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Saber escrever não é coisa do passado

A última edição do A List Apart é dedicada às questões da escrita para a web [artigo 1] [artigo 2]. Numa altura em que é cada vez mais comum chegarem-nos às mãos projectos de web design em que ninguém se parece preocupar com o conteúdo (ninguém ainda percebeu o que quer dizer “content is king?”), ao mesmo tempo que é por demais evidente que a visibilidade e eficácia dum site depende não só da quantidade e validade do conteúdo, mas também da sua qualidade (sem esquecer nem sintaxe, nem semântica), estes artigos são mais uma razão para que, antes de “cuspir” layouts, templates e módulos de PHP e similares, apareça alguém capaz de perguntar: e os conteúdos? e o texto? quem é que escreve?

A minha experiência diz-me que uma das únicas formas de convencer um cliente ansioso de que a estruturação e escrita correcta de conteúdos relevante (que consome tempo e dinheiro) é uma fase fundamental dum processo de criação dum site é tentar explicar que o Google e os restantes motores de busca não passam de leitores “compulsivos”, que lêem na diagonal, parando brevemente nos títulos, sub-títulos e destaques e digerindo rapidamente tudo o que se lhes apresenta como texto*.

Quem percebe isto, está disponível para o processo de análise, composição e depuração exigível. Mas é mesmo muito raro.

* – estou perfeitamente consciente de que “content is king, but linking is queen” e que, quase tão relevante como o conteúdo propriamente dito é o número e qualidade das hiperligações estabelecidas para a página em apreciação. Mas o que podemos fazer pela qualidade e relevância estrutural do conteúdo das nossa páginas é muito mais do que o que podemos fazer pelo número inbound-links relevantes… aliás a melhor coisa que podemos fazer pelos inbound-links é garantir a qualidade e relevância estrutural do nosso conteúdo, certo?

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Google Analytics “not found”?

Não sei se terá alguma coisa a ver com o problema que afectou os servidores onde estava alojado o Technorati e o SixApart, mas acabei de dar com um “404 Not Found” a tentar aceder ao Google Analytics.

Google Analytics: 404 Not Found

Acho que uma coisa destas é o equivalente ao surgimento dos 4 “simpáticos” cavaleiros, no princípio de um “web-apocalipse”, ou não?

Haverá razões para nos preocuparmos?

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O que as pessoas procuram

Há dias, a ler este artigo do Pedro Aniceto (que me lembrou antigas crónicas do Nuno Markl) e, partilhando com ele a surpresa por algumas das pesquisas que fazem as pessoas chegar ao blog dele, dei por mim a pensar que, de facto, tudo o que escrevemos num blog, depois de misturado no mar caótico de conteúdos que é a web, acaba distorcido por causa da frequência (e grau de desespero) com que as pessoas conduzem certas pesquisas on-line. Queixava-se o Aniceto de visitantes supreendentes, que chegavam ao blog dele à procura de “casas de meninas em Leiria”, de “vídeos da Elsa Raposo” (esta já é uma clássica de que se queixava o Markl também) e até de— desculpem os leitores mais sensíveis— “putas em Mondim de Basto”. Esses visitantes, como o Aniceto reconhecerá, são relativamente “comuns”, visto que as pesquisas (se excluirmos os regionalismos) são feitas em massa, sem grande critério e basta que as palavras (todas ou algumas) apareçam num ou em vários artigos para que o blog sofra dessa distorção esquisita que é submeter-se aos critérios de busca globais. Eu, por exemplo, já fui visitado por gente que queria saber mais acerca do “estilo de vida dos dreads” ou sobre “albino moura” (quem é albino moura?), mas, até agora as pesquisas de carácter mais “sexual” não me têm afligido. (Este post, pelas razões já explicadas e a explicar vai acabar com isso).

De facto, pus-me a pensar que ao pegar naqueles termos e a voltar a referi-los, o Aniceto corre o risco (calculado, presumo) de voltar a ter picos de novos visitantes que encontram nesta alegre junção de termos razões mais que suficientes para visitar o que à primeira vista pareceria apenas um blog veterinário. 😉
O que é divertido, de certa forma. E perverso…

Voltei a pensar nesta questão e dispus-me a fazer esta experiência— calculo que este artigo em particular constitua uma pequena explosão de visitas— depois de ler artigos recentes do Arrastão, do Daniel Oliveira (este, este e mais este) que, pela quantidade de referências a práticas sexuais e outras formas de exprimir a sexualidade, provavelmente, aumentaram, inadvertidamente, a popularidade do blog (que já é tanta que talvez nem dê por isso) e, dessa forma, enviesam a leitura automatizada dos mecanismos de indexação automática.

A experiência de que falo é mesmo a simples escrita deste artigo com os termos específicos procurados nos blogs, e com links para posts com títulos “atractivos” e a posterior observação do impacto no número e tipo de visitantes. Podia pedir os dados estatísticos ao Pedro Aniceto e ao Daniel Oliveira, mas será mais divertido e mais fácil de ver num blog discreto como este. Em teoria, a partir deste momento, por mais linhas que escreva sobre cultura, participação cívica, concertos de música experimental e improvisada, tecnologias, acessibilidade web… vou ter “à perna” visitantes frustrados à procura de putas em Mondim de Basto ou noutras localidades, de apologias e denúncias de práticas homossexuais ou, simplesmente, de sexo anal… ou será banal?

Aquilo que as pessoas procuram deixa-me ora admirado, ora deprimido. Este aproveitamento pornográfico (vêm, mais uma palavra) que estou a fazer, para efeito de estudo, até custa a engolir (tudo soa diferente, agora).

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GAFYD

Eu gostava de ter tempo para vos explicar como é que, na minha opinião, as Google Apps— o Google Office 2.0, como lhe chamam uns e outros—, principalmente na sua versão GAFYD (Google Apps For Your Domain), podem revolucionar algumas organizações e alavancar definitivamente processos de colaboração on-line no seio de empresas, escolas, grupos e associações cívicas, famílias… mas como me enganei nas configurações do servidor durante o meu processo de “Googlificação”, fiquei sem correio durante um dia e isso atrasou tudo.

Fica prometido para breve.