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Silêncio em Aveiro

Começou neste dia 15 e prolonga-se até dia 25 o ciclo Silêncio, promovido pelas Oficinas sem Mestre, aqui em Aveiro, com iniciativas a decorrer no Teatro Aveirense, no PerFormas e no Mercado Negro. A iniciativa é de peso, com manifestações diversas (workshops, conferências, exposições, concertos, teatro, filmes comentados, etc) e agitando, de facto, quase todo o tecido cultural da cidade. No dia 23, modero um painel dedicado ao Declínio da Era da Palavra, mas aconselho vivamente uma consulta atenta e profunda a toda a programação:

SILÊNCIO

Toda a palavra ou enunciado são precedidos por uma voz silenciosa, por um sonho acordado repleto de imagens e de pensamentos difusos sempre actuantes no nosso íntimo. As formulações que daí emergem podem depois ser esmagadas logo à nascença. As ditaduras, na essência ou nas margens dos regimes políticos, ou como doença viral em relacionamentos pessoais, tendem a calar o indivíduo. A modernidade, por outro lado, leva a mal o silêncio.

A palavra sem fim e sem réplica prolifera em detrimento da palavra renascente da comunicação quotidiana com os nossos próximos. Falamos da palavra que muda de estatuto antropológico: sai da ordem da conversa, entra no domínio dos mass media, das redes, dos telemóveis. Invasora, vã e tranquilizante. Philippe Breton falava do paradoxo de uma sociedade “altamente comunicante e fracamente coincidente”.

Mas não devemos avaliar o silêncio apenas por antifrase. No início dos anos 60, George Steiner já proclamava o “declínio do primado da palavra”, por um lado devido a factores sociais (tendência para crescente iliteracia, incluindo as elites económicas e políticas) e por outro, devido à evolução técnico-científica (que leva à valorização de outras linguagens, nomeadamente a linguagem matemática). Se alargarmos a geografia das nossas reflexões, veremos também que Ocidente e Oriente assumem estratégias distintas de significação do silêncio e da palavra. Falemos então de silêncios – os que crescem connosco, os que conservamos, os que estranhamos, os que quebramos.

PROGRAMAÇÃO

15 de Abril | Quinta-feira
PERFORMAS
| O SILÊNCIO NO CINEMA – I

22H00 | Exibição do filme «The Bow» («O Arco») de Kim Ki-duc (Coreia do Sul, 2005, 90’) seguido de debate

23H45 | Filme escolhido pelo público de entre uma pré-seleccão de filmes feita pelas OSM

16 de Abril | Sexta-feira
PERFORMAS

21h30 | Painel I – OLHAR O SILÊNCIO: IMAGEM E COMUNICAÇÃO

  • Adriana Baptista, docente da ESE e da ESMAE, apresenta «Nas imagens, o silêncio diz tudo ao mesmo tempo»
  • Paula Soares, docente da UA/DeCA, apresenta «Uma retórica do silêncio, João César Monteiro»

Moderação: Rui Baptista, jornalista (Lusa)

17 Abril | Sábado
MERCADO NEGRO

17h00 | Inauguração de Exposições

  • «Sobre Perder Tempo», Envelopes Anónimos, autor anónimo
  • «Personagens imaginárias ou imaginários de uma personagem», fotografia, mariana de almeida
  • No exercício constante do fazer de conta, faz de conta que é actriz. Significa, exprime, divaga estados de (in)consciência, gestos, silêncios, sentimentos, máscaras. O retrato do imaginário, transparece uma multiplicidade de reflexões, como que numa casa de espelhos, sabendo-se que neles as imagens são intocáveis.
    “ (…) a máscara é o sentido quando é absolutamente pura…”, Roland Barthes
  • «Silêncio», colectiva de pintura (listagem definitiva de artistas a anunciar)
  • Projecção (contínua) do filme «La Maison des Petits Cubes» de Kunio Katõ (Japão, 2008, 12’3’’)
  • Intervenção cénica, «Larilalá», Larissa Latif

18h00 | COMUNIDADE DE LEITORES ALMA AZUL

  • A partir da obra «Amigo e Amiga – Curso de Silêncio de 2004» de Maria Gabriela Llansol.
  • Projecção do filme «Curso de Silêncio» de Vera Mantero (Portugal, 2007).

17 Abril | Sábado
PERFORMAS

21h30 | Painel II – SILÊNCIO NA LITERATURA

  • Isabel Cristina Pires, psiquiatra, poetisa
  • Paulo Pereira, docente da UA/DLC, apresenta «Alguns afluentes do silêncio na poesia contemporânea portuguesa»
  • Lurdes Maria Costa, mestranda na UA/DLC, apresenta «O silêncio é o sítio onde se grita – a poesia de Ary dos Santos»
    “O silêncio não é apenas a subtracção da palavra. O grito, o riso, a palavrosidade excessiva, a afronta, o insulto e a obscenidade, a exuberância … também são formas de silêncio.”
  • Irene Alexandre, mestranda na UA/DLC, apresenta «Silêncio na obra de Gonçalo M. Tavares»

O painel conta ainda com a participação de Rui Pedro cantando Ary dos Santos
Moderação: Maria do Rosário Fardilha (socióloga)

23h30 | Recital de Poesia de Alberto Serra com participação especial dos músicos Marco Oliveira e Rui Pedro

“O Silêncio é de todos os rumores o mais próximo da nascente” – Eugénio de Andrade

18 de Abril | Domingo
Sala-estúdio TEATRO AVEIRENSE

11h00-12h00 | Workshop NO SILÊNCIO ACONTECE, orientado por Luísa Vidal (docente de artes visuais e artista plástica) e Tânia Sardinha (docente de artes visuais e formadora na área da criatividade)

Por meio de actividades lúdicas e de carácter plástico, estimular a criatividade, desenvolver a capacidade de expressão e comunicação, e potenciar a partilha na experiência entre pares e em grupo.
Pretende-se também promover a relação e o vínculo afectivo entre avós e netos, através da construção de um espaço e de um tempo onde a criatividade de gerações distintas possa fluir lado a lado.

Destinatários do workshop: avós e netos dos 3 aos 55 anos

17h30-19h30 | Workshop SILÊNCIO, INTERIORIDADE E EXPRESSÃO, com Maria João Regala (psicoterapeuta)

O corpo atravessa o silêncio em novas linguagens. Usa o movimento, a improvisação, a acção. No olhar do outro encontra, decifrada, a sua imagem. Muitas perguntas, respostas transitórias, estranheza, empatia, inquietação e espanto. Do encontro nasce o novo – não sei ainda se um casulo, uma planície ou um castelo.

Destinatários: a partir dos 18 anos

18 de Abril | Domingo
PERFORMAS

21h30 | O NADA, peça da autoria do Ceta – Círculo Experimental de Teatro de Aveiro

21h45 | Painel III – SILÊNCIO E (DES)ORDEM

  • José Tolentino Mendonça, poeta e teólogo (sujeito a confirmação)
  • Ricardo Ribeiro, compositor, apresenta «Silêncio e transversalidade nas artes»
    “É na sua íntima ligação ao vazio, que o silêncio alcança a sua imperecível dimensão de transversalidade artística…
    Do silêncio ao vazio, do vazio à fragilidade: a fragrância do pequeno e do mínimo, é o pouco que sugere o muito, o finito que engendra o infinito…”
  • António Morais, presidente da Direcção do Ceta, apresenta «O duplo silêncio e o absurdo»
    “A origem do teatro acontece depois do silêncio, depois da noite, depois da escuridão… então o homem acorda e descobre o absurdo da sua própria existência… e regressa ao silêncio, à noite, à escuridão, ao nada… O espelho teatral reflecte o absurdo da vida, amenizando-o… Há dois silêncios que envolvem as palavras. Um silêncio que as precede e um outro silêncio que as sucede…”
  • Ana Cruz, mestre em Direito, apresenta «O sagrado direito ao silêncio ou o silêncio no direito?»
    “Em sede de Direito Penal, o direito ao silêncio aparece relacionado com os direitos fundamentais e garantias individuais consagradas na Constituição da República Portuguesa e é considerado como uma garantia fundamental na ordem juridíco-constitucional. (…)”

Moderação: Carlos Picassinos (jornalista)

22 de Abril | Quinta-feira
PERFORMAS | O SILÊNCIO NO CINEMA – II

21h30 | Exibição do filme «Há lodo no cais» de Elia Kazan (EUA, 1954), 108’ seguido de debate com Maria do Rosário Fardilha

23H45 | Filme escolhido pelo público de entre uma pré-seleccão de filmes feita pelas OSM

23 de Abril | Sexta-feira
PERFORMAS

21h15 a 22h45 | Performance de levitação/imobilismo de Toino de Lírio, The Static Man

21h30 | Painel IV – O DECLÍNIO DA ERA DA PALAVRA

  • Isabel Cristina Rodrigues, docente da UA/ DLC, apresenta «Silêncio na Literatura»
  • Fernando Almeida, geofísico, docente da UA/ Depto Geociências e Jorge Hamilton, mestre em Geociências, apresentam «A verdade e o declínio da era da palavra»
    “(…) a nossa verdade é também uma homenagem ao grandioso mestre [Professor Frederico Machado]. Porque este viveu a erupção dos Capelinhos, vamos tentar recriar o momento numa projecção de um filme de 5 minutos ao qual sobrepusemos som virtual. Deste modo, esta verdade também é uma mistura de várias realidades que permite despertar sentimentos.”
  • David Vieira, docente apos. da UA/Depto Matemática, apresenta «Linguagem matemática: pontes quebradas – força e fraqueza»

Moderação: João Martins (sonoplasta)

23h30 | Performance de levitação/imobilismo de Tonio de Lírio, The Static Man
Seguido de actuação de Toino de Lírio como DJ

24 de Abril | Sábado
PERFORMAS

18h30 | Painel V – SILÊNCIO NA MEMÓRIA COLECTIVA
Exibição da curta metragem A Cela Branca (Portugal, 2006, 6’13’’) de Ivar Corceiro
Exibição do filme Dundo Memória Colonial (Portugal, 2009, 60’) de Diana Andringa
Seguidos de debate com:

  • Diana Andringa, jornalista e realizadora.
  • Isabela Figueiredo, escritora, autora de “Caderno de Memórias Coloniais” (2009)
  • Celina Pereira, cantora e contadora de histórias cabo-verdiana, autora de “Estória, Estória… Do Tambor a Blimundo”

Moderação: Catarina Gomes (antropóloga)

22h30| Auditório PERFORMASConcerto Celina Pereira

24h00 | DJ set Couscous Prosjekt (Bagaço Amarelo e Moabird): «Depois do silêncio, uma alvorada em Abril»

25 de Abril | Domingo
MERCADO NEGRO

16h00 | Atelier Cartazes Políticos – exploração didáctica e criativa de uma amostra da colecção cedida por Francisco Madeira Luís ao Núcleo Museológico da UA.
Criação: Oficinas Sem Mestre e docentes do 3º Ciclo e Secundário.

18h00 | Exibição do filme «Cruzeiro Seixas: O Vício da Liberdade» da autoria de Alberto Serra, realizado por Ricardo Espírito Santo (Portugal, 2010) 54’ seguido de debate com Alberto Serra.

22h00 | “OTRA VEZ MARCHAR”
Espectáculo musical a definir.
Leitura de poesia e prosas de liberdade, por Oficinas Sem Mestre

PROGRAMAÇÃO PARALELA

PERFORMAS | Mercado do livro do Silêncio – selecção Livraria Langue D’OC

+ info: silencioemaveiro.blogspot.com

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Fusível

Hoje passei 2 horas à espera, às escuras, que um piquete da EDP viesse trazer de volta ao presente a nossa casa. Fiquei a saber que a instalação eléctrica da casa, quadro incluído, que foi renovada recentemente e sofreu uma alteração na potência contratada para 30 amperes, está muito bem e que o fusível principal até tem uma margem que permite chegar aos 40 amperes antes do corte.

Em eletrônica e em engenharia elétrica fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente em circuitos. Consiste de um filamento ou lâmina de um metal ou liga metálica de baixo ponto de fusão que se intercala em um ponto determinado de uma instalação elétrica para que se funda, por efeito Joule, quando a intensidade de corrente elétrica superar, devido a um curto-circuito ou sobrecarga, um determinado valor que poderia danificar a integridade dos condutores com o risco de incêndio ou destruição de outros elementos do circuito.

Fusíveis e outros dispositivos de proteção contra sobrecorrente são uma parte essencial de um sistema de distribuição de energia para prevenir incêndios ou danos a outros elementos do circuito.

Fusível, Wikipedia

No “nosso” quadro, com contador bi-horário, maravilha da técnica, com led a piscar e um mostrador em ciclo constante com mais informação do que consigo compreender, está tudo em grande forma e a tal margem sobre a potência contratada é normal, mas, de facto, não é sempre a mesma. “Varia, que eles não podem andar a verificar um a um“, que é uma coisa que não se gosta muito de ouvir dizer a um técnico da EDP. Menos mal: em casa, tudo em ordem.

À porta, no átrio do prédio, uma caixinha misteriosa, esconde a razão do nosso “blackout” particular: uma caixa de ligações e fusíveis, que regula a ligação de cada apartamento. “É uma instalação antiga” e os fusíveis são umas tranças de filamentos a ligar dois pinos duma espécie de grande ficha eléctrica. Os 5 filamentos que constituíam o fusível da nossa ligação não aguentavam a margem acima dos 30 amperes que o “nosso” fusível aguenta e, assim, puf!

O técnico, diligente, fez novo fusível. Sim, fez, com as mãozinhas, uma trancinha de 5 filamentos a partir dum cabo que descarnou— numa cena que me fez recordar antigas montagens de peças de teatro em que se faziam os cabos que faltavam, à medida— e passou a trancinha à volta dos pinos, recolocou a tal ficha e fez-se luz. Pediu-me para ligar tudo e, a frágil trança voltou a desfazer-se. “Vamos ter que medir, então“. Nova trança, desta feita com 6 filamentos, fiquei a saber depois, e “ligue tudo menos as duas últimas coisas“, enquanto um aparelho avançado se ligava às entranhas do nosso quadro. “25 amperes, está a ver? Ligue o resto“. Mais dois aparelhos e “30, 35, 40…“, mas antes da trança, desta vez, ouvimos o clique do quadro. “Está a ver? A sua instalação está óptima. Lá fora, não podemos fazer melhor. É uma instalação antiga“. Do pouco que percebo de física, percebi que a nova trança de 6 filamentos tem mais resistência que a anterior e, assim, aguenta a margem de manobra que o nosso quadro nos dá a nós, face à potência contratada. Mas sei também que não é nada de tecnicamente rigoroso ou garantido que essa resistência da trancinha feita à mão se mantenha acima da do fusível industrial que temos no quadro e, por isso, “têm que gerir as coisas que ligam“. Pois… mas era mais confortável saber que, em caso de distração ou acidente, o nosso quadro nos protegesse, antes de se comprometer a “trancinha” a que não temos acesso. Mas as instalações antigas é assim.

Portugal parece que é isto, também.

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Space Ensemble apresenta ALGORÍTMICO

Space Ensemble @ Casa da Música | Sala de Ensaio 1
27 a 30 de Outubro 2009 | 11h00 e 14h30
(sessões reservadas a escolas)
31 de Outubro 2009 | 11h00 e 16h00

ALGORÍTMICO – Música e Matemática
um novo programa do Space Ensemble

[…] Nenhum matemático devia alguma vez esquecer que a matemática, mais do que qualquer outra arte ou ciência, é um jogo juvenil.
G. H. Hardy (1877-1947)

O Space Ensemble encara o desafio de construir um programa de filmes-concerto relacionando Música e Matemática com naturalidade e entusiasmo. Frequentemente referidas como linguagens universais, a relação entre Música e Matemática parece ser uma fonte inesgotável de descoberta e inspiração e o Space Ensemble escolhe uma perspectiva bastante particular:

  • a Música, nosso território “nativo”, é uma linguagem universal por ser, com o movimento, condição prévia de comunicação, socialização e, assim, humanidade— une todos os seres humanos no que há de mais elementar e instintivo;
  • a Matemática, base do conhecimento, como ciência e aprendizagem, é também universal, por operar como uma poderosa ferramenta de modelação e manipulação da realidade (esta e todas as outras) e, assim, se constituir também como mecanismo de tradução e conversão entre virtualmente todos os domínios humanos— congrega e articula todas as formas de conhecimento e criação.

Assim, mais do que relacionar Música e Matemática, procuramos usar a universalidade da expressão musical como forma de ilustrar a extraordinária potência da ciência matemática na construção de relações: construímos música a partir de números, em jogos com o público ou com filmes, musicamos as composições geométricas animadas de Norman McClaren e René Jodoin e invertemos o processo, criando novas animações, que traduzem, em tempo real, a música produzida.

AlgoRítmico é um jogo juvenil, como a própria Matemática, segundo Hardy. Um jogo de sons e imagens, com regras matemáticas, como o mundo.

História de Palavras

Algoritmo e Algarismo têm a mesma origem etimológica: al-Khuwarizmi era um matemático árabe do séc. IX e não é comum que palavras tão importantes e de uso científico tenham origem no nome duma pessoa.

Na origem da palavra algoritmo também participa o grego para número: arithmós (donde vem a Aritmética).

Arithmós é número, em grego, e significa número e quantidade e Rhuthmós é ritmo, em grego, e significa medida, cadência e ritmo.
Portanto, o rhuthmós, a medida, pode ser representada por arithmós, quantidades. Giro, não é?

Daqui, temos a Aritmética, o Algarismo, o Algoritmo, o Ritmo e…

Matemática vem também do grego mathematikê ou mathêmatikós, que junta máthêma ou mathêmatos (estudo, ciência, conhecimento), que vem de manthánô (estudar, aprender), com -ica, um sufixo grego especialmente usado no domínio das artes, ciências, técnicas, doutrinas e afins, fazendo da Matemática a ciência fundamental, por se construir com base etimológica na própria ideia da aprendizagem e construção do conhecimento.

Se pensarmos que a Música (mosoikê) é, etimologicamente, também, a Arte das Musas, ou seja a Arte das Artes… temos uma espécie de “ciclo virtuoso“, em vez de “ciclo vicioso“.

Isto tudo dá o quê? Dá AlgoRítmico.

Space Ensemble: Sérgio Bastos (piano), Henrique Fernandes (contrabaixo), João Tiago Fernandes (percussão), Nuno Ferros (electrónicas), João Martins (saxofones), Eleonor Picas (harpa).

Programação Pure Data [pd~]: João Martins
Ilustrações: João Tiago Fernandes

Filmes de René Jodoin e Norman McClaren cedidos pelo National Film Board (Canadá).
Produção do Serviço Educativo da Casa da Música.

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Ateísmo militante

Richard Dawkins defende nesta conferência TED a afirmação e promoção dum ateísmo militante. Defende que devemos deixar de ser respeitosos e educados no que diz respeito à afirmação das nossas convicções como ateus. Que devemos abandonar a reverência às religiões, imposta social e culturalmente.
Eu, pessoalmente, costumo dizer que não posso aceitar que o facto de ser ateu seja frequentemente tratado como uma ausência de convicções religiosas, que muitas vezes desemboca numa ideia de “neutralidade”:

é ateu => não tem convicções religiosas => a opinião dele não é importante no que à religião diz respeito.

É falso: ser ateu significa ter convicções religiosas, nestes contextos, tão fortes ou mais do que qualquer crente. Como diz Richard Dawkins, “um ateu é alguém que sente por Jeová o mesmo que um católico sente por Thor (…) Somos todos ateus relativamente à maioria dos deuses criados pela humanidade, mas algumas pessoas vão um deus mais além nessa descrença.”

Em Portugal (na Europa, em geral), o quadro não é tão negro como nos EUA:

So, we’ve reached a truly remarkable situation, a grotesque mismatch between the American intelligentsia and the American electorate. A philosophical opinion about the nature of the universe, which is held by the vast majority of top American scientists and probably the majority of the intelligentsia generally, is so abhorrent to the American electorate that no candidate for popular election dare affirm it in public. If I’m right, this means that high office in the greatest country in the world is barred to the very people best qualified to hold it, the intelligentsia, unless they are prepared to lie about their beliefs. To put it bluntly, American political opportunities are heavily loaded against those who are simultaneously intelligent and honest.

O sublinhado é meu.

Mas, até por solidariedade com o povo americano, devemos promover esta afirmação militante do ateísmo e “tirar as luvas”, no que diz respeito ao espaço político que damos à religião. Até para apoiar as sábias palavras do Cardeal Patriarca (que subentendem e dão visibilidade às significativas e desesperadas movimentações contra a secularização/laicização do Estado).

Obrigado ao Dactilógrafo e ao Vitor Azevedo por me terem chamado atenção para esta conferência.

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World Science Festival 2009: Notes & Neurons

Por mais “ligado” que um tipo tente andar ou faça de conta que ande, estão constantemente a acontecer coisas de que só nos apercebemos muito tarde. Imaginem vocês que só agora é que estou a ver os vídeos da sessão de 12 de Junho do World Science Festival 2009, que contou com a participação do genial Bobby McFerrin.

Notes & Neurons: In Search of the Common Chorus

Is our response to music hard-wired or culturally determined? Is the reaction to rhythm and melody universal or influenced by environment? Join host John Schaefer, scientist Daniel Levitin and musical artist Bobby McFerrin for live performances and cross cultural demonstrations to illustrate music’s note-worthy interaction with the brain and our emotions.

Vale cada minuto. Para dar uma amostra, fica a demonstração da universalidade da escala pentatónica, provada pela voz de Bobby McFerrin e a sua extraordinária capacidade de se relacionar com o público:

World Science Festival 2009: Bobby McFerrin Demonstrates the Power of the Pentatonic Scale from World Science Festival on Vimeo.

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Nuno Crato, Science Communicator of the Year. Bravo!

Nuno Crato, vencedor dum dos European Science AwardsNuno Crato recebeu um European Science Award pelo trabalho na área da divulgação científica.

Nuno Crato, professor de Matemática e Estatística no ISEG e pró-reitor da UTL, ficou em segundo lugar na categoria de “Science Communicator of the Year”. O primeiro foi atribuído ao astrofísico e escritor francês Jean-Pierre Luminet. Prémios anteriores foram para figuras tão importantes na divulgação científica como Bill Bryson e David Attenborough. Concorreram a estes prémios centenas de cientistas e divulgadores europeus. É a primeira vez que um deles é atribuído a um português. 

Eu sou fã quase incondicional de todos aqueles que conseguem trazer temas científicos para a ribalta, explicando-os e discutindo-os em termos acessíveis e apelativos. Gosto especialmente quando isso é feito sem desprezo pelo público, ou seja, sem simplificações excessivas ou paternalismos académicos. Por isso estou muito contente com a atribuição deste prémio. Espero sinceramente, como o próprio, que sirva para todos nós falarmos mais de ciência.

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Pi Day: DIY celebration | Dia do Pi: celebração Faça-Você-Mesmo

[english version below – please scroll]

Pi Day CountdownO Dia do Pi celebra-se em todo o mundo a 14 de Março (3.14 no formato amerciano de datas) e há imensas razões para celebrar esta entidade matemática extraordinária. E há também muitas formas de o fazer.

No último episódio do podcast mostrei uma experiência musical feita a partir do Pi, recorrendo ao Pure Data e prometi explicações também em português e a disponibilização do patch. Cá está: diadopi-final.zip simplificado e comentado em português.

Mas, primeiro, as explicações que tinha dado só em inglês.

2 professoras de Matemática (a minha mãe e uma colega) pediram-me para conceber alguma forma de representação musical de Pi para ser usada no Dia do Pi em escolas do básico. Usei, obviamente, o Pure Data para fazer várias experiências.

Usei alguns princípios simples.
Como Pi é uma dízima infinita não periódica, a sequência de casas decimais pode ser lida, algarismo a algarismos e mapeada para que cada algarismo corresponda a uma nota musical. Teríamos assim uma escala de 10 notas que o Pure Data pode “tocar” lendo os algarismos como uma partitura.

Se escolhermos uma sequência longa, como 1 milhão de casas decimais de Pi, e a passarmos por qualquer sintetizador ou sampler teremos a representação musical ou sonora dessa sequência infinita e não periódica.

Para assegurar algum interesse musical e não “assustar” o público em geral, escolhi mapear os algarismos de acordo com a escala pentatónica maior (as teclas pretas do piano, que produzem uma espécie de escala chinesa), já que esta escala garante uma coesão harmónica grande e a possibilidade de sobrepôr mais do que uma série, sem criar dissonâncias. Como a escala tem 5 notas, usei-a estendida em 2 oitavas e estabeleci uma pulsação rítmica regular.

Assim, o Pure Data lê o milhão de algarismos de Pi e toca-os, um de cada vez. O mapeamento faz corresponder a cada algarismo uma nota MIDI, que é convertida em frequência (para poder reorganizar a escala em qualquer altura) e torna-se audível através dum sintetizador básico, com modulação de amplitude e de frequência, com um ligeiro ar de percussão metálica. Adiciona-se a isso um envelope ASR e um gerador de ruído para dar alguma cor e a base está feita. Esta é a sequência mais rápida que se ouve na faixa do podcast. Mas houve-se igualmente uma segunda sequência, ou voz, mais lenta. Acrescentei isso para testar alguma variação, por isso uso a mesma sequência e mapeamento, mas a um ritmo 4 vezes mais lento e com uma forma de onda mais simples. A escolha da pentatónica torna tudo mais fácil e o resultado final tem um efeito de “escala/dimensão” que também tem interesse no contexto Matemático: usando diferentes abordagens podemos encontrar “escondidos” na sequência de algarismos, variadíssimos “significados” (nomes, números de telefone e BI) como se demonstra no Atractor.

O resultado em qualquer uma das fases tem o seu interesse e quem quiser experimentar tem todo o meu apoio.

No podcast há umas “suspensões” a cada minuto que resultam de variações introduzidas por outros factores, para mostrar algumas das possibilidades do patch.

E, como tinha anunciado, o meu patch Pi Day Pure Data está disponível para quem quiser usar. Podem descarregá-lo aqui: Dia do Pi: Pure Data patch

É uma versão simplificada, só com a sequência principal e está comentado em Português. É relativamente fácil de usar (fiz o teste com a minha mãe) e permite a representação audível e visível do Pi.

Para usarem, precisam de:

  1. Descarregar e instalar o Pure Data
    É livre, gratuito e existe para todas as plataformas. Os instaladores são simples. Aconselho a última versão estável do pd-extended (0.39.3 por agora). É só descarregar, descomprimir, abrir o instalador e seguir as instruções.
  2. Descarregar e descomprimir o meu ficheiro diadopi-final.zip para um sítio relevante no vosso computador
    Devem ficar com uma pasta chamada diadopi-final com 4 ficheiros lá dentro (diadopi.pd, pi.txt, fftscope.pd e oscscope.pd)
  3. Abrir o patch diadopi.pd (um duplo click e está)
    Vão ficar com 2 janelas do PD abertas: o patch e a consola. Certifiquem-se de que a opção compute audio está seleccionada na consola.
  4. Seguir os passos do patch (as instruções têm números):
    1. Canto superior esquerdo – clicar em table pi
      Cria uma tabela para receber os valores de Pi. A janela que aparece pode ser fechada ou minimizada.
    2. Clicar em pi resize 1e+06…
      Redimensiona a tabela para albergar 1 milhão de entradas e carrega o ficheiro pi.txt. pi.txt é 1 milhão de casas decimais de Pi, separadas por parágrafos.
    3. Clicar no botão para reinicializar os valores base
      Pode usar este botão em qualquer altura para voltar ao primeiro algarismo da sequência, indpendentemente da sequência estar parada ou em andamento.
    4. No canto inferior direito, uma barra vertical – Controlo do Volume
      Pode alterar o volume em qualquer altura. O = MUTE. 1 = MAX.
    5. Acima de 4 – clicar em pd montra
      Vai abrir uma nova janela onde poderá ver uma representação do que irá acontecer. Cada algarismo “acende” uma luz diferente nos quadrados negros e tem um osciloscópio e o gráfico FFT. Mantenha esta janela visível.
    6. No cimo, ao centro – clicar no quadrado acima de metro
      Vai iniciar a sequência à velocidade base de 176.8 milisegundos para cada nota. A sequência de 1 milão de algarismos demora 48 horas. Pode parar e reiniciar a sequência em qualquer altura clicando neste botão.

Se alguma coisa (ou tudo) fallhar, pode entrar em contacto comigo, através dos comentários.

Se quiser editar alguma coisa, vá ao menu Edit > Edit Mode (ctrl+e) e experimente à vontade. A alteração do tempo (metro), da escala base (notas MIDI), da configuração geomátrica da montra, assim como alguns parâmetros dos 3 osciladores usados deve ser relativamente simples. Se quiser usar este exemplo para se iniciar no Pure Data, fico muito contente. Vá experimentando e familiarize-se com o menu Help.

E, se quiser, pergunte coisas. Eu só responderei ao que souber e puder. 😉

Feliz Dia do P!

— english:

As announced, my Pi Day Pure Data patch is available for anyone to use.
You can download it here: Dia do Pi: Pure Data patch

It’s a slightly simpler version (one sequence only) and it’s commented (Portuguese only, sorry). It’s fairly simple to use (as far as I can tell) and it allows a simultaneous audible and a visible representation of Pi.

To use it, you’ll need:

  1. Download and install Pure Data
    It’s freely available for every platform and the installers are straight-forward. I advise the latest stable release of pd-extended (0.39.3 as of this writing). It should be a matter of downloading, uncompressing, double-clicking an installer and following instructions.
  2. Download and uncompress my zipped file diadopi-final.zip to a convenient location on your computer
    You should have a folder named diadopi-final with 4 files inside (diadopi.pd, pi.txt, fftscope.pd and oscscope.pd)
  3. Open my diadopi.pd patch (double-clicking it should do)
    You’ll have 2 PD windows: the patch and the console. Make sure compute audio is enable in the console window.
  4. Follow the patch steps (look for the numbered instructions):
    1. Upper left corner – click table pi
      Generates a table to receive Pi values and you can close the table window that opens at this time.
    2. Below 1 – click pi resize 1e+06…
      Resizes the table to hold one million entries and loads pi.txt into it. pi.txt is one million digits of Pi, separated by paragraphs.
    3. Below 2 (the square button) – Resets initial values
      You can use this button at any time to go back to the first digit of the sequence, either stopped or playing.
    4. Lower right corner (vertical slider) – Sets volume
      You can change the volume at any time. O = MUTE. 1 = MAX.
    5. Above 4 – click pd montra
      This will open a new window where you will be able to see a simple graphical representation of what’s happening. Digits of Pi light up different squares and you have an oscilloscope and an FFT graph. Keep this window visible.
    6. Up center, click the square button above metro
      This starts the sequence at a default speed of 176.8 milliseconds for each note. It will take 48 hours to complete the sequence of one million digits. You can stop and resume at any time pressing the same button.

If anything (or everything) fails, you can reach me through the comments at this post.

If you want to edit something, you’ll have to go to Edit > Edit Mode (ctrl+e) and you’re free to experiment. Changing default time, musical scales (using MIDI values), the geometrical configuration of montra and some parameters of the 3 oscillators should be fairly simple. If you want to use this example to start to learn Pure Data, I’ll be thrilled. Just play around and get to know the Help section.

And feel free to ask questions. I’ll feel free to answer only when possible. 😉

Happy Pi Day!

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Routine Check: RC#20080305 – Pi Day Variation 1

Pi Day CountdownPi Day is celebrated worldwide every March, 14 (3.14 in American date format) and there are a lot of reasons to celebrate such an amazing mathematical entity. And there are also many ways to celebrate it.

I’ve been asked to design some form of musical representation and/or celebration of Pi to be used at local schools by a couple of Math teachers (my mother and one of her colleagues) and I’ve been doing several experiments with Pure Data (the perfect tool for Math and Music relations).
The basic principles I’m using are simple.
Pi is an irrational number, meaning it will continue infinitely without repeating, so you can read it as a non repeating sequence of all 10 digits (0, 1, 2, 3 , 4, 5 ,6, 7, 8, 9). If you map every digit (0, 1, 2, 3 , 4, 5 ,6, 7, 8, 9) to a specific musical note or sound you can have Pure Data “playing” Pi, simply by reading each digit at a time.
You can choose a long sequence, such as one million digits of Pi and feed it to any sort of synth or sample player and you’ll have a musical or sonic representation of that infinite non repeating sequence.

For the sake of musical interest and not to “scare” general public, I’ve chosen to map each digit to a note on the major pentatonic scale (the “Chinese” effect of playing the black keys of the piano), since it guarantees a certain overall harmony and the possibility of overlapping several series without dissonance. I’ve used a 2 octave range to have all 10 digits matching a different pitch and then I’ve established a pulse to have rhythmic regularity. This way Pure Data fetches the million digits of Pi and plays them, one at a a time. The mapping makes every digit send a MIDI note that gets converted to frequency (this way I can rearrange the scale at any time) and made audible through a simple modular synth, with amplitude and frequency modulation, that might resemble some metallic percussion. A discrete envelope filter and a noise generator to give it some color and the basis is done. That’s the faster sequence you hear on this track, but you’ll also notice a second, slower one. That’s because I wanted to add something, so I’ve added a second layer where Pure Data is also reading and playing Pi, also with the same pitch mapping, but 4 times slower and with a simpler sine wave. The pentatonic comes in handy here, and the end result has a “scaling” effect also relevant in the Mathematical context: if you use different approaches to the “meaning” of the sequence, you can find pretty much anything embedded into it— your name, your phone number, your ID number (check this Portuguese site).

The result at any stage can be interesting, in my opinion, and I’ll be making different variations of the original Pure Data patch available to anyone interested. For this Routine Check podcast episode I’ve decided to take a third period (a more structural thing) and add a small “suspension” every minute or so, and then end it with a slight twist (you’ll have to hear it).

If you want to use this sample in your own Pi Day celebration, feel free (feedback and credits are welcomed). But if you want a “broader” experience, I can send you the Pure Data patch with instructions. You’ll be able to study and alter it, and you’ll have a working example, where the digits show up in sequence, and the apparent patterns are not only audible, but visible.

Special thanks to Miguel Cardoso, for his help with Pure Data and my mother Rosa Amélia Martins, for the mathematical input.

Post-Scriptum: have you noticed that Pi Day and Pure Data share the same initials?

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Que medialab para as artes?

Esta pergunta é o mote dum evento que se vai realizar no Teatro Aveirense, amanhã, dia 18. Não sei quem organiza (o e-mail que recebi não trazia referências) e não vou poder estar presente, porque vou estar no Mal Vistos, no Porto.

Mas fico com pena de não poder ir e, se algum dos meus leitores for e quiser deixar um relato do que foi na caixa dos comentários, agradeço.

A “convocatória” que recebi reza assim:

Dia 18 vai realizar-se no Teatro Aveirense um evento de nome geral medialab. É contituido por duas partes: uma primeira é um painel de discussão, aberto, sobre o que abaixo se escreve, uma segunda parte é uma actuação muitidisciplinar na qual o público também pode intervir.

Espero que possa aparecer.

Que medialab para as artes?

Na conversa será abordada uma visão exploratória do caminho a seguir para um medialab na sociedade contemporânea (que medialab para o sec XXI?). Inquirindo e tentando descobrir, e compreender, como a linguagem da tecnologia (nomeadamente a digital/interactiva) e o seu impacto na sociedade, pode contribuir para o desenvolvimento de um novo espaço de investigação/exposição – na tentativa de encontrar e explorar a possibilidade que uma conversa deste género pode contribuir para a discussão/construção de novos espaços de afirmação para as artes, ciências e tecnologias.

No horizonte de um encontro entre artistas, cientistas e engenheiros, com diferentes procedimentos disciplinares e culturais, procurar-se-á a manifestação de uma plataforma de desenvolvimento de projectos que contribua para uma visão optimizada do espaço de desenvolvimento para as artes.

A conversa começará pelas 21.30h e às 23.00 haverá um espectáculo multimédia/performance/participativo.

Painel para dia 18 (conversa no TA)

  • Anselmo Canha (Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto)
  • Daniel Tércio (Faculdade de Motricidade Humana – UTL)
  • Dolores Wilber (DePaul University – USA)
  • Heitor Alvelos (Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto)
  • José Maria da Silva Lopes (Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto)
  • Len Massey (Royal College of Art– UK) qi
  • Mário Vairinhos (Universidade de Aveiro – DeCA)
  • Nuno Dias (Universidade de Aveiro – DeCA)
  • Paulo Bernardino (Universidade de Aveiro – DeCA)
  • Pedro Almeida (Universidade de Aveiro – DeCA)
  • Rui Penha (Universidade de Aveiro – DeCA)

músicos/performers

  • Len Massey
  • Heitor Alvelos
  • Dolores Wilber
  • Anselmo Canha
  • José Maria Lopes
  • Pedro Almeida
  • Paulo Lopes
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ciência

Pessoal e… transmissível

A TSF decidiu (e bem) retransmitir a conversa pessoal e transmissível do Carlos Vaz Marques com o matemático brasileiro Elon Lages Lima:

Elon Lages Lima, matemático
O que falta ao ensino da matemática não é pedagogia são os conhecimentos adequados por parte dos professores. O matemático brasileiro Elon Lages Lima garante que o problema é igual pelo mundo inteiro e defende, na entrevista ao fim da tarde, com Carlos Vaz Marques, que os professores também deviam ir a exame.

É de Junho de 2005, mas continua fundamental para quem não perceba a beleza da Matemática.

O site da TSF não é propriamente um bom exemplo de usabilidade e o feed do podcast não é muito explícito, por isso e para facilitar a pesquisa, deixo aqui o link do audio (enquanto estiver disponível do lado da TSF).