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O que eu gosto do Lidl! (2)

O meu artigo mais recente no blog— uma transcrição fiel duma conversa que ouvi recentemente no Lidl— era uma espécie de teaser, muito peculiar, relativo à reposição da peça O Anzol, do Visões Úteis. A peça, que estreou em Vila Real, em Abril de 2009, terá agora a sua estreia no Porto, mais precisamente no Teatro Helena Sá e Costa. De 11 a 13 de Dezembro, às 21h30.

O Anzol, de Gemma Rodríguez, pelo Visões Úteis, no Teatro Helena Sá e Costa

Com a minha história podia fazer-se um espectáculo de teatro; ainda que eu não saiba se se pode, porque só fui uma vez ao teatro e parece-me que seria difícil, por causa do cenário e isso tudo, e porque fazem falta muitas coisas para a contar.

Por exemplo, é preciso um autoestrada.

(…)

Também há um vídeo porteiro e um grande centro comercial com todos os produtos que se podem comprar nas grandes superfícies, e é preciso pôr os preços dos produtos numas etiquetas e assinalar com cartazes vistosos as promoções do dia porque pode haver pessoas, sobretudo mulheres, que desconfiavam se não se vissem as promoções, porque há sempre promoções nas grandes superfícies e toda gente sabe isso, especialmente as mulheres. Além disso era preciso contratar um grupo de dez pessoas, no mínimo, para que façam de trabalhadores do centro comercial e têm que ter experiência e alguns devem ter a pele escura e falar com sotaque, porque se são todos brancos as pessoas desconfiam.

(…)

PAI: Agora Jesus Cristo caminha comigo. E entramos juntos no Lidl. Jesus Cristo à esquerda e eu à direita. No Lidl há um corredor cheio de brinquedos que deixava qualquer miúdo babado. Jesus ajuda-me a escolher duas prendas: uma para o Óscar, o pequeno, e outra para o Eric. Também encontro um bolo cor-de-rosa em promoção. Até diz: “Feliz aniversário” escrito com letras verdes e está dentro de uma caixa de plástico transparente muito bonita. Então, quando vamos para a caixa, Jesus crava-me o cotovelo nas costelas, eu páro, e vejo o seu dedo levantado: “Promoções Lidl”, diz um cartaz pendurado no tecto e mesmo por baixo um barco insuflável, lindíssimo, verde e branco, com dois assentos de borracha e cordas pretas e um remo e essas coisas todas. E só por quarenta euros. Caralho, o que eu gosto do Lidl.

in O Anzol, de Gemma Rodríguez

O Anzol, de Gemma Rodríguez
Teatro Helena Sá e Costa | 11 a 13 de Dezembro de 2009 | 21h30

34ª criação do Visões Úteis
uma co-produção com o Teatro Municipal de Vila Real

texto: Gemma Rodríguez

tradução e direcção: Ana Vitorino, Carlos Costa e Catarina Martins
cenografia e figurinos: Inês de Carvalho
desenho de luz: José Carlos Coelho
banda sonora original e sonoplastia: João Martins

interpretação: Ana Vitorino, Carlos Costa, Catarina Martins e Pedro Carreira

coordenação técnica: Luís Ribeiro
assistência cenográfica: Rui Azevedo

produção executiva: Joana Neto
assistência de produção: Helena Madeira

design gráfico: entropiadesign a partir de Imagem de Ricardo Lafuente

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Venham ver-nos em Muna

Muna está de volta aos palcos do Porto. No Teatro Helena Sá e Costa. Estreámos hoje com a versão infância, para escolas. Sexta e sábado há sessões abertas, das duas versões.

Muna no THSC

Eu gosto do que fiz em Muna e gosto de estar em Muna e de ser um Muna. Venham ver-nos em Muna.

De 19 a 24 Outubro no Teatro Helena Sá e Costa

Versão para Infância [M4] | Versão para Adultos [M12]

Horários
Seg a Sex (p/ escolas): 10h30 + 15h00 [M4]
Sex: 21h30 [M12]
Sáb: 16h30 [M4] | 21h30 [M12]

Reservas 225189982 / 225189983

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Em defesa do Teatro Sá da Bandeira

9 DE OUTUBRO, 18:30
CONCENTRAÇÃO FRENTE AO TEATRO SÁ DA BANDEIRA

Recebi o seguinte apelo, via mail e acho importante divulgar:

O Teatro Sá da Bandeira, fundado em 1855 e restruturado em 1877, mantendo ainda os traços arquitectónicos dessa época, é uma das salas mais emblemáticas e históricas do Porto.

A empresa detentora do imóvel colocou-o à venda por 5,5 milhões de euros, não sendo obrigado o futuro proprietário a manter a mesma actividade. No desenrolar dos acontecimentos, surgiram vários interessados, entre os quais, uma empresa que pretende transformá-lo num hotel (mais um; já o nosso antigo Teatro Águia d’Ouro se encontra no processo de transformação em hotel).

O poder político local não se manifesta, mostrando total desprezo pela cultura e por um dos espaços com mais história da cidade! É importante intervir contra um (mais um) crime patrimonial que se encontra prestes a acontecer!

Juntem-se a nós e manifestemos o nosso desagrado! O destino do TSB só pode ser um: ser remodelado e continuar como espaço teatral/musical!

Pela História, pela Cultura, pelo Teatro, mas sobretudo, pelo Porto!

Esta é já uma causa no Facebook e o JPN – Jornalismo Porto Net (UP) publica aqui algumas notáveis reacções à possibilidade de extinção do TSB:

“Ao imaginar aquela sala transformada num hotel tenho um vómito…um daqueles vómitos de raiva que eu tenho e que fazem parte da minha forma de estar”, confessa Simone de Oliveira.

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O Contrabaixo no Teatro Municipal da Guarda

Quarta-feira, 30 de Outubro, 21h30
O Contrabaixo no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda.

Mais uma apresentação dO Contrabaixo. Mais uma visita ao Teatro Municipal da Guarda. Bela combinação.

Bem sei que o pré-aviso é curto, mas o tempo não ajuda.

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Twitter style: estou a ouvir a Catarina Martins no Porto em Conversa

É mesmo só isso: estou a ouvir a Catarina neste podcast.

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O Anzol: estreia 23 de Abril

O Anzol, 34ª produção do Visões Úteis (ilustração de Ricardo Lafuente)

Estreamos no Teatro de Vila Real, no dia 23 de Abril. E temos estado no Teatro e por aqui, muito bem instalados, mas sem acessos fáceis à internet. 🙁

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Descompressão

Os mergulhadores, quando atingem determinadas profundidades, têm que fazer a ascensão de forma gradual para permitir a necessária descompressão e evitar várias complicações. Têm mesmo, em alguns casos, que permanecer em câmaras de descompressão, por períodos proporcionais à profundidade atingida e ao tempo do mergulho, já que os efeitos duma incorrecta descompressão são terríveis, podendo mesmo provocar a morte, em casos extremos.

Do que nem sempre se fala é de quão verdade isto é também para mergulhadores em outros meios que não os aquáticos: um profundo mergulho num projecto ou numa actividade exige, frequentemente e dependendo da pressão exercida, um período de descompressão que, caso não se cumpra, pode originar lesões graves.

Sim… estou a tentar encurtar o período de descompressão depois da recente entrega do audiowalk, para poder começar a trabalhar na banda sonora da próxima peça do Visões Úteis e os efeitos nefastos já se começam a sentir. 🙁

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Hoje no TA: Adúlteros Desorientados

Hoje, 25 de Março, quarta-feira, às 22h00, no Teatro Aveirense, Adúlteros Desorientados, do Visões Úteis.

É “teatro fora de horas”.

Adúlteros Desorientados

E os adúlteros e as adúlteras que, neste preciso momento, levam a cabo o seu trabalho febril (…) criam uma rede na qual se apoia o resto das contradições que moldam a realidade. A mim, a todos nós, adúlteros e adúlteras esforçados, a sociedade deve-nos tudo.

“Adúlteros Desorientados”, adaptação da obra “Cuentos de adúlteros desorientados” de Juan José Millás, é mais uma incursão do Visões Úteis no teatro portátil – um monólogo divertido para um público descontraído mas exigente, concebido para possibilitar a relação directa entre criadores e público.

Pessoalmente, foi uma banda sonora que me deu muito gozo a fazer.

Aparecem?

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Passatempo: descubra a entrada do TNDMII

Quem diria que se podia fazer um passatempo com uma actividade tão banal como esta? Mas, para os não Lisboetas (e, se calhar para alguns lisboetas, também), cá fica o desafio:

Por onde se entra no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa?

Passatempo: descubra a entrada do TNDMII, imagem aérea (Google maps)

Será pela escadaria principal, virada para a Praça D. Pedro IV (Rossio)?

TNDMII, vista do Rossio (fotografia de telemóvel)

Será pela entrada poente, virada para a Estação do Rossio?

TNDMII, vista da Estação do Rossio (fotografia de telemóvel)

Ou será pela entrada nascente, virada para o Largo da Ginjinha?

TNDMII, vista do largo da Ginjinha (fotografia de telemóvel)

Já ajuda dizer que não é pelas traseiras (viradas para o Gambrinus) e deixar as fraquíssimas fotografias. Por isso, para dificultar um bocadinho, fiquem sabendo que na escadaria principal há uma esplanada e uma entrada para a Livraria do Teatro e na entrada poente, um Restaurante.

Quem adivinhar ganha reservas* para o resto da temporada do Visões Úteis.

* Este é um concurso gozão e da minha exclusiva responsabilidade pessoal. As reservas não são nem convites nem bilhetes com desconto. 😉

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Visões Úteis: Outubro em Lisboa

Visões Úteis, logotipoComo continua a ser verdade que, neste país provinciano e parolo, muitas decisões estão nas mãos de gente que, sem pensar, sente que “Portugal é Lisboa e o resto é paisagem”, este mês de Outubro, em que o Visões Úteis volta a pisar palcos da capital, é estranhamente importante:

Os espectáculos em Lisboa, envolvem-me “fisicamente”, um pouco para lá dos limites do estritamente necessário para assegurar a bandas sonora e sonoplastia.

Gosto de fazer O Contrabaixo e assumir a condição de “músico em cena”. O texto do Süskind é brutal (e um músico percebe isso um bocadinho melhor) e agrada-me a simplicidade, a portabilidade e a eficácia da encenação, além de não me deixar de surpreender com a interpretação do Pedro. E um espectáculo de teatro que tanto se faz em bares, como em auditórios (como em estações de metro), sem perder a eficácia, é, por definição, um espectáculo “forte”.

O Contrabaixo, imagem de Paulo Pimenta

Já o Muna, é “outro campeonato”: no que exige de cada um de nós, criadores, intérpretes e técnicos; no que exige do espaço; no que exige do(s) público(s)… ficará seguramente na História do Visões Úteis e, havendo alguma justiça, ficaria noutras Histórias, mais globais.

Muna, ilustração de Júlio Vanzeler

Na minha, como músico e sonoplasta, como inventor e construtor de instrumentos, como performer e como pessoa (e pai) fica certamente. E o esforço de adaptar o espectáculo à sala-estúdio do TNDMII está também a revelar-se digno de antologia, mas é sempre preciso sofrer qualquer coisa pela “Arte”. 🙂

Dos nossos amigos e conhecidos na capital, espera-se algum apoio: pela presença e por algum apoio na divulgação. Obrigado.