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Solo para olhos bem fechados

Sem percebermos bem como, habituámo-nos a viver no escuro. Uns apenas a sobreviver, outros a prosperar. Mas todos no escuro.
E a verdade é que, neste escuro pesado que cai sobre nós, ainda que sintamos os sinais da existência dos outros, dificilmente nos podemos de facto reconhecer. E no mais brilhante dos dias, saídos da caverna, havemos de olhar uns para os outros e perguntar “quem és? o que fazes? o que fazias ali, no escuro?”. E nem todos seremos capazes de responder.

Foi hoje, no Passos Manuel, em noite de Tell.

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Criatura #20081127

Para ouvir às escuras, o meu solo em saxofone baixo apresentado no Projecto Tell, no dia 27 de Novembro, no Passos Manuel.

(ainda que não o diga frequentemente) as tuas criaturas povoam os meus sonhos

estudo #20081127

Este estudo é a primeira apresentação (identificada como tal) dum work-in-progress, que conta já com alguns anos de existência / insistência: a procura e reprodução de sons sugeridos por criaturas nascidas em ilustrações familiares.
Essas criaturas, através dos novos instrumentos que “geraram” e das novas técnicas que me “ensinaram”, povoam a minha criação musical dos últimos 10 anos, sem exigir nada em troca. Ao preparar um momento de reconhecimento e retribuição, o plano de estudos prevê a apresentação pontual de algumas dessas criaturas, intercaladas com momentos de mais descoberta e diálogo.

Com um agradecimento muito especial ao João Figueiredo e ao Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian, por me permitirem explorar essa extraordinária criatura musical que é o saxofone baixo.

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F.R.I.C.S. + José Cid: as provas

Não há muito a dizer. Os registos vão aparecendo e não serão nunca suficientemente esclarecedores.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Un-6kuqCH0I[/youtube]

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=wsuVeuit-Zg[/youtube]

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F.R.I.C.S. convida José Cid. Imperdível!

F.R.I.C.S. convida José Cid, no Passos manuel, 3 de Dezembro

Um evento difícil de descrever, difícil de prever e, certamente, difícil de esquecer.

É já amanhã, dia 3 de Dezembro, no Passos Manuel e, se houvesse algum tipo de justiça, ou simplesmente lógica, no funcionamento do mundo, a sala estaria cheia. Como não há, contamos com toda a gente capaz de compreender estas singularidades.

Sente-se preparado?

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Projecto Tell, 1 artista = 1 euro

A primeira sessão do Projecto Tell foi no dia 13 de Novembro (e parece ter tido grandes momentos). E a segunda, foi esta quinta-feira, dia 20. Planeei escrever sobre este projecto no dia em que recebi o convite para participar e depois fui adiando, por uma razão ou por outra (ou por nenhuma) até chegar a este ridículo de nada ter escrito aqui até agora e estar a alguns dias de participar.

É no dia 27, quinta-feira, no Passos Manuel, no Porto, às 22h00. Às escuras.

Como em todas as outras noites do projecto, apresentam-se 7 performances de quem aceitou o desafio lançado pela Inês Maia e pelo Sérgio Marques: “tens alguma coisa a dizer no escuro?

Miguel Cabral, Ana Deus, Isabel Alves Costa, Valter Hugo Mãe, Susana Chiocca, Calhau e Alexandre Osório apontaram à maçã no dia 13.
Rute Rosas, Ivo Bastos, Ana Laranja, Regina Guimarães, Miguel Bonneville, Ada Pereira da Silva e Isabel Barros fizeram o mesmo no dia 20.
João Pedro Costa, Teresa Branco & Olga Rocha, João Gesta & Susana Meneses, Marta Bernardes, João Martins (sim, sou eu) e Vera Santos & Tiago Dionísio, lá estarão, às escuras, no dia 27.
Igor Gandra, Mário Afonso, Simão Costa, Liz Vahia & Nerea Barros, António Júlio, Amarante Abramovici e Rui Lima & Sérgio Martins fecham o ciclo, a 4 de Dezembro.

Não quero levantar o véu sobre o que pretendo fazer, já que todo o público deve estar “às escuras”, mas agrada-me que este convite tenha coincidido com a minha crescente vontade de trabalhar, a solo, ideias que me surgem quando estou eu próprio (normalmente) às escuras, a dormir. Digamos que o convite acertou na maçã, no meu caso.

Por isso, se não tiverem medo do escuro, apareçam, na próxima quinta-feira, no Passos Manuel, para mais esta sessão do Projecto Tell. Quem tiver medo do escuro, pode vir na mesma e fechar os olhos. 😉

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Pontapé de saída

DSC00006.JPG, colocada no Flickr por joaomartins.

No fim da apresentação de Kino Eye, estávamos satisfeitos. E tínhamos razões para isso: foi um óptimo pontapé de saída para a “digressão”.
No calendário, segue-se Barcelos, na próxima quarta-feira.

Se puderem, mantenham-se atentos ao Space Ensemble:

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Space Ensemble apresenta Kino Eye

O Space Ensemble começa em Abril a apresentar o seu novo projecto de filme-concerto. Do universo da animação de silhuetas de Lotte Reiniger, passamos à “primeira coisa cinematográfica não ficcional, sem guião nem actores, e realizado fora de estúdio e sem cenários“. Kino Eye, de Dziga Vertov é uma obra desconcertante realizada em 1924 e será o guião duma nova experiência, para novos públicos.

12 de Abril, sessão no Passos Manuel, no Porto.
16 de Abril, sessão no Zoom Cineclube, em Barcelos.

Em Maio, vamos até Portalegre e Leiria.

Recomeça a temporada!

Eu sou o cine-olho.
Eu sou um construtor. Você, que eu criei, hoje, foi colocada numa câmara (quarto) extraordinária, que não existia até então e que também foi criada por mim. Neste quarto há doze paredes que eu recolhi em diferentes partes do mundo. Justapondo as visões das paredes e dos pormenores, consegui arrumá-las numa ordem que agrade a você e edificar devidamente, a partir de intervalos, uma cine-frase que é justamente este quarto (câmara).

Eu, o cine-olho, crio um homem mais perfeito do que aquele que criou Adão, crio milhares de homens diferentes a partir de diferentes desenhos e esquemas previamente concebidos.

Eu sou o cine-olho.

De um eu pego os braços, mais fortes e mais destros, do outro eu tomo as pernas, mais bem-feitas e mais velozes, do terceiro a cabeça, mais bela e expressiva e, pela montagem, crio um novo homem, um homem perfeito.

Eis, cidadãos, o que vos ofereço em primeira mão, em lugar da música, da pintura, do teatro, do cinematógrafo e de outras efusões castradas.