Acho que alguém devia perguntar ao Professor Marcelo se está disponível para explicar aos portugueses que o Assim Não dele, associado ao funcionamento da democracia parlamentar partidária portuguesa, que ele bem conhece, é o NÃO mais falso e violento, porque é um NÃO que impede além da “lei do PS“, como ele lhe chama, qualquer alteração à lei que vá no sentido da posição de despenalização que é, supostamente, a dele.
É que, a não ser que os aderentes do assim não acrescentem uma nota ao voto que o invalide e, assim, favoreçam o SIM, o NÃO deles junta-se aos outros todos e o resultado é que não só não se pode fazer a alteração proposta agora pelo Partido Socialista, como não se poderá fazer qualquer outra alteração no sentido da despenalização que ele diz defender. Porquê? Porque será necessário refazer o referendo, já que a pergunta diz respeito não à liberalização, mas à despenalização.
Ou alguém acredita que, a seguir a uma hipotética e desastrosa vitória do não (livra!), o Professor Marcelo apareceria a propôr a despenalização, sem referendo?
Claro que esta é só a pergunta mais imediata que me ocorre, pela falha lógica nesta posição contorcionista do Professor Marcelo. Mas não acham que se devia perguntar? Ele que até responde às perguntas em vídeos com jovens…
5 comentários a “Assim Não?”
Pensei nisso e achei que podia ser eu mesmo a fazer a pergunta ao Professor Marcelo. “Vai daí”, mandei um e-mail ao movimento “Assim Não”, com este post e com um epqueno acrescento:
“Gostava especialmente de saber se o Professor Marcelo assume o compromisso de preparar desde já uma proposta legislativa conducente à despenalização do aborto, nos termos que defende, SEM a condição de repetição do referendo, e se é capaz de avaliar a capacidade de mobilização das várias bancadas parlamentares para discutirem e aprovarem uma proposta desse tipo no caso da vitória do NÃO.
Ou seja, se Assim não, então como?
Muitos portugueses, uns mais confusos do que outros, agradecem a resposta.”
Acham que terei resposta?
Acho que não vais ter resposta, acho que não és o único a fazer essa pergunta, acho que ele sabe que lha iam fazer e acho que ele planeou dizer o disse e não responder a quem lhe fizesse perguntas como a tua. Tudo no Marcelo é planeado.
Só há uma coisa de que não tenho a certeza: é a de que o voto dele seja mesmo “não”. E digo isto porque também acho que a atitude dele, sendo planeada, não é sincera. Não creio que ele acredite no que diz.
Eu acredito no Prof. Marcelo e sou português, e vou votar no Não, tal como o Prof. Marcelo, convicto que é o melhor para todos nós e sobretudo para as mulheres.
Caro João Felizardo:
Eu não acredito no Prof. Marcelo e escapa-me em que é que ser ou não português é relevante… mas aproveito para lhe perguntar o que perguntei ao Professor: se “assim não”, então como?
O João Felizardo apoiaria uma iniciativa legislativa que conduzisse à despenalização do aborto caso o NÃO ganhe? E acha, sinceramente, que os partidos/deputados na Assembleia correriam esse risco? Acha que alguém mexerá na lei no caso duma vitória do seu voto NÃO? Acha mesmo?
Se acha que sim, cumprimento-o na qualidade de optimista ingénuo, desculpe qualquer coisa.
Se acha que não, ou não concorda de facto com a despenalização (essa é a suposta posição do Assim Não) e está-me a dar tanga, ou então está a enganar-se no voto.
Mas tem todo o meu respeito. Bem… todo, todo, não…
bem… tudo o que ate agora foi dito e uma grande baboseira!
eu sou pelo sim… e mai nada!