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Electroplex

Cartaz de Adúlteros DesorientadosNo momento em que decidi o rumo a dar ao podcast que tão irregularmente tenho mantido por aqui (estejam atentos), e a meio da temporada de Adúlteros Desorientados na Serv’Artes— que anunciei aqui—, e já que actualizei a minha lista de músicas no MySpace, também, pareceu-me boa ideia “oferecer” aos leitores do blog este excerto da minha última banda sonora.

O título, inexplicável, como quase sempre, é Electroplex.

Juntamente com o cartaz da peça, aqui ao lado, pode ser que sirva de estímulo adicional para quem estiver a pensar ir ver a peça no Porto (na Serv’Artes é às terças-feiras, até 25 de Março) ou em Guimarães (lá estaremos no dia 23 de Fevereiro, no Centro Cultural Vila Flor) ou noutros locais e datas que iremos anunciando.

Mas se não gostarem da música, não a usem como desculpa para não irem! 😉

Quanto ao futuro deste podcast, darei mais notícias durante o fim de semana.

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À beira do abismo

Lembram-se dum jogador de futebol que, a propósito duma boa performance da sua equipa numa situação particularmente difícil, disse, com profundidade poética “estivemos a beira do abismo mas soubemos dar o passo em frente”? 😉

Foi mais ou menos isso que fiz a propósito das minhas angústias e inquietações com as plataformas de social networking. Numa atitude de “coragem, audácia e total desprezo pela vida”— o verdadeiro espírito dum casamento, segundo um outro “poeta”— registei-me em todas as que me lembrei com a secreta esperança de encontrar um procedimento de “avaliação comparativa” que me seja útil e, eventualmente, venha a ser útil a outros.

Resumo:

  • MySpace – estou registado como músico, tenho conteúdos específicos disponibilizados— música e calendário de eventos— e mais de 400 ligações já estabelecidas (“amigos”). É a mais “eficaz” e dinâmica, “socialmente”, em parte porque é onde estão presentes algumas das minhas ligações óbvias (outros projectos musicais). Tem um código de susto, permite integrar vídeos do YouTube, fotos do Flickr (estou a usar o Slide.com para isso) e tabelas da Last.fm, mas não importa o feed do blog, nem calendários externos…
  • Virbº – estou registado como músico, tenho conteúdos específicos disponibilizados — música e calendário de eventos—, mas só tenho 22 ligações estabelecidas (“amigos”). Consigo ter como blog o conteúdo que está aqui e as fotos do Flickr, através dos feeds. Os vídeos do YouTube vão lá parar “manualmente” e as tabelas da Last.fm também devem poder ir lá parar assim. O código é mais limpo e o aspecto base é muito melhor que o MySpace. Acima de tudo não parece ser frequentado pelo mesmo tipo de gente. É mais cool. Demasiado?
  • hi5 – estou registado como utilizador regular, porque só depois é que percebi que também há registos específicos para “bandas”. Não tenho conteúdos específicos. Tenho fotos do Flickr introduzidos por intermédio do Slide.com e tenho 18 ligações (“amigos”) feitas em tempo recorde. Pelos dados disponíveis no Alexa é a rede mais usada em Portugal, mas parece demasiado orientada para o engate adolescente. Posso ficar com essa sensação por estar registado como músico nas outras redes…
  • orkut – registei-me ontem depois de ver que, de acordo com o Alexa, é uma rede mais usada que o MySpace, em Portugal. Parece tudo extraordinariamente fraco, para um serviço afiliado do Google, mas consegue-se pôr lá todo o tipo de feeds e tem integração com os vídeos do YouTube. Espero não ser mal interpretado, mas parece uma rede feita por e para brasileiros… até nas comunidades em inglês ou nas comunidades regionais portuguesas a presença de brasileiros é avassaladora… não percebo bem o funcionamento desta rede e nem sequer sei explicar como é que posso ser encontrado… Não tenho ligações nenhumas e uma das minhas expectativas é perceber como é que elas vão aparecer (o processo básico de submeter endereços dos meus serviços webmail não resultou em nada, ou seja, aparentemente não conheço ninguém que use o orkut)
  • Multiply – acabei por me registar e tive algumas agradáveis supresas na integração de conteúdos: vai buscar fotos ao Flickr e vídeos ao YouTube, por exemplo. Só é pena que importe os conteúdos em vez de usar os feeds, o que faz com que as actualizações não sejam automáticas e que, relativamente aos blogs, não esteja preparado para vir buscar conteúdos aos WordPress. Tenho 1 ligação (“amigo”) que é a pessoa que me convidou para lá ir e despoletou isto tudo. Pelos processos sugeridos não encontrei outros amigos ou conhecidos nesta rede. Não percebo bem o mecanismo de partilha de playlists de música, porque não parece ser necessário ser autor das músicas para as colocar lá…
  • Facebook – uma rede já orientada segundo alguns dos princípios mais inteligentes de concentrar o “core” na criação e manutenção da rede de ligações, deixando os conteúdos e coisas restantes para “widgets” externos a que chamam “apps” e que, entre outras coisas, me permitiram colocar no perfil fotografias do Flickr, através do Slide.com e as tabelas da Last.fm. O código parece bom e moderno, o aspecto é o que se esperaria duma aplicação web moderna. Ligações ainda não tenho e aí é que a lógica do Facebook falha, parece-me. Se o princípio é replicar on-line as redes de contactos físicos, o objectivo é conseguido, já que as formas de associação são a proximidade regional ou a partilha de estabelecimentos de ensino ou locais de trabalho. O problema é que, na minha opinião, as redes com maior potencial são as que se baseiam na partilha de interesses e não de locais. Usar a web para coordenar a minha vida social “física” não me interessa muito. Mas descobrir pessoas à escala global que partilham interesses de “nicho”… isso a Last.fm e até o MySpace já me mostraram que tem algum interesse.

Um das formas óbvias de perceber o que é que resulta ou não, além do funcionamento estrito e das possibilidades oferecidas é analisar a dinâmica “social” da coisa. Afinal de contas, são redes sociais.

Uma primeira análise mostra-me que, no meu caso específico, será difícil surgir alguma coisa que possa tomar o lugar do MySpace, por muito que me custe. Só o hi5 parece ter um universo de utilizadores  e uma dinâmica comparável.
Assim sendo, espero que eles decidam cooperar com os esforços de integração propostos pelo Brad Fitz.

Mas a “minha” rede de eleição é, cada vez mais a Last.fm, por se basear na simples partilha de gostos musicais, que no meu caso, é central na “avaliação social” que faço das pessoas. Entre isso e a funcionalidade de Internet Radio… fico rendido.

Mas vou, apesar de tudo, tentar encontrar outros indicadores de desempenho das redes. Um que é fácil de implementar, mas não tão fácil de acompanhar é a eficácia de cada plataforma como mecanismo de divulgação, por exemplo, dos discos de Ohmalone à venda na iTunes Music Store (ainda está só o primeiro).

Só preciso de encontrar uma forma de publicitá-los da mesma forma em todos os suportes e, mais difícil, de avaliar o impacto real em cada rede. Alguém tem sugestões?

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Social Networking: so many places, so little time…

Já me lamentei mais do que uma vez acerca da confusão que é tentar manter actualizados os vários espaços nas redes de social networking em que parece que se “tem” que estar.

Periodicamente revejo cada uma das redes para tentar ver até que ponto é que a minha sensação de desconforto é ou não partilhada e para ver que estratégias estão a ser adoptadas para permitir o máximo de integração.

A verdade é que a maior parte das redes tenta optar pela estratégia mais “concentracionária” de dizer: venham para aqui porque aqui podem ter tudo: as fotos, os vídeos, o blog, o diabo a quatro.

Em boa verdade isso se calhar até é possível, mas com a proliferação de redes e com as lógicas de funcionamento em que é preciso estar registado para comentar, ver conteúdos ou coisas que tais, ficamos sempre dependentes da avaliação do nosso potencial conjunto de “amigos-digitais” já presentes em cada uma das redes. Quem consegue escolher dessa form, pode dedicar-se a uma rede em exclusivo e esperar que os seus “amigos” o sigam para onde quer que seja. É uma estratégia muito fácil para machos e fêmeas alfa, mas para a malta mais fraca e menos popular não é tão fácil. 😉

Mas também é verdade (e já o disse mais do que uma vez) que as redes e serviços especializados oferecem um serviço logicamente mais completo naquilo em que se especializam. Todas as redes têm álbuns de fotografias, mas não como o Flickr. Todas têm vídeos, mas não como o YouTube. Todas têm música e “tabelas” de gostos musicais, mas não como a Last.fm. Todas têm blogs ou sistemas de “pensamentos e notas do dia”, mas sem as potencialidades que tenho neste blog em WordPress ou que teria com o Blogger ou similar.
É essencialmente essa a razão pela qual eu sou um adepto incondicional de eventuais estratégias de integração dos conteúdos: o ideal seria deixar que cada pessoa escolhesse as plataformas de introdução e partilha base dos seus conteúdos adaptados aos media e suportes escolhidos. Depois, o trabalho de social networking seria precisamente apenas o de estabelecer as ligações entre pessoas e entre as pessoas e os seus conteúdos.

Do lado das redes de distribuição de conteúdos há imensos esforços nesse sentido (widgets, feeds…), mas a resistência das plataformas de social networking é grande, porque é a utilização intensiva que lhes interessa (escrita de posts e comentários, upload de fotografia, vídeos e música, etc). No limite, uma rede social verdadeiramente eficaz podia simplesmente ir colher conteúdos aos vários locais indicados pelos seus legítimos autores e permitir trocas de comentários entre utilizadores, com notificações por e-mail, ou seja, poderia não receber visitas. É pouco provável que alguma das plataformas avance nesse sentido, de facto.

Até lá, podemos ir aplaudindo os pequenos esforços de integração, como seja o facto de no Virbº ser possível:

  • usar um feed externo para a secção de blog, evitando duplicações de entradas
  • integrar os álbuns do Flickr no perfil pessoal
  • ter os vídeos do YouTube facilmente no perfil (não é automatizado, ainda)

Por estas e por outras, acho o Virbº uma das melhores plataformas de social networking, mas o número de utilizadores e o número de “amigos-digitais” que tenho no MySpace, por exemplo (ou que poderia ter no hi5), não me fazem ter grande vontade de me mudar para lá de armas e bagagens. Não sou suficientemente alfa para isso.

Mas a julgar pela quantidade de utilizadores de várias plataformas e pela sua aparente calma deve haver uma melhor estratégia de gestão dos hábitos de social networking por aí… eu é que não conheço. Ou isso, ou o retorno que tiram da sua presença nas redes é diferente do meu. 🙁

Entretanto mantêm-se duas redes por analisar: facebook e multiply. Para a segunda recebi um convite explícito (entra a parte alfa da coisa) e a primeira parece ser pensada em torno destes princípios que eu defendo: abertura para conteúdos vindos de fora por widgets e feeds e gestão apenas dos contactos e similares.

Alguém tem sugestões a dar?

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Fadiga Social

Voltei de Évora cansado, como é habitual depois dum concerto da Fanfarra e trouxe alguns contactos, como de costume, para tentar dar uso e fazer crescer as redes sociais online em que me envolvi (MySpace, Virbº, Last.fm, hi5, etc…), especialmente nesta altura em que se prepara a nossa aparição num evento de tão larga escala como é o Festival de Paredes de Coura.

Como sempre, o processo de abrir e fechar sites para adicionar contactos, escrever pequenas notas acerca do que aconteceu e pôr avisos para o que vai acontecer, responder às várias solicitações e “parecer vivo” consome mais tempo do que deve e faz-me pensar que a interoperabilidade nas plataformas de social networking devia ser um desígnio base. Escrever num blog único, colocar as fotografias num álbum único e os vídeos na sua própria galeria, publicar um podcast uma única vez e BUM! (à la Steve Jobs) ter os conteúdos todos, automagicamente espalhados pelas várias redes, onde ferramentas de interacção mais específicas e lógicas de agregação mais selectivas me permitissem fazer a real “gestão” da(s) minha(s) rede(s) de contactos sociais… isso é que era vida!

Em vez disso, acrescentei à minha lista de redes sociais a avaliar (onde já só estava o Facebook), o Multiply, porque lá recebi mais um convite dum amigo real.

É ou não de emaranhar pelas paredes? Felizmente o calor que se faz sentir não dá para grandes irritações… 🙁

Ao fundo do túnel, o Jeffrey Zeldman alerta para esforços recentes na área da social network portability. A malta deste projecto fala mesmo de “social network fatigue“… sei bem o que isso é.

O que é que poderei fazer para ajudar? Desde que não seja estar em todas as redes a fazer lobbying para a adopção deste ou daquele standard… é que sou muito céptico acerca da adopção de qualquer standard ou prática decente por parte das plataformas com mais peso no negócio.

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Como é que o hi5 pode ser tão mau?

As plataformas de social networking mais populares são, regra geral, as piores em termos de funcionalidades, estrutura base e rigor e robustez do código. O MySpace e o hi5 são bons exemplos de como as piores práticas (im)possíveis e (in)imagináveis em termos de programação dão origem a plataformas com um crescimento “assustador” e que acabam, infeliz e perigosamente, a ditar tendências de utilização e rotinas-padrão para muitos utilizadores finais da web.

O crescimento mais modesto de projectos como o Virbº e a Last.fm, por outro lado, mostram como o rigor no design e no código estão longe de ser critério na escolha das plataformas. Em bom rigor, as pessoas escolhem e usam as ferramentas de interacção social como quem escolhe o(s) café(s) e discoteca(s) a que vai: uma pequena parte da decisão depende do gosto pessoal, uma parte significativa, do “grupo” a que se pertence, uma outra ainda, dos grupos a que se quer pertencer.

(Deixo ao vosso critério a interpretação do facto de estar presente em todas estas plataformas.)

Mas o que não me cansa de surpreender é como o hi5 é mau. Em coisas básicas como a codificação de caracteres, por exemplo, é quase pré-histórico:

hi5 e a codificação de caracteres: como é que o hi5 pode ser tão mau?

Ó senhores, nunca ouviram falar do Unicode? Até dá para pôr texto de pernas para o ar

E o pior de tudo isto é que, pelo número de pessoas que se vê a abdicar no hi5 do uso de acentos, cedilhas e outros caracteres fundamentais do português bem escrito, fica-se a perceber que há muita boa gente a quem a debilidade da plataforma em nada prejudica.… será que é considerado prático pela “geração SMS”?

É triste. 🙁