeeiros, para proceder à substituição de lâmpadas e afins. Ora, e ainda de acordo com este “empreiteiro”, como a EDP já não faz internamente essa manutenção de rotina, estas operações, necessárias pelo menos 2 vezes por ano (nas mudanças de hora de Inverno e Verão), só são feitas quando alguém se queixa. Será por isso preciso queixarmo-nos quando, no Verão, estes candeeiros se acenderem a meio da tarde. Extraordinário!
Espero que amanhã, de acordo com as indicações deste solícito empreiteiro a trabalhar para a EDP, a luz nesta zona da cidade acenda às 17h05, em vez das 18h05. E verei, com o passar do tempo, a hora a ser cada vez mais desajustada das necessidades.
Também por isso aguardo com expectativa a eventual reacção da Câmara à qualidade do serviço prestado pela EDP. E custa-me continuar sem saber se a Junta de Freguesia tomou alguma medida.