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A força dos exemplos

Matrículas dos alunos da UA ilustradas com fotografias da Praxe no boletim electrónico @ua_online

Para Mariano Gago, o Ministro do Ensino Superior, “a degradação física e psicológica dos mais novos como rito de iniciação é uma afronta aos valores da própria educação e à razão de ser das instituições de ensino superior e deve pois ser eficazmente combatida por todos, estudantes, professores e, muito especialmente, pelos próprios responsáveis das instituições” (já o tinha citado aqui).
Já para a Universidade de Aveiro, aparentemente, imagens da Praxe são a melhor forma de ilustrar a notícia do arranque das matrículas.

E esta é apenas a face pública das coisas, já que, segundo soube, circula um apelo (oficial ou oficioso, não percebi bem) aos professores desta instituição, para que os membros do Conselho do Salgado ( o órgão da Praxe, em Aveiro) não sejam submetidos ao normal regime de faltas, enquanto dura esta época inicial de “caça”.

Expliquem-me depois, devagarinho, como é que em contextos deste tipo (e a UA é um exemplo moderado, pelo que vou conhecendo), se espera que a aceitação ou não da Praxe seja apenas uma questão de livre escolha de quem acaba de chegar às instituições.

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Sinto-me um herói, de facto

Fui à iniciativa de colheita de sangue e registo como dador de medula óssea de que falei ontem e, com alguma surpresa e para minha grande felicidade, nenhum dos “mitos” se confirmou: nem a minha medicação regular me impede de ser dador de sangue, nem as cirurgias a que fui submetido no passado terão envolvido transfusões pelo que pude dar sangue e registar-me como dador de medula óssea.

Só depois das análises feitas e de todos os dados processados é que terei confirmação da minha condição de dador, obviamente, mas este primeiro passo, que podia (e devia) ter dado muito mais cedo, fez-me ficar a sentir muito bem comigo mesmo. E não custou nada: um ambiente simpático, profissionais de saúde muito cuidadosos, atenciosos e divertidos e um processo que, pelo menos para mim, foi completamente tranquilo. Suminho de laranja e um belo pão com queijo… conforto no corpo e na alma. Fiquei mesmo contente e, apesar de ser uma atitude que devia ser “normal”, as campanhas de publicidade e sensibilização que nos falam em “salvar vidas”, promovem mesmo um certo sentimento de heroísmo do acto.

É passageiro, até tirar o penso do braço. 😉

Entretanto, se quiserem, podem ir confirmar isto mesmo no complexo residencial da Universidade de Aveiro, hoje, até às 17h00. Se, como eu, andarem a adiar por terem dúvidas sobre se podem ou não ser dadores, deixem-se disso e vão, nem que seja só para esclarecer. E podem registar-se só como dadores de medula óssea, que é um acto muitíssimo importante.

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Serviço Público: colheita de sangue e registo de dadores de medula óssea na Universidade de Aveiro

Amanhã, dia 07 de Maio, quarta-feira, na Sala de Convívio do Complexo Residencial da Universidade de Aveiro, entre as 09h00 e as 17h00, os Serviços de Acção Social da Universidade de Aveiro, em colaboração com o IPS / CEDACE / APLL, organizam uma campanha de colheita de sangue e colheita para o registo como dadores de medula óssea.

Vou ver se é desta que aproveito para esclarecer algumas das minhas dúvidas acerca da possível/provável incompatibilidade da medicação que tomo regularmente com o estatuto de dador e a veracidade da afirmação que me chegou recentemente aos ouvidos de que só pode ser dador de medula óssea quem nunca recebeu transfusões de sangue. Se assim for, vejo-me reduzido à condição de dador de órgãos e com a sensação de que sou muito menos saudável do que aquilo que me sinto. 🙁

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Abençoados os pobres de espírito

Hoje, na Universidade de Aveiro, realiza-se a Benção dos Finalistas. Esta cerimónia que se realiza um pouco por todas as academias do país deixa-me doente, irritado e deprimido.

Por um lado, há a hipocrisia extrema e muito portuguesa de encerrar um período em que se cometem todos os excessos e todos os pecados, quase por obrigação, com uma cerimónia religiosa, bem comportada, para emoção das famílias e satisfação de egos parolos e provincianos.

Depois há esta doença social profunda e muito mais debilitante do que se pensa de aceitar a ideia duma religião dominante e da “normalidade” de se organizarem cerimónias para multidões que se supõem diversas, mas unidas nesse padrão quase nunca praticado e cada vez menos professado. A associação entre a vontade popular (ou estudantil, neste caso) de celebrar ou assinalar com pompa e circunstância um momento mais ou menos determinante com a incompreensível e muito pouco debatida necessidade da sua sacralização é um sintoma claro da pequenez do nosso país. Da nossa pobreza de espírito.

Não questiono (nem tal me passaria pela cabeça) que os estudantes, individualmente ou em grupo, sintam uma necessidade de integrar na sua eventual prática religiosa estes momentos. É natural. O que não é nada natural e resulta apenas e só da perigosa presunção nacional de que, a não ser que nos manifestemos em contrário, somos todos católicos e que ninguém se incomodará com a imposição dessa religião dominante porque “sempre foi assim” e toda a gente sabe que até somos “tolerantes”, é que as instituições (Universidades, Órgãos de Soberania, Associações de Pessoas, etc.) não compreendam a necessidade de fronteiras claras e definidas entre a sua esfera pública e a religiosidade presumida.

Países com uma maior presença de diversas culturas e religiões, que não admitem (porque não podem) que religiões historicamente dominantes se confundam com a expressão do que é público e colectivo, não limitam a liberdade religiosa de ninguém ao atribuir exclusivamente às igrejas e aos indivíduos a responsabilidade de organizarem as suas práticas.

O envolvimento que os nosso poderes públicos, das Câmaras aos Governos, passando pelas Universidades, corporações de Bombeiros, colectividades várias e Associações de Estudantes, por exemplo, continuam a assumir com a Igreja Católica é, por isso mesmo, uma manifestação triste da nossa pequenez e da nossa pobreza de espírito.

Não sei se isso nos garante a benção, mas acho que garante parte do nosso atraso civilizacional.

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Governo criou o regime de “estudante a tempo parcial”

As Universidades sabem?
Esta é claramente a primeira pergunta que me ocorre face a esta notícia.

O regime proposto é comum em vários sistemas de ensino superior que, curiosamente, têm muito poucas parecenças com o nosso. Não me interessam, apesar de me fazerem sorrir, os comentários e piadas que sugerem que a vasta maioria dos actuais estudantes do ensino superior já o são apenas a tempo parcial, porque se dá nessa análise demasiada importância a quem se dedica quase a tempo inteiro à bebedeira travestida de “vida académica” e quase nunca se pensa nos exemplos de quem poderia de facto beneficiar (para si e para a sociedade) de um sistema mais flexível. Eu não sou o melhor exemplo disso mesmo (estive vários anos inscrito na FAUP sem concluir licenciatura nenhuma e estou inscrito na UA, apesar de não ter conseguido frequentar nenhuma disciplina nos últimos dois anos), mas sou um exemplo, ainda assim. Um exemplo que conheço. E a minha experiência diz-me que as Universidades enquanto instituições e os seus docentes, particularmente, não estão muito preparados ou disponíveis para estes graus de autonomia e flexibilidade na construção dos currículos e percursos escolares por parte dos alunos. O que vou conhecendo das “transições para Bolonha” e do desenvolvimento de projectos transdisciplinares reforça essa convicção de que as Universidades funcionam como capelas de “autistas”, fechados ao(s) exterior(es) e aos seus parceiros naturais. É óbvio que há exemplos que contradizem esta ideia e, optimisticamente, gostaria de pensar que essas não são as excepções que contrariam a regra. Mas não sei.

O que sei, das Universidades que conheço, é que um regime em que alunos “avulsos”, de outras instituições ou de nenhuma, possam frequentar e concluir disciplinas a gosto, por muito que seja uma ideia que me agrade, é um regime que obriga a pequenas “revoluções”. Se elas se fizerem, óptimo. Mas suspeito que, na maioria dos casos, se proceda apenas a um conjunto de alterações cosméticas para parecermos todos muito “modernos”.

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Até onde pode ir o Software Livre no Estado Português?

É uma óptima pergunta, não é?

O site Software Livre na AP procura ser parte da resposta:

Este local é um repositório de conhecimento em software livre (Open Source Software – OSS) das entidades do Estado Português e destina-se a ser um ponto de encontro e troca de experiências entre todos aqueles que, ao serviço do Estado, o utilizam. Deste contributo resulta uma mais-valia incalculável para quem pretende vir a utilizá-lo.

Associação Ensino LivreMas a navegação pelos incipientes exemplos de boas práticas dá-nos uma visão deprimente, ainda que realista, do panorama. Uma das áreas fulcrais (porque tem grandes impactos a prazo) é a Educação, e é por isso que a recém-criada Associação Ensino Livre pode vir a ter uma grande importância na definição duma dinâmica diferente.

É que a resposta à pergunta que serve de título a este artigo está na educação. É nas escolas, em todos os graus de ensino, que se podem inverter práticas perversas, criar novos hábitos, difundir novas posturas éticas.

Pessoalmente (e localmente), não posso deixar de lamentar o afastamento que a Universidade de Aveiro, que tanto se orgulha do seu papel pioneiro em tantas áreas, mantém, relativamente ao Software Livre. E não posso deixar de me interrogar, por causa do peso que a UA tem na dinâmica “local”, como seriam as coisas na autarquia, por exemplo, se o “contexto” fosse mais favorável à adopção destas soluções.

Mas quais serão os factores que determinam o grau de penetração do Software Livre nas diferentes áreas da Administração Pública portuguesa (nas autarquias, por exemplo)?

  • Opções políticas?
  • Dimensão e complexidade dos sistemas implementados?
  • Grau e antiguidade da informatização dos serviços?
  • Dependências económicas?
  • Competência do apoio técnico disponível?
  • Proximidade de prestadores de serviços/soluções diversificados?

A resposta será sempre multifacetada e há algumas partes da resposta mais defensáveis (e confessáveis) do que outras, como é óbvio. Mas era importante que se reflectisse publicamente sobre isto, porque esta é uma questão pública, por mais que se tente disfarçar.

Para esta reflexão, todas as contribuições são bem vindas.

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O que é que eu não estou a perceber neste protocolo?

UA assina protocolo com Eurodeputado Armando França
Esta Sexta-feira, 21 de Dezembro, às 11h00, na Sala do Senado do edifício da Reitoria, a UA assina um acordo de colaboração com o Eurodeputado Armando França, para o acolhimento anual de recém diplomados ou finalistas da UA como estagiários, nas áreas de intervenção parlamentar do Eurodeputado, por períodos de três meses.

O protocolo prevê ainda a realização de acções concertadas para a colocação desses alunos, nomeadamente através do recurso a programas nacionais e comunitários de apoio à realização de estágios e à inserção na Vida activa, e a instituição de um prémio para o melhor trabalho da autoria desses estagiários, em termos de inovador e de investigação, que foque a temática europeia ou outra abordada durante o estágio.A cerimónia de assinatura do protocolo contará com a presença da Prof. Doutora Maria Helena Nazaré, Reitora da UA, e do Eurodeputado Armando França.

Há qualquer coisa de estranho nisto ou eu é que sou excessivamente desconfiado? Quem paga aos estagiários ao abrigo deste acordo? O eurodeputado, do seu bolso, ou um fundo qualquer do Parlamento Europeu e/ou do Grupo Parlamentar? Se for o segundo caso, o protocolo, ou acordo, deveria ser assinado com o PE ou o Grupo Parlamentar e não com o eurodeputado, mesmo que este viesse em sua representação. Se for o primeiro caso, não é estranho? Uma Universidade Pública estabelecer um acordo para a colocação de estagiários em acção política ou para-política com um eurodeputado específico, duma côr política específica… não faria mais sentido um acordo com uma comissão ou com outras organizações presentes no PE?

E o que serão as “acções concertadas para a colocação desses alunos, através do recurso a programas nacionais e comunitários”? Quererá dizer que, em troca da colaboração da UA no fornecimento de mão-de-obra técnica para as “áreas de intervenção do eurodeputado”, serão facilitados procedimentos de concurso para outros “tachos” comunitários?

Que se façam estas coisas, já estamos habituados… agora que se anunciem desta forma…

Do que eu gostava mesmo era de estar completamente enganado e ser de facto perfeitamente normal e legítimo e até prática corrente ao abrigo das atribuições institucionais de todos os eurodeputados.

Mas se o Tratado de Lisboa é opaco, este protocolo, ou acordo, parece um bocado “transparente”. Ou não?

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Ainda vão a tempo: Quarteto Arditti e Pedro Carneiro no Auditório da Reitoria da UA (hoje, 26/10)

Esta Sexta-feira, 26 de Outubro, a UA oferece um concerto com o Quarteto Arditti e Pedro Carneiro. A partir das 21h30, o Auditório da Reitoria acolhe o mais relevante quarteto de cordas do mundo no domínio da música contemporânea e o mais reconhecido marimbista português para interpretar obras de compositores portugueses e uma das mais importantes obras da literatura recente para quarteto de cordas: o 3º quarteto de cordas do compositor alemão Helmut Lachenmann (n. 1935), escrito em 2001.

Eu decidi agora mesmo que ia. Vocês, que me lêem aqui por perto, no final dum dia de trabalho, também vão a tempo.

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Lembram-se do “cambalacho”?

Cambalacho era o nome duma telenovela brasileira que popularizou o termo “cambalacho” como sinónimo de golpe, logro, tramóia.

Cambalacho é o que se prepara na Comissão Técnica de “Linguagem de Normalização de Documentos”, como podem ver neste artigo do Paulo Vilela.

Alegar “falta de espaço” para recusar a participação da Sun Microsystems na CT não é só ridículo: é um sinal grave da falta de vergonha de quem está a preparar um golpe vergonhoso e que tem Portugal em tão má conta que nem acha necessário disfarçar que nos tem no bolso.

Notícias recentes (regionais) relacionadas:

  • Presidente da Câmara de Ílhavo de visita oficial à Microsoft
    O presidente da Câmara de Ílhavo é um dos autarcas portugueses presentes em Seatle, nos Estados Unidos da América, a partir de hoje e até dia 13, a convite da Microsoft, para uma visita à sua sede.
    Este convite (dirigido a dez presidentes de Câmara do nosso país), tem como objectivo a partilha da visão das tecnologias informáticas, de informação e de comunicação, em particular as aplicadas ao sector da gestão autárquica portuguesa.A visita, que decorrerá no Microsoft Executive Briefing Centre, em Seatle, pretende apresentar a visão da Microsoft para a inovação na gestão autárquica, e a prestação de serviços integrados aos Cidadãos/Munícipes, passando por soluções documentais, tramitação e colaboração, bem como ferramentas de apoio à gestão do território, utilizando sempre as mais recentes tecnologias desenvolvidas pela Microsoft Corporation.”Apostado que está na contínua modernização e melhoria da eficiência da gestão autárquica, quer como presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, quer como presidente da Junta da GAMA e da AMRia (com a importante experiência constituída pela gestão do programa Aveiro Digital 2003/2006), entendeu por bem o presidente Ribau Esteves aceitar este honroso convite, por entender que o mesmo alargará horizontes na busca de oportunidades que poderão potenciar tais objectivos, no âmbito do desenvolvimento da aplicação das novas tecnologias para o Município de Ílhavo e para a região”, diz nota da Câmara de Ílhavo.
  • ZING criada com nova filosofia assente no desenvolvimento regional
    A localização da Zona Industrial de Nova Geração (ZING) e os resultados do Projecto GeoInvest foram apresentados no seminário sobre «Zonas Industriais de Nova Geração – A Estratégia da Localização» que se realizou no Auditório da AIDA (Associação Industrial do Distrito de Aveiro).
    (…)
    Os representantes da Microsoft e da Inova-Ria – Rede de Inovação em Aveiro estiveram de acordo relativamente aos requisitos que uma ZING deve ter para captar investimento de empresas de Nova Geração, tendo dado especial importância ao funcionamento em Rede e à grande utilização de conhecimento, valorizando assim a necessidade de recursos qualificados e a colaboração com universidades e centros de investigação. Foi ainda referida a necessidade de existirem infra-estruturas de informação, comunicação e transportes, bem como qualidade de vida.
    (…)

(Desafio os leitores a encontrarem na segunda notícia uma explicação sobre o papel dos referidos representantes da Microsoft no seminário… não está lá nada porque já nem é preciso explicar qual é o papel dos representantes desta multinacional específica numa iniciativa sobre a gestão pública apoiada em TI…)

Não tive sequer que procurar estes exemplos. Tropecei neles, já que estão em todo o lado.

Com as coisas neste estado na administração autárquica e na generalidade da administração pública e mesmo em muitas instituições de ensino superior [1], não sei se a luta por standards a sério vai a algum lado neste nosso cantinho deprimente… 🙁

[1] contaram-me que os computadores da Universidade de Aveiro (os dos docentes, pelo menos) não podem ter instalado o Firefox, porque o contrato/acordo de licenciamento que a UA estabeleceu com a Microsoft não o permite… eu recuso-me a acreditar nesta barbaridade e parto do princípio que foram alguns técnicos do CICUA que perceberam mal as (estranhas) indicações que receberam, mas sei que o Firefox já foi instalado em algumas máquinas com a reserva explícita do técnico: “eu não posso fazer isto, mas é a melhor maneira de resolver o problema…”
Há algum técnico do
CICUA que, em público ou privado, possa explicar o que se passa?

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Se não fosse o concerto de hoje…

… ia assistir à reunião da Assembleia Municipal de Aveiro.
Mas vou estar em Castelo Branco, noutro tipo de animação

É que promete!

O assunto quente deverá ser apresentado antes da ordem do dia, por um grupo de pais e encarregados de educação de crianças das escolas do Agrupamento de Escolas de Aveiro, que não compreendem a decisão da Câmara de implementar o Projecto PETIz, que “não passa de um projecto de intenções, organizado em consórcio com uma empresa de ensino de inglês de Santarém, e, ainda por cima, erradamente apresentado em nome da Universidade de Aveiro. O PETIz foi formalmente apresentado aos pais numa reunião que teve lugar no dia 26 de Junho, terça-feira passada, no Instituto da Juventude”, segundo comunicação que recebi por e-mail.

Eu, não sendo pai, nem encarregado de educação, tive a sorte de ser informado e aproveito para divulgar a questão, apelando a quem se interessar pelo assunto para que apareça no edifício da Capitania (sede da Assembleia Municipal), às 20h30.

Aqui ficam então algumas das controvérsias associadas ao modelo de implementação do Projecto PETIz no Agrupamento de Escolas de Aveiro:

  • A decisão tomada pela Câmara Municipal, na pessoa do Exmo. Sr. Vereador Dr. Pedro Nuno Tavares de Matos Ferreira, com o apoio do Agrupamento de Escolas de Aveiro, de implementar no próximo ano lectivo o Projecto PETIz nas escolas deste agrupamento foi uma novidade absoluta para os Encarregados de Educação em geral, para as Associações de Pais enquanto seus representantes e mesmo para as coordenação das várias escolas.
  • A Senhora Representante da CMA [em reunião de apresentação do projecto aos pais e encarregados de educação] admitiu não estar em condições de responder às muitas questões colocadas e não apresentou nenhuma justificação para a conveniente ausência do Senhor Vereador.
  • Embora, segundo informação da própria representante da CMA, tenham chegada à câmara muitas propostas para a prestação deste serviço, a escolha deste projecto em concreto é completamente obscura já que não foram apresentados pela CMA nenhuns argumentos nem critérios adoptados na avaliação das várias propostas.
  • Esta é a única possibilidade (não se pode chamar opção, por ser uma solução única) que é oferecida aos pais, excluindo liminarmente a articulação com os ATLs já em funcionamento.
  • As IPSS que asseguraram estas actividades no ano lectivo que agora termina colmatando assim as insuficiências das escolas, não foram consultadas, nem participam nas actividades de enriquecimento curricular.
  • Não se pode perspectivar de forma realista a resolução dos numerosos e graves problemas de infra-estruturas existentes nas várias escolas, por forma a garantir as condições necessárias à implementação de tais actividades, com qualidade, para todos os alunos em Setembro de 2007.
  • As escolas não têm capacidade para assegurar toda a logística necessária nem foram apresentadas soluções alternativas que teriam que ser promovidas pela CMA.
  • Como, por quem, em que condições efectivas e com que custos para os Pais serão assegurados os períodos depois das 17:30h (dada a impossibilidade da maioria dos Pais de recolherem os seus filhos a esta hora) de férias escolares, dias de greve e outras interrupções, vindo a confirmar-se a hipótese das valências de ATL das IPSS encerrarem por falta de financiamento.
  • Como, por quem e em que condições é garantido o almoço no período compreendido entre as 12,00 horas e as 13,30, sabendo os pais as dificuldades com que algumas refeições são servidas actualmente nas escolas à não totalidade das crianças.
  • O projecto foi apresentado de forma generalista, vaga e com carácter de “declaração de intenções” não permitindo perceber que objectivos, que estratégias, que actividades e que recursos estão envolvidos para a sua implementação, o que mostra à priori as dificuldades de implementação no terreno.

Dada a gravidade da situação, acho mesmo que todos os interessados deviam aparecer na reunião de hoje. O tempo urge.