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Monstros de Vidro

Monstros de Vidro, cartaz de João Guedes

Monstros de Vidro é o nome da nova criação do Visões Úteis, que estreia no Teatro Carlos Alberto, no dia 25 de Novembro (porque a 24 estaremos solidários com a Greve Geral), ficando em cena até 4 de Dezembro, apresentando-se depois no TAGV, em Coimbra, e no Estúdio PerFormas, em Aveiro.

Assino, como habitualmente, a banda sonora original e sonoplastia do espectáculo, além de assegurar elementos gráficos e audiovisuais que integram o espaço cénico e a dramaturgia.

E é aqui que começamos a perguntar: se perdermos o controlo e nos espatifarmos lá em baixo, como é que estar dobrado para a frente com as mãos sobre a cabeça me vai salvar a vida? E se isto não me salva a vida, porque é que eles querem que eu me ponha nesta posição?

Porto – Teatro Carlos Alberto (acolhimento Teatro Nacional S. João)

24 Novembro
Estreia adiada devido à Greve Geral / Concentração pela Cultura às 21h30 no Teatro Carlos Alberto

25 de Novembro a 4 Dezembro
Quarta a Sábado: 21h30
Domingo: 16h

Monstros de Vidro

40ª criação Visões Úteis

texto e direção Ana Vitorino, Carlos Costa
cenografia e figurinos Inês de Carvalho
banda sonora original e sonoplastia João Martins
desenho de luz José Carlos Coelho
elementos gráficos e audiovisuais entropiadesign
co-criação Ana Azevedo, Nuno Casimiro, Pedro Carreira

interpretação Ana Azevedo, Ana Vitorino, Carlos Costa, Pedro Carreira e ainda Inês de Carvalho
voz-off Alice Costa

Próximas apresentações:

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trama³ | uma amostra

trama³, trama ao cubo

Com a aproximação da estreia do projecto trama³ (dia 26 de Junho no Fundão e apresentação no dia 2 de Julho em Aveiro), haverá quem se interrogue sobre o que verdadeiramente interessa: a que soa este novo instrumento.

Pode soar a muita coisas e esta gravação que partilho é um exemplo. É a primeira improvisação que gravámos durante o processo de construção e creio que é um bom cartão de visita para o projecto. Adequado, pelo menos.

trama³

um projecto de João Martins, com Gustavo Costa e Henrique Fernandes

Neste projecto, um tear artesanal transforma-se num hiper-instrumento musical, com diversos registos tímbricos em configurações interligadas que permitem aos 3 músicos abordá-lo ora como um instrumento único, ora como um ensemble quase orquestral. Sobre a estrutura do tear, em intervenções que procuram compreender o seu funcionamento primário, enquanto exploram um vasto conjunto de possibilidades sónicas— sugeridas, na sua maior parte, pela observação de teares nos seus contextos originais—, fixam-se cordas, molas, caixas e vários objectos comuns, distribuindo pelas várias “faces visitáveis” da máquina, modos de produção de som interligados.

E, do mesmo modo que a concepção e construção do próprio instrumento procura compreender e valorizar os aspectos funcionais pré-existentes, a concepção global do projecto procura estabelecer pontes tangíveis entre os modos e os conteúdos da nova produção musical e as técnicas artesanais, as pessoas e os locais que compõem a memória do objecto. Gestos da tecelagem e das actividades relacionadas são recuperados como gestos de produção sonora no novo instrumento; recolhas de sons quer dos teares, quer das paisagens sonoras em que os descobrimos integram, como texturas e como motivos, o reportório concebido.
Estes teares— os seus “corpos”, o seu universo e identidade particular— são por isso, física e conceptualmente, o material de base para mais dois músicos— cúmplices de longa data—, artesãos, inventores e construtores de instrumentos que interpretam com as suas próprias ferramentas o desafio original.
Uma intrincada teia que cruza Música e Arte Sonora, aborda várias definições possíveis de instrumento musical e estende uma ponte audível, atenta e crítica entre práticas artísticas e práticas artesanais, enquanto reconhece o valor primordial das paisagens naturais e humanas genuínas.

Uma encomenda do Município do Fundão
Co-produção: Câmara Municipal do FundãoA Moagem – Cidade do Engenho e das Artes / Granular Associação
Produção executiva e acolhimento: A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes

História do Projecto

Em 2005, como parte do processo de concepção dum espectáculo de teatro, concebi e construí um instrumento musical reutilizando a estrutura dum tear manual de mesa, que tinha utilizado em trabalhos oficinais como aluno do ensino secundário. O instrumento, a que chamei Contratear– a partir do nome da peça, “O Contrabaixo” (Visões Úteis, 2005)-, foi usado posteriormente em vários concertos e performances e passou a integrar o meu instrumentário regular. Em 2009, A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, propõe à Granular o desenvolvimento dum projecto musical centrado nos esforços de dinamização da actividade artesanal de grupos de tecedeiras nas Aldeias do Xisto e a Granular contacta-me, por causa do Contratear. E, assim, em Maio de 2009, estive em residência artística nas Aldeias do Xisto (Janeiro de Cima e Bogas do Meio), tendo como objectivo de curto prazo a concepção duma performance a apresentar na LX Factory, em Junho de 2009 e, como objectivo final a concepção e construção dum novo instrumento musical construído a partir dum tear. Essa primeira fase, a solo, mudou consideravelmente a minha relação com o Contratear, não tanto pela performance que realizei na Arthobler / Ler Devagar (LX Factory), mas pela imersão no universo dos teares artesanais e pela descoberta de imensos pontos de contacto entre os objectos da tecelagem e diversos instrumentos musicais, mas também entre os processos de concepção e registo dos padrões em uso nas práticas artesanais e técnicas de composição e escrita musical. A compreensão, também nessa altura, do carácter primordial do tear, enquanto máquina-ferramenta universal e a reflexão sobre o seu desenvolvimento mecânico e técnico, especialmente a partir da Revolução Industrial, e sobre o significado que a manutenção das práticas artesanais tem, face a esse desenvolvimento, influenciaram de forma decisiva, ainda que menos visível, a orientação conceptual do projecto para o qual, desde o início, contava com a colaboração do Gustavo Costa e do Henrique Fernandes, parceiros em variadíssimos projectos e, eles próprios, inventores e construtores de instrumentos. A estratégia usada na performance a solo de 2009, recorrendo a uma base audiovisual construída pela selecção, edição e manipulação de recolhas áudio e vídeo feitas durante a residência provou a sua eficácia quer como mecanismo de referenciação, quer como partitura estrutural e com base nessa primeira experiência, a segunda fase do projecto avançou para a concepção e construção dum novo instrumento sobre a estrutura pré-existente dum daqueles teares. Nesta segunda fase, trabalhámos já em conjunto, no Fundão, procurando transferir todas estas preocupações para o próprio processo de construção, a que acrescia a vontade e necessidade de diversificar os modos de produção de som, por forma a aproveitar ao máximo a área disponível na estrutura e alcançar o objectivo de, em vez de sobrepôr vários pequenos instrumentos à estrutura, usá-la como base dum instrumento único, polivalente, com o máximo de módulos interligados. A interpretação do desafio original, concretizou-se e expandiu-se no encontro das 3 personalidades e experiências específicas e com o contributo crítico de quem acompanhou este processo e, especialmente, de Albrecht Loops. Além da concepção e construção deste novo instrumento, realizámos novas recolhas sonoras e testámos novas formas de utilização e manipulação e desenvolvemos estratégias composicionais baseadas em regras simples e padrões que referenciam, de alguma forma, o universo das práticas artesanais e estudámos e estruturámos vários modos performativos. Um processo desta natureza evolui constantemente e não tem um fim natural; apenas
pontos de paragem e reflexão que sugerem novos desenvolvimentos. O ponto onde nos encontramos é particularmente rico: não só possuímos um instrumento poderoso e flexível, como dominamos formas performativas coerentes e consequentes. A documentação e enquadramento da globalidade do projecto permitirão uma leitura mais completa e rica do objecto em si mesmo, mas as suas actuais possibilidades performativas são inegáveis.

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trama³, trama ao cubo

trama³, trama ao cubo

trama³

um projecto de João Martins, com Gustavo Costa e Henrique Fernandes

Neste projecto, um tear artesanal transforma-se num hiper-instrumento musical, com diversos registos tímbricos em configurações interligadas que permitem aos 3 músicos abordá-lo ora como um instrumento único, ora como um ensemble quase orquestral. Sobre a estrutura do tear, em intervenções que procuram compreender o seu funcionamento primário, enquanto exploram um vasto conjunto de possibilidades sónicas— sugeridas, na sua maior parte, pela observação de teares nos seus contextos originais—, fixam-se cordas, molas, caixas e vários objectos comuns, distribuindo pelas várias “faces visitáveis” da máquina, modos de produção de som interligados.

E, do mesmo modo que a concepção e construção do próprio instrumento procura compreender e valorizar os aspectos funcionais pré-existentes, a concepção global do projecto procura estabelecer pontes tangíveis entre os modos e os conteúdos da nova produção musical e as técnicas artesanais, as pessoas e os locais que compõem a memória do objecto. Gestos da tecelagem e das actividades relacionadas são recuperados como gestos de produção sonora no novo instrumento; recolhas de sons quer dos teares, quer das paisagens sonoras em que os descobrimos integram, como texturas e como motivos, o reportório concebido.
Estes teares— os seus “corpos”, o seu universo e identidade particular— são por isso, física e conceptualmente, o material de base para mais dois músicos— cúmplices de longa data—, artesãos, inventores e construtores de instrumentos que interpretam com as suas próprias ferramentas o desafio original.
Uma intrincada teia que cruza Música e Arte Sonora, aborda várias definições possíveis de instrumento musical e estende uma ponte audível, atenta e crítica entre práticas artísticas e práticas artesanais, enquanto reconhece o valor primordial das paisagens naturais e humanas genuínas.

Uma encomenda do Município do Fundão
Co-produção: Câmara Municipal do FundãoA Moagem – Cidade do Engenho e das Artes / Granular Associação
Produção executiva e acolhimento: A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes

História do Projecto

Em 2005, como parte do processo de concepção dum espectáculo de teatro, concebi e construí um instrumento musical reutilizando a estrutura dum tear manual de mesa, que tinha utilizado em trabalhos oficinais como aluno do ensino secundário. O instrumento, a que chamei Contratear– a partir do nome da peça, “O Contrabaixo” (Visões Úteis, 2005)-, foi usado posteriormente em vários concertos e performances e passou a integrar o meu instrumentário regular. Em 2009, A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, propõe à Granular o desenvolvimento dum projecto musical centrado nos esforços de dinamização da actividade artesanal de grupos de tecedeiras nas Aldeias do Xisto e a Granular contacta-me, por causa do Contratear. E, assim, em Maio de 2009, estive em residência artística nas Aldeias do Xisto (Janeiro de Cima e Bogas do Meio), tendo como objectivo de curto prazo a concepção duma performance a apresentar na LX Factory, em Junho de 2009 e, como objectivo final a concepção e construção dum novo instrumento musical construído a partir dum tear. Essa primeira fase, a solo, mudou consideravelmente a minha relação com o Contratear, não tanto pela performance que realizei na Arthobler / Ler Devagar (LX Factory), mas pela imersão no universo dos teares artesanais e pela descoberta de imensos pontos de contacto entre os objectos da tecelagem e diversos instrumentos musicais, mas também entre os processos de concepção e registo dos padrões em uso nas práticas artesanais e técnicas de composição e escrita musical. A compreensão, também nessa altura, do carácter primordial do tear, enquanto máquina-ferramenta universal e a reflexão sobre o seu desenvolvimento mecânico e técnico, especialmente a partir da Revolução Industrial, e sobre o significado que a manutenção das práticas artesanais tem, face a esse desenvolvimento, influenciaram de forma decisiva, ainda que menos visível, a orientação conceptual do projecto para o qual, desde o início, contava com a colaboração do Gustavo Costa e do Henrique Fernandes, parceiros em variadíssimos projectos e, eles próprios, inventores e construtores de instrumentos. A estratégia usada na performance a solo de 2009, recorrendo a uma base audiovisual construída pela selecção, edição e manipulação de recolhas áudio e vídeo feitas durante a residência provou a sua eficácia quer como mecanismo de referenciação, quer como partitura estrutural e com base nessa primeira experiência, a segunda fase do projecto avançou para a concepção e construção dum novo instrumento sobre a estrutura pré-existente dum daqueles teares. Nesta segunda fase, trabalhámos já em conjunto, no Fundão, procurando transferir todas estas preocupações para o próprio processo de construção, a que acrescia a vontade e necessidade de diversificar os modos de produção de som, por forma a aproveitar ao máximo a área disponível na estrutura e alcançar o objectivo de, em vez de sobrepôr vários pequenos instrumentos à estrutura, usá-la como base dum instrumento único, polivalente, com o máximo de módulos interligados. A interpretação do desafio original, concretizou-se e expandiu-se no encontro das 3 personalidades e experiências específicas e com o contributo crítico de quem acompanhou este processo e, especialmente, de Albrecht Loops. Além da concepção e construção deste novo instrumento, realizámos novas recolhas sonoras e testámos novas formas de utilização e manipulação e desenvolvemos estratégias composicionais baseadas em regras simples e padrões que referenciam, de alguma forma, o universo das práticas artesanais e estudámos e estruturámos vários modos performativos. Um processo desta natureza evolui constantemente e não tem um fim natural; apenas
pontos de paragem e reflexão que sugerem novos desenvolvimentos. O ponto onde nos encontramos é particularmente rico: não só possuímos um instrumento poderoso e flexível, como dominamos formas performativas coerentes e consequentes. A documentação e enquadramento da globalidade do projecto permitirão uma leitura mais completa e rica do objecto em si mesmo, mas as suas actuais possibilidades performativas são inegáveis.

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Silêncio em Aveiro

Começou neste dia 15 e prolonga-se até dia 25 o ciclo Silêncio, promovido pelas Oficinas sem Mestre, aqui em Aveiro, com iniciativas a decorrer no Teatro Aveirense, no PerFormas e no Mercado Negro. A iniciativa é de peso, com manifestações diversas (workshops, conferências, exposições, concertos, teatro, filmes comentados, etc) e agitando, de facto, quase todo o tecido cultural da cidade. No dia 23, modero um painel dedicado ao Declínio da Era da Palavra, mas aconselho vivamente uma consulta atenta e profunda a toda a programação:

SILÊNCIO

Toda a palavra ou enunciado são precedidos por uma voz silenciosa, por um sonho acordado repleto de imagens e de pensamentos difusos sempre actuantes no nosso íntimo. As formulações que daí emergem podem depois ser esmagadas logo à nascença. As ditaduras, na essência ou nas margens dos regimes políticos, ou como doença viral em relacionamentos pessoais, tendem a calar o indivíduo. A modernidade, por outro lado, leva a mal o silêncio.

A palavra sem fim e sem réplica prolifera em detrimento da palavra renascente da comunicação quotidiana com os nossos próximos. Falamos da palavra que muda de estatuto antropológico: sai da ordem da conversa, entra no domínio dos mass media, das redes, dos telemóveis. Invasora, vã e tranquilizante. Philippe Breton falava do paradoxo de uma sociedade “altamente comunicante e fracamente coincidente”.

Mas não devemos avaliar o silêncio apenas por antifrase. No início dos anos 60, George Steiner já proclamava o “declínio do primado da palavra”, por um lado devido a factores sociais (tendência para crescente iliteracia, incluindo as elites económicas e políticas) e por outro, devido à evolução técnico-científica (que leva à valorização de outras linguagens, nomeadamente a linguagem matemática). Se alargarmos a geografia das nossas reflexões, veremos também que Ocidente e Oriente assumem estratégias distintas de significação do silêncio e da palavra. Falemos então de silêncios – os que crescem connosco, os que conservamos, os que estranhamos, os que quebramos.

PROGRAMAÇÃO

15 de Abril | Quinta-feira
PERFORMAS
| O SILÊNCIO NO CINEMA – I

22H00 | Exibição do filme «The Bow» («O Arco») de Kim Ki-duc (Coreia do Sul, 2005, 90’) seguido de debate

23H45 | Filme escolhido pelo público de entre uma pré-seleccão de filmes feita pelas OSM

16 de Abril | Sexta-feira
PERFORMAS

21h30 | Painel I – OLHAR O SILÊNCIO: IMAGEM E COMUNICAÇÃO

  • Adriana Baptista, docente da ESE e da ESMAE, apresenta «Nas imagens, o silêncio diz tudo ao mesmo tempo»
  • Paula Soares, docente da UA/DeCA, apresenta «Uma retórica do silêncio, João César Monteiro»

Moderação: Rui Baptista, jornalista (Lusa)

17 Abril | Sábado
MERCADO NEGRO

17h00 | Inauguração de Exposições

  • «Sobre Perder Tempo», Envelopes Anónimos, autor anónimo
  • «Personagens imaginárias ou imaginários de uma personagem», fotografia, mariana de almeida
  • No exercício constante do fazer de conta, faz de conta que é actriz. Significa, exprime, divaga estados de (in)consciência, gestos, silêncios, sentimentos, máscaras. O retrato do imaginário, transparece uma multiplicidade de reflexões, como que numa casa de espelhos, sabendo-se que neles as imagens são intocáveis.
    “ (…) a máscara é o sentido quando é absolutamente pura…”, Roland Barthes
  • «Silêncio», colectiva de pintura (listagem definitiva de artistas a anunciar)
  • Projecção (contínua) do filme «La Maison des Petits Cubes» de Kunio Katõ (Japão, 2008, 12’3’’)
  • Intervenção cénica, «Larilalá», Larissa Latif

18h00 | COMUNIDADE DE LEITORES ALMA AZUL

  • A partir da obra «Amigo e Amiga – Curso de Silêncio de 2004» de Maria Gabriela Llansol.
  • Projecção do filme «Curso de Silêncio» de Vera Mantero (Portugal, 2007).

17 Abril | Sábado
PERFORMAS

21h30 | Painel II – SILÊNCIO NA LITERATURA

  • Isabel Cristina Pires, psiquiatra, poetisa
  • Paulo Pereira, docente da UA/DLC, apresenta «Alguns afluentes do silêncio na poesia contemporânea portuguesa»
  • Lurdes Maria Costa, mestranda na UA/DLC, apresenta «O silêncio é o sítio onde se grita – a poesia de Ary dos Santos»
    “O silêncio não é apenas a subtracção da palavra. O grito, o riso, a palavrosidade excessiva, a afronta, o insulto e a obscenidade, a exuberância … também são formas de silêncio.”
  • Irene Alexandre, mestranda na UA/DLC, apresenta «Silêncio na obra de Gonçalo M. Tavares»

O painel conta ainda com a participação de Rui Pedro cantando Ary dos Santos
Moderação: Maria do Rosário Fardilha (socióloga)

23h30 | Recital de Poesia de Alberto Serra com participação especial dos músicos Marco Oliveira e Rui Pedro

“O Silêncio é de todos os rumores o mais próximo da nascente” – Eugénio de Andrade

18 de Abril | Domingo
Sala-estúdio TEATRO AVEIRENSE

11h00-12h00 | Workshop NO SILÊNCIO ACONTECE, orientado por Luísa Vidal (docente de artes visuais e artista plástica) e Tânia Sardinha (docente de artes visuais e formadora na área da criatividade)

Por meio de actividades lúdicas e de carácter plástico, estimular a criatividade, desenvolver a capacidade de expressão e comunicação, e potenciar a partilha na experiência entre pares e em grupo.
Pretende-se também promover a relação e o vínculo afectivo entre avós e netos, através da construção de um espaço e de um tempo onde a criatividade de gerações distintas possa fluir lado a lado.

Destinatários do workshop: avós e netos dos 3 aos 55 anos

17h30-19h30 | Workshop SILÊNCIO, INTERIORIDADE E EXPRESSÃO, com Maria João Regala (psicoterapeuta)

O corpo atravessa o silêncio em novas linguagens. Usa o movimento, a improvisação, a acção. No olhar do outro encontra, decifrada, a sua imagem. Muitas perguntas, respostas transitórias, estranheza, empatia, inquietação e espanto. Do encontro nasce o novo – não sei ainda se um casulo, uma planície ou um castelo.

Destinatários: a partir dos 18 anos

18 de Abril | Domingo
PERFORMAS

21h30 | O NADA, peça da autoria do Ceta – Círculo Experimental de Teatro de Aveiro

21h45 | Painel III – SILÊNCIO E (DES)ORDEM

  • José Tolentino Mendonça, poeta e teólogo (sujeito a confirmação)
  • Ricardo Ribeiro, compositor, apresenta «Silêncio e transversalidade nas artes»
    “É na sua íntima ligação ao vazio, que o silêncio alcança a sua imperecível dimensão de transversalidade artística…
    Do silêncio ao vazio, do vazio à fragilidade: a fragrância do pequeno e do mínimo, é o pouco que sugere o muito, o finito que engendra o infinito…”
  • António Morais, presidente da Direcção do Ceta, apresenta «O duplo silêncio e o absurdo»
    “A origem do teatro acontece depois do silêncio, depois da noite, depois da escuridão… então o homem acorda e descobre o absurdo da sua própria existência… e regressa ao silêncio, à noite, à escuridão, ao nada… O espelho teatral reflecte o absurdo da vida, amenizando-o… Há dois silêncios que envolvem as palavras. Um silêncio que as precede e um outro silêncio que as sucede…”
  • Ana Cruz, mestre em Direito, apresenta «O sagrado direito ao silêncio ou o silêncio no direito?»
    “Em sede de Direito Penal, o direito ao silêncio aparece relacionado com os direitos fundamentais e garantias individuais consagradas na Constituição da República Portuguesa e é considerado como uma garantia fundamental na ordem juridíco-constitucional. (…)”

Moderação: Carlos Picassinos (jornalista)

22 de Abril | Quinta-feira
PERFORMAS | O SILÊNCIO NO CINEMA – II

21h30 | Exibição do filme «Há lodo no cais» de Elia Kazan (EUA, 1954), 108’ seguido de debate com Maria do Rosário Fardilha

23H45 | Filme escolhido pelo público de entre uma pré-seleccão de filmes feita pelas OSM

23 de Abril | Sexta-feira
PERFORMAS

21h15 a 22h45 | Performance de levitação/imobilismo de Toino de Lírio, The Static Man

21h30 | Painel IV – O DECLÍNIO DA ERA DA PALAVRA

  • Isabel Cristina Rodrigues, docente da UA/ DLC, apresenta «Silêncio na Literatura»
  • Fernando Almeida, geofísico, docente da UA/ Depto Geociências e Jorge Hamilton, mestre em Geociências, apresentam «A verdade e o declínio da era da palavra»
    “(…) a nossa verdade é também uma homenagem ao grandioso mestre [Professor Frederico Machado]. Porque este viveu a erupção dos Capelinhos, vamos tentar recriar o momento numa projecção de um filme de 5 minutos ao qual sobrepusemos som virtual. Deste modo, esta verdade também é uma mistura de várias realidades que permite despertar sentimentos.”
  • David Vieira, docente apos. da UA/Depto Matemática, apresenta «Linguagem matemática: pontes quebradas – força e fraqueza»

Moderação: João Martins (sonoplasta)

23h30 | Performance de levitação/imobilismo de Tonio de Lírio, The Static Man
Seguido de actuação de Toino de Lírio como DJ

24 de Abril | Sábado
PERFORMAS

18h30 | Painel V – SILÊNCIO NA MEMÓRIA COLECTIVA
Exibição da curta metragem A Cela Branca (Portugal, 2006, 6’13’’) de Ivar Corceiro
Exibição do filme Dundo Memória Colonial (Portugal, 2009, 60’) de Diana Andringa
Seguidos de debate com:

  • Diana Andringa, jornalista e realizadora.
  • Isabela Figueiredo, escritora, autora de “Caderno de Memórias Coloniais” (2009)
  • Celina Pereira, cantora e contadora de histórias cabo-verdiana, autora de “Estória, Estória… Do Tambor a Blimundo”

Moderação: Catarina Gomes (antropóloga)

22h30| Auditório PERFORMASConcerto Celina Pereira

24h00 | DJ set Couscous Prosjekt (Bagaço Amarelo e Moabird): «Depois do silêncio, uma alvorada em Abril»

25 de Abril | Domingo
MERCADO NEGRO

16h00 | Atelier Cartazes Políticos – exploração didáctica e criativa de uma amostra da colecção cedida por Francisco Madeira Luís ao Núcleo Museológico da UA.
Criação: Oficinas Sem Mestre e docentes do 3º Ciclo e Secundário.

18h00 | Exibição do filme «Cruzeiro Seixas: O Vício da Liberdade» da autoria de Alberto Serra, realizado por Ricardo Espírito Santo (Portugal, 2010) 54’ seguido de debate com Alberto Serra.

22h00 | “OTRA VEZ MARCHAR”
Espectáculo musical a definir.
Leitura de poesia e prosas de liberdade, por Oficinas Sem Mestre

PROGRAMAÇÃO PARALELA

PERFORMAS | Mercado do livro do Silêncio – selecção Livraria Langue D’OC

+ info: silencioemaveiro.blogspot.com

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Carlos Zíngaro e Ulrich Mitzlaff em Aveiro: a não perder

Carlos Zíngaro e Ulrich Mitzlaff

No próximo dia 10 de Dezembro, no PerFormas, Estúdio de Artes Performativas, às 22h30, Carlos Zíngaro e Ulrich Mitzlaff. Não deveria ser preciso dizer muito mais coisas.

Eu não vou faltar: não quero perder a música— acima de tudo isso—, nem a oportunidade de receber entusiasticamente na “minha terra” duas personalidades tão distintas do nosso panorama musical a quem, além do mais, tenho o prazer e privilégio de tratar como colegas e amigos. Com o Carlos Zíngaro, infelizmente, ainda só toquei uma vez, na Casa da Música, já lá vão uns anos, mas o Ulrich Mitzlaff é, como eu, um dos Granular Dalton Brothers. 😉

Garantidamente, estaremos perante um dos mais criativos duos (de cordas) do nosso país. Dois virtuosos instrumentistas, dois criadores e performers de excepção, numa formação— violino e violoncelo— que, apesar do imenso passado (ou também por isso mesmo?), nas mãos de dois músicos criativos deste nível, projecta variadíssimos e radiantes futuros.

Para confirmar in situ, no próximo dia 10 de Dezembro, no PerFormas, Estúdio de Artes Performativas, às 22h30. Não faltem e, podendo, ajudem a divulgar.

PS: Lembro que é no mesmo dia 10 que, de manhã, o Space Ensemble se apresenta no Teatro Aveirense. Quem fizer a dobradinha, arrisca-se a um prémio especial que eu decidirei entretanto qual será. 🙂

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“O Álbum” estreia hoje no PerFormas

Pois é: o PerFormas – Estúdio de Artes Performativas reabriu no dia 13 e tem uma programação intensa e diversificada, com concertos, performances, instalações… vale a pena ir (re)descobrir o espaço e o projecto. Visitem o blog para estarem a par da programação.

Hoje, às 22h00, estreia O Álbum, “uma criação híbrida que entrecruza os universos da performance, da fotografia, do vídeo, da imagem em tempo real, da música e utilizando como fio dramatúrgico condutor alguns fragmentos de textos de Câmara Clara de Roland Barthes e de Crave de Sarah Kane.” É uma criação e performance da Helena Botto, para a qual contribuem vários artistas da “nossa praça”. A banda sonora original e sonoplastia, por exemplo, é do João Figueiredo, o que, no meu caso, acrescenta uma óptima razão extra para estar na estreia a dar-lhe todo o meu apoio.

A performance está em cena de 18 a 22 de Novembro (3ª a sábado), sempre às 22h00. E há mais para ver e ouvir no renovado PerFormas.

Nota breve: no dia 22, também no PerFormas, a Beatriz Portugal vem cantar Sweet Punk & Jazz. A Beatriz é outra amiga de longa data, a cujo concerto não poderei assistir porque vou estar fora. 🙁 Vão vocês, da minha parte, ok?

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Um novo espaço em Aveiro: PerFormas, Estúdio de Artes Performativas

A partir de 31 de Outubro apresenta-se à cidade de Aveiro um novo espaço dedicado às artes performativas: o Estúdio PerFormas. E há várias razões para estar entusiasmado:

  • um novo espaço, seja onde for, significa espaço para mais projectos, mais dinâmicas, mais opções…
  • um espaço que recupera (uma parte d)um edifício com a carga simbólica do Cine-Teatro Avenida para as Artes Performativas e, assim, para o público e para a cultura, presta serviço público
  • um espaço e um projecto que sente a urgência de começar “ainda em obras…”, tem energia (de que vai precisar)
  • um projecto que se constrói de novo, mas que pode recorrer a experiências anteriores para (re)conhecer percursos “condenados”, pode, mais facilmente, evitar o fracasso— para quem não souber, o Estúdio PerFormas é uma “reencarnação” do ACTO – Instituto de Arte Dramática, de Estarreja, que se “consumou” há um ano atrás, para usar as palavras do José Filipe Pereira

Assim sendo, temos, como cidadãos, razões não só para estar entusiasmados mas, também,  expectantes face à oferta que nos é feita e à responsabilidade que nos cabe, como público e agente dinamizador.

A programação “ainda em obras…” está em cartazes espalhados pela cidade (ainda não viu?), no site e no blog (ambos ainda em obras, também).

Da minha parte, quando voltar de Bruxelas, vou lá espreitar o que se pode fazer no 2º balcão do Cine-Teatro Avenida e começar a pensar que propostas poderei fazer ao Estúdio PerFormas para participar brevemente nesta dinâmica que acho fundamental.

Cartaz do