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Ainda sobre o filtro de Vuvuzelas

Notícias recentes fazem saber que algumas televisões vão transmitir jogos do Mundial sem Vuvuzelas. O Meo prepara-se para oferecer essa opção e a BBC também a estuda. Obviamente não o farão com uma solução parecida com a que andámos a estudar (houve quem perguntasse).

Um fitro de Vuvuzelas, para os emissores de TV, é uma coisa relativamente elementar. Um filtro simples como o que desenvolvemos, aplicado exclusivamente ao som do estádio chegaria para atenuar a irritação, mas podem e devem usar filtros mais avançados, com análise em tempo real de padrões de ruído, como o Vuvux da Prosoniq, específico para Vuvuzelas (gratuito, mas exclusivo para Mac OS) ou o SoundSoapPro da Bias, por exemplo, que é usado para “limpar” registos sonoros ruidosos— desde vinis antigos e riscados a gravações ao ar livre com ruídos de fundo irritantes (motores, ares condicionados, vuvuzelas…). Estes softwares específicos para “limpeza” e/ou “restauro” incluem algoritmos que visam a protecção da voz e, apesar de não fazerem milagres, no caso das Vuvuzelas, a sua aplicação é relativamente elementar e os benefícios evidentes. Considerando que quem transmite tem a possibilidade de separar o som do estádio do som dos comentários e aplicar os filtros de forma doseada, só não se compreende porque é que tardaram tanto a tomar medidas, mas deram-me indicações que o relato da TSF já era relativamente livre de Vuvuzelas, por exemplo. Não tive oportunidade de confirmar.

Entretanto, para quem não tem acesso a emissões pré-filtradas, o filtro que desenvolvemos está disponível para ser usado e melhorado.

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[divulgação] Oficina “Design para uma Redacção Livre”, no JUP

O Hacklaviva organiza no JUP uma oficina dedicada às ferramentas informáticas (FLOSS) necessárias para construir uma “redacção livre”, projecto em curso no JUP. É no próximo sábado, dia 23 de Janeiro, numa tarde cheia de actividades à volta do info-activismo (e que coincide com inaugurações nas galerias da Rua Miguel Bombarda), cujo programa completo pode ser consultado aqui.

Mas, do programa, destaco, por me interessar particularmente, esta Oficina de Design para uma Redacção Livre.

23 jan 2010 | 14h30 – 17h30
Oficina de Design para uma Redacção Livre

Uma redacção a funcionar apenas com software livre? É o objectivo de uma colaboração entre o JUP e o Hacklaviva. Nesta oficina, vamos falar sobre o que é o software livre e as suas implicações na prática criativa, associativa e editorial. Depois veremos como hoje é possível tratar fotografia, criar gráficos e tipografia, paginar, editar áudio e montar vídeo com ferramentas livres. Traz o teu portátil e vem passar uma tarde connosco a descobrir novas formas de fazer o teu trabalho.

A informação chegou-me por via do Ricardo Lafuente, que é uma das pessoas que vai orientar esta oficina. As ferramentas-base da oficina serão:

  • Imagem: GIMP, Scribus e Inkscape (3 que fazem parte do meu workflow actual)
  • Áudio: Audacity (ferramenta muito útil)
  • Vídeo: Kaltura, OpenShot e (talvez) PiTiVi (esta é a área que é toda nova para mim e tenho que verificar se se conseguem instalar algumas destas ferramentas num Mac)

Segundo o Ricardo, “a ideia é mais um overview do que tutoriais; podemos tocar em partes específicas de acordo com as vontades colectivas, mas seria mais uma cena de esclarecimento, já que boa parte do pessoal que vai aparecer não tem noção do que existe no mundo do FLOSS…

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Criaturas, excertos das projecções

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=AsW60KgdAsg[/youtube]

Porque o registo vídeo anterior não permite perceber minimamente a projecção, decidi fazer esta pequena montagem, com excertos das animações em tempo real geradas por Pure Data + GEM, com alguns elementos áudio da performance de estreia.

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Uma tarde de tuning / modding

Nota prévia: em rigor, a tarde foi de modding e não de tuning, mas o espírito é semelhante.

O meu Power Mac G4 Quicksilver é a minha máquina de estúdio há bastantes anos (começam a ser demasiados) e, apesar da idade, tem sido um fiel companheiro. Acho que o comprei no ano em que foi lançado, 2001, e a primeira modificação que lhe fiz foi um muito básico upgrade de RAM. Isso, assim como a instalação sucessiva de discos (tem 3 discos internos, neste momento), a substituição da Superdrive de origem por um gravador de DVD mais rápido ou a instalação de uma placa de expansão PCI com 4 portas USB 2.0— que com o USB 1 de origem já não me safava— são operações que, apesar de não serem elementares para muitos Mac users, pouco habituados a mexer nas entranhas das suas máquinas, não se podem considerar modding. A propósito: é curioso pensar que, provavelmente, há menos gente a fazer alterações nas suas próprias máquinas (mesmo as mais elementares) entre os Mac users, apesar de muitas máquinas, como a minha, serem de manipulação muito mais simples do que muitas caixas de PC. Ou será que isso é só um preconceito e a estranheza relativamente ao funcionamento interno do hardware é tão presente entre utilizadores de Mac’s e o resto do mundo?

Adiante… com a mudança de instalações e a montagem do estúdio numa sala maior e completamente vazia, com todas as superfícies a reflectir som, o ruído (a)normal de funcionamento do Power Mac, que com a idade tem piorado, tornou-se insuportável. As causas do problema são conhecidas e algumas soluções também, umas mais radicais que outras, umas mais mirabolantes do que outras… Ponderei longamente e, não me sendo fácil proceder à substituição de todas as ventoinhas do computador ou à troca da fonte de alimentação ou outros componentes mais ruidosos, decidi fazer, pelo menos, a alteração mais evidente: a remoção da 2ª protecção da ventoinha da fonte de alimentação, que, estando desalinhada relativamente à 1ª, provoca um dos ruídos mais evidentes. Isso fez-me desmontar muito mais componentes do que alguma vez tinha desmontado em qualquer máquina e, pela primeira vez, fiz um modding verdadeiro. Confesso que o fiz por estar a dar em doido com o ruído e por me parecer ridículo não agir, mas tive que ter alguma coragem para cortar a dita protecção. Além dessa alteração, experimentei mais algumas coisas simples e percebi que um dos ruídos mais chatos na minha máquina é produzido por vibração da protecção de borracha da ventoinha do CPU, mas as soluções propostas não o resolvem (remoção de parafusos de fixação da ventoinha à protecção, cobertura da abertura extra ou atilho de fixação no corpo de borracha). No caso da minha máquina, esse ruído (uma espécie de aceleração cíclica), só se reduz apertando o mais possível a ventoinha contra o painel traseiro, ou seja, apertando os parafusos que seguram a ventoinha no sítio. Fiquei-me portanto pela alteração na traseira da fonte de alimentação, por uma limpeza geral e por uma revisão de alguns parafusos chave na fixação dos elementos sujeitos a maior vibração.

A alteração reduziu o ruído, mas a diferença é bastante ténue e acabou por ser mais um processo psicológico de saber que estava a fazer o que podia para ter melhores condições no estúdio. As diferenças reais, audíveis para toda a gente, são as que fiz na disposição do equipamento, afastando-me o mais possível das superfícies mais reflectoras. Até porque as diferenças que contam a sério e que garantem que posso gravar vozes nesta sala (na qual o zumbido do computador é o menor dos meus problemas), tinha-as feito na semana passada quando instalei uma protecção adicional para os microfones.

Mas, como vêm, a adrenalina do modding, ainda que modesto e estritamente funcional, é bem maior do que a aquisição de equipamento: até me faz quebrar o silêncio aqui no blog.

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The Freesound Project

Provavelmente porque da última vez correu bem, pediram-me uns efeitos sonoros para uma Festa de Natal dum Jardim de Infância. Mas desta vez, pediram-me apenas um “rufo de bateria, daqueles que se usam para aumentar o suspense” e pediram dum dia para o outro.

Como a biblioteca de sons e o sampler não estavam à mão, recorri ao The Freesound Project, donde já tinha retirado samples de gravações de campo “exóticas” para adensar algumas texturas e paisagens em A Frente do Progresso e O Resto do Mundo. Não tenho vergonha nenhuma em usar este tipo de recursos no meu trabalho profissional (pelo contrário) e acho que este modelo colaborativo é uma forma óptima de criar uma grande biblioteca de sons (com boas e más amostras, como todas as outras) de utilização livre. A única vergonha que tenho é ainda não ter contribuído para a biblioteca comum, até porque tenho bastante material que posso partilhar com a licença Creative Commons Sampling Plus License.

The Freesound Project

Como com o software livre, o fundamental é perceber que “it’s free as in free speech and not free as in free beer“. No caso do The Freesound Project, é livre e gratuito, pressupondo apenas um registo e o respeito pelo termos da licença Creative Commons Sampling Plus License. E, como nos outros projectos colaborativos livres, faz parte colaborar quando se pode para apoiar o seu crescimento. Sinto-me em falta.