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Que festa é esta, ó meu?

Aveiro em Festa

Os GNR inauguram hoje as hostilidades mais a sério do “Aveiro em Festa“, mesmo aqui ao lado de nossa casa, no Cais da Fonte Nova.
O som sobe pela encosta acima a um velocidade estonteante e estar dentro de casa é o que eu imagino que seja uma tenda de “chill out” dum festival de verão: podemos pôr a nossa música, mas a presença do palco principal é esmagadora.
Por isso, até fomos dar uma volta para tentar ver o clima e perceber melhor o sentido da estratégia estranha de fechar o recinto e cobrar bilhetes.
Para quem não conhece, o Cais da Fonte Nova é um espaço completamente público e aberto, no centro da cidade de Aveiro, encostado a um edifício importante (antiga Fábrica Jerónimo Pereira Campos). É cais duma lagoa artificial que faz parte duma intervenção de requalificação urbana realizada (em realização) ao abrigo do Polis (parcialmente).

A ideia de usar este espaço para eventos como este (concertos, teatro, etc.) é interessante, mas intrigava-me a lógica de cobrar bilhetes e o procedimento de controlo de entradas.
A verdade é que se eu gostasse um bocadinho menos do que gosto de GNR, gostaria de ter a possibilidade de pagar para não ouvir, mas nada feito dadas as características públicas do local escolhido. Por isso, qual a lógica de cobrar dinheiro a quem quiser ir?
Que festa é esta, ó meu?
A verdade é que as pessoas presentes fora do recinto deviam ser quase tantas como as que estavam dentro (vejam as fotos que tirei) e, no total, não era assim grande festa. E podia ser.
As razões disto são várias e nem me apetece estar a pensar nelas todas agora, mas não consigo deixar passar em claro este bacoquismo de querer cobrar o “circo” ao povinho.
É que é de circo que se trata e, como sabemos bem, não é com bilhetes de ingresso que se paga o circo. É com o dinheiro dos contribuintes e, às vezes, com patrocínios de cervejeiras e marcas de telemóveis (ou não sabiam?).
Por isso, porque raio é que este circo em Aveiro tem umas redes e uns seguranças à porta e divide a malta entre os que querem pagar para estar mais perto dos artistas e das agressões dos “soundsystems” e os que se marimbam e ficam a passear no parque com as crianças e o cão ao som do “Dunas”?
Não era muito mais simpático e simples se simplesmente não houvesse bilhetes? Como não há para os espectáculos de teatro e dança e outras iniciativas de menor dimensão desta mesma festa, aliás…
Por isso é que eu digo que é ser bacoco.

Eu vou ter que assistir aos concertos por causa do sítio onde moro e convido todos os aveirenses a gozarem dos espectáculos nos sítios simpáticos das redondezas.
Pode ser que os organizadores e artistas percebam que estão a ficar muito sozinhos e que a verdadeira festa é aquela em que todos podem entrar…

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