É cada vez mais evidente que o ciclo de desenvolvimento “técnico” de um website foi encurtado significativamente, ao ponto de ser possível, com um CMS competente e uma certa ginástica no desenvolvimento de templates, pôr um projecto online em alguns dias, ou mesmo horas, dependendo do fôlego, do número de colaboradores, da exigência gráfica, dos conteúdos.
Mas o ritmo acelerado a que se resolve o esqueleto e a pele superficial destas coisas, deixa cada vez mais evidente a progressiva ausência de substância: é cada vez mais comum ter projectos “pendurados”, à espera de conteúdos, ter clientes que querem um site mas que não fazem ideia do que ele irá conter, encontrar organizações que não são capazes de produzir nenhum tipo de discurso acerca de si próprias…
Corremos com toda a força para o futuro e vamos tão depressa que o presente nos escapa e a poeira da nossa corrida nos esconde o passado.
Boris Vian, Os Construtores de Impérios
E nem sequer sei (desconfio muito) se é só no caso da comunicação digital que vamos adoptando cada vez mais esta lógica de fazer “coisas” desenfreadamente, sem nos determos no que é verdadeiramente fundamental. Ou sem sequer percebermos o que é necessário.
Recognizing the need is the primary condition for design.
Charles Eames