Para José Saramago, “a língua é o ar que respiramos” e “há uma grande responsabilidade da comunicação social na defesa da língua portuguesa, a de Camões”.
Sobre as polémicas que tem suscitado o Acordo Ortográfico, Saramago comentou que já foi contra e já foi a favor, mas que, fundamentalmente, esta nova reforma “é uma operação estética à língua”, e vai continuar a escrever da mesma forma, “e os revisores que tratem disso”.
“Haverá facções contra e favor, mas não é tanto importante como a língua se apresenta, mas o que diz, o que propõe”, salientou, defendendo que “há que voltar a escrever bem, o que não é um defeito nem ser pretensioso”, ironizou.
Os destaques são meus e correspondem à visão lúcida a que Saramago já nos habituou (sim, também nos prega partidas, de vez em quando).
O ênfase no conteúdo, a tristeza de não encontrar em Portugal o “espírito crítico” necessário e a denúncia do papel fulcral da comunicação social na erosão do nosso património maior, a Língua, são causas em que militarei, com gosto, ao lado de Saramago.
Falta-me planear com cuidado a visita à Consistência dos Sonhos.
Um comentário a “O Acordo é apenas Ortográfico, de facto”
Olá, sou brasileira e sou jornalista . Gostaria de dizer que a língua que nos dá a pátria é identidade, é para ser apreciada,ser entendida e também para ser bem escrita. Não sei até que ponto a fusão ortográfica beneficiará a todos, mas como disse Saramago “escrever bem não é um defeito e nem ser pretencioso”. Achei ótimo seu blog e espero que nos encontremos de novo. Abraços, Solange de Paula