O meu post sobre as condições de exibição de cinema em Aveiro originou reacções diversas, como não podia deixar de ser.
O Cineclube de Aveiro respondeu de imediato, em comentário ao post e por e-mail, mostrando a sua preocupação pela situação descrita:
Boa noite,
No que concerne às sessões no Cineclube queria só esclarecer que, apesar de a máquina de projecção não ser das melhores, foram feitos vários investimentos no equipamento, nomeadamente na leitura óptica da banda sonora,no rectificador da máquina e nas lâmpadas. A qualidade da projecção obviamente depende do estado da cópia, os filmes mais antigos encontram-se a maior parte das vezes bastante degradados e como os filmes mais recentes que exibimos só costumam ter duas ou três cópias no país chegam às nossas mãos em mau estado.
Quanto ao intervalo, a máquina não permite ter um bobine para a película toda, por isso tem de ser substituída a meio.
Em relação às luzes da sala no intervalo, sugiro que exponha esta preocupação ao projeccionista e/ou a quem estiver a vender os bilhetes.
Cumprimentos cinéfilos.
Agradeci-lhes a resposta e reconheço as melhorias recentes introduzidas. Estarei atento aos intervalos e continuarei, obviamente, a desfrutar das sessões que programam.
A Lusomundo reagiu hoje, de forma compreensivelmente mais perturbada, mas positiva:
Exmo Sr:
Sao graves as acusações que faz sobre a Lusomundo.
Adoramos os clientes que sugerem e reclamam de maneira proactiva e não destrutiva.
Tomamos nota da reclamação que faz sobre o ecrã.
Lembro-lhe que tirar fotografias dentro de uma sala em exibição , ou dentro das nossas instalações é muito grave , pode inclusive constituir crime de violação aos direitos de autor.Cumprimentos
Luis R Mota
Director Geral Lusomundo Cinemas
Respondi da seguinte maneira:
Ex.mo Sr.
Muito me agrada receber uma resposta de tão alto nível e saber que estão de facto preocupados com a situação que descrevo.
Recordo que a reclamação que faço acerca do ecrã da sala 4 tem já mais de um ano e só por isso me permito as liberdades literárias de supôr que a mancha pode, de facto, dirigir-se aos espectadores com comentários pouco apropriados.
Concordará, se partilha do meu gosto pelo cinema, que uma situação deste tipo que se mantém durante tanto tempo, pode levar-nos a comentários mais “abrasivos”.
E, de certo, reconhece a justeza da minha interrogação: dada a sua reacção enérgica, devo depreender que não têm recebido reclamações sobre esta situação, pelo que o “peso da vergonha” recairá, necessariamente, sobre os espectadores habituais.
Eu, pela minha parte, considero o meu dever cumprido: da primeira vez que vi aquela mancha (há mais de um ano), saí da sala e pedi o dinheiro do bilhete de volta. Da segunda, anteontem, vi o filme até ao fim e “despejei” a minha frustração num post no meu blog pessoal, fazendo-vos chegar uma cópia.
Obtive a reacção que pretendia: o compromisso de que a situação será resolvida.Sobre o ilícito praticado no acto de fotografar o ecrã (no período de publicidade prévia à exibição do filme), alegarei, caso seja necessário, a exclusão de ilicitude prevista no artigo 31º do Código Penal Português.
Com os melhores cumprimentos,
João Martins
Afinal, o que estava em falta era uma maior consciência e exigência por parte dos espectadores de cinema na cidade.
Muito me apraz saber que a situação será resolvida e, brevemente, tentarei ir confirmar a qualidade da projecção da malfadada Sala 4.
2 comentários a “Reacções cinéfilas”
Para ser sincero não esperava uma resposta – ainda por cima a tão alto nível – por parte da Lusomundo e apesar de tudo é positivo.
Ainda bem que alguém toma uma atitude e diz como elas são a uma cadeia de cinema como a Lusomundo
Atente-se na dificuldade expressada pelo Director Geral da Lusomundo Cinemas em encadear as suas frases de forma a que possam constituir um todo. Ou na ambiguidade vigilante da expressão “ou dentro das nossas instalações é muito grave”. Não se expressa muito bem este Luis R Mota.