Há muito, muito tempo, pouco tempo depois dos animais terem deixado de falar, eu assisti a umas discussões sobre eventuais reformas do Ensino Artístico. Era na altura aluno do Conservatório de Música de Aveiro e a urgência das reformas era já nessa altura qualquer coisa de mítico: falar sobre o estatuto dos Conservatórios, a integração dos currículos, as carreiras dos professores, os modelos de ensino… tudo parecia já ter sido dito e redito até à exaustão por equipas cada vez mais desiludidas e cansadas de esperar pelo cumprimento de qualquer compromisso por parte do(s) poder(es). A divisão no seio das “nossas” fileiras (a dos defensores do Ensino Artístico), a partir do momento em que a “coisa” aquecia ou parecia que algo podia de facto mudar, também era uma ameaça constante a pairar sobre as nossas cabeças…
Passou-se bastante tempo e fui sabendo, ao longe, de mais uns avanços e recuos e de como os moldes globais da”trama” pareciam inalterados. Agora, parece que a fúria reformista do executivo do Eng? Sócrates vai chegar ao Ensino Artístico. Eu não tive tempo para ler o estudo que serve de base às propostas, nem para ver em profundidade o que alguns dos intervenientes pensam de tudo isto, mas não consigo deixar de pensar que as alterações a fazer no Ensino Artístico serão, provavelmente, as que menos “ondas” vão provocar na sociedade portuguesa, mas das que terão um efeito mais profundo naquilo que seremos no futuro.
Para já, recolhi algumas referências para leitura futura. Depois, pode ser que consiga formar uma opinião e/ou juntar a minha voz à de outros…
Querem ler comigo? Vão até ao Artimanha, à Tónica Dominante, às Ideias Soltas e à MovArte, ver o que eles dizem sobre o tal Estudo de Avaliação do Ensino Artístico. Encontramo-nos aqui para falar sobre isso, depois. Até já.
5 comentários a “Ensino Artístico”
Obrigado pela referência, estimado João Martins.
Muito obrigado pela referência. Mas, infelizmente o Tónica Dominante pouco ou nada tem feito por este problema. Até já referi no Ideias Soltas que me faltam neste momento as forças e a capacidade de discernir certos aspectos desse documento. Daí que o pouco que se vai escrevendo são ironias, produto de quem já está a ver o barco no fundo. Participei, envolvi-me (durante muitos anos), trabalhei vezes sem conta nessas (cito-o) “equipas cada vez mais desiludidas e cansadas de esperar pelo cumprimento de qualquer compromisso por parte do(s) poder(es).
O seu blog vai desde já para os meus links obrigatórios!
Foi a partir dos vosso blogs que encontrei o Manifesto, que me deu que pensar e escrever e as acções promovidas pela MovArte. Eu é que vos agradeço.
Caro João Martins
Muito obrigada pela referência.
Infelizmente somos muito a poucos a pensar sobre este assunto.
Acertou em cheio neste texto.
Parabéns pelo blog
[…] alterações ao sistema de ensino artístico, em estudo e já propostas, já foram tema neste blog [1 ,2, 3, 4, 5] assim como a vital distinção entre o Ensino das Artes e o Ensino Pelas […]