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Uma tarde de tuning / modding

Nota prévia: em rigor, a tarde foi de modding e não de tuning, mas o espírito é semelhante.

O meu Power Mac G4 Quicksilver é a minha máquina de estúdio há bastantes anos (começam a ser demasiados) e, apesar da idade, tem sido um fiel companheiro. Acho que o comprei no ano em que foi lançado, 2001, e a primeira modificação que lhe fiz foi um muito básico upgrade de RAM. Isso, assim como a instalação sucessiva de discos (tem 3 discos internos, neste momento), a substituição da Superdrive de origem por um gravador de DVD mais rápido ou a instalação de uma placa de expansão PCI com 4 portas USB 2.0— que com o USB 1 de origem já não me safava— são operações que, apesar de não serem elementares para muitos Mac users, pouco habituados a mexer nas entranhas das suas máquinas, não se podem considerar modding. A propósito: é curioso pensar que, provavelmente, há menos gente a fazer alterações nas suas próprias máquinas (mesmo as mais elementares) entre os Mac users, apesar de muitas máquinas, como a minha, serem de manipulação muito mais simples do que muitas caixas de PC. Ou será que isso é só um preconceito e a estranheza relativamente ao funcionamento interno do hardware é tão presente entre utilizadores de Mac’s e o resto do mundo?

Adiante… com a mudança de instalações e a montagem do estúdio numa sala maior e completamente vazia, com todas as superfícies a reflectir som, o ruído (a)normal de funcionamento do Power Mac, que com a idade tem piorado, tornou-se insuportável. As causas do problema são conhecidas e algumas soluções também, umas mais radicais que outras, umas mais mirabolantes do que outras… Ponderei longamente e, não me sendo fácil proceder à substituição de todas as ventoinhas do computador ou à troca da fonte de alimentação ou outros componentes mais ruidosos, decidi fazer, pelo menos, a alteração mais evidente: a remoção da 2ª protecção da ventoinha da fonte de alimentação, que, estando desalinhada relativamente à 1ª, provoca um dos ruídos mais evidentes. Isso fez-me desmontar muito mais componentes do que alguma vez tinha desmontado em qualquer máquina e, pela primeira vez, fiz um modding verdadeiro. Confesso que o fiz por estar a dar em doido com o ruído e por me parecer ridículo não agir, mas tive que ter alguma coragem para cortar a dita protecção. Além dessa alteração, experimentei mais algumas coisas simples e percebi que um dos ruídos mais chatos na minha máquina é produzido por vibração da protecção de borracha da ventoinha do CPU, mas as soluções propostas não o resolvem (remoção de parafusos de fixação da ventoinha à protecção, cobertura da abertura extra ou atilho de fixação no corpo de borracha). No caso da minha máquina, esse ruído (uma espécie de aceleração cíclica), só se reduz apertando o mais possível a ventoinha contra o painel traseiro, ou seja, apertando os parafusos que seguram a ventoinha no sítio. Fiquei-me portanto pela alteração na traseira da fonte de alimentação, por uma limpeza geral e por uma revisão de alguns parafusos chave na fixação dos elementos sujeitos a maior vibração.

A alteração reduziu o ruído, mas a diferença é bastante ténue e acabou por ser mais um processo psicológico de saber que estava a fazer o que podia para ter melhores condições no estúdio. As diferenças reais, audíveis para toda a gente, são as que fiz na disposição do equipamento, afastando-me o mais possível das superfícies mais reflectoras. Até porque as diferenças que contam a sério e que garantem que posso gravar vozes nesta sala (na qual o zumbido do computador é o menor dos meus problemas), tinha-as feito na semana passada quando instalei uma protecção adicional para os microfones.

Mas, como vêm, a adrenalina do modding, ainda que modesto e estritamente funcional, é bem maior do que a aquisição de equipamento: até me faz quebrar o silêncio aqui no blog.

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iCreate: a gota de água

A minha opinião acerca da iCreate nunca foi das melhores (e a associação à WebDesigner não me deu motivos para pensar que melhoraria), mas a presença do Pedro Aniceto fez-me manter a ténue esperança de que as coisas haviam de melhorar. O conteúdo do último editorial e, precisamente, a forma como trataram o Pedro Aniceto faz-me arrepender amargamente de ter sequer assinado a revista e ponderar a possibilidade de dedicar alguns minutos do meu tempo a fazer publicidade negativa desta e doutras publicações da Enjoy. Mas acho que não vale a pena: eles parecem bem capazes de tratar disso sozinhos.

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Decidam-se

Há vários tipos de erros com que um tipo se pode deparar quando está a navegar pela Web. Em plataformas minoritárias arriscamo-nos mais, suponho eu, mas é uma questão generalizada.

Mas acho que algumas mensagens de erro deviam tentar ser um bocadinho mais específicas.

Exemplo recolhido agora mesmo:

Error: browser is either too old or too modern

Não digo para já onde foi encontrado o erro (quero ver qual a reacção dos responsáveis), mas isto acontece com Firefox 2.0.0.12 e Safari 3.0.4 em Mac OS X 10.4.11. Em Opera 9.01 e Internet Explorer 5.2 não acontece, mas parte do conteúdo não aparece.

Mas “too old or too modern” é um bocado lato, como explicação, não acham?

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Uma imagem de felicidade

Música no iTunes para quase 10 diasDesde que decidi pôr a minha biblioteca de música completamente acessível a partir de qualquer um dos meus dois computadores, colocando a biblioteca do iTunes num disco externo e importando, um a um, as poucas centenas de CDs que constituem a minha colecção de aspirante a melómano que vou observando, com algum gozo, o crescimento do número de músicas e do tempo contínuo de audição de temas diferentes que tenho neste momento, a partir dum disco rígido que já é quase um tesouro.

São quase 10 dias ininterruptos de música diversa, mas minha. Não só no sentido “adquirido”, mas principalmente no sentido “escolhido”.

Este “tesouro”, que ainda tem muito que crescer, torna os dias de trabalho mais agradáveis e, ainda por cima, o trabalho sistemático de importar todos os discos, um a um (ouvindo-os), fez-me redescobrir álbuns de que já não me lembrava ou que nunca tinha ouvido desta forma.

Sinto-me verdadeiramente enriquecido por tudo isto.

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Apostas

Quem quer apostar que este artigo do Jeffrey Zeldman vai fazer correr muita tinta electrónica acerca da estratégia da Apple em geral, do iPhone em particular e das motivações que cada um usa para se convencer a si próprio que o iPhone é o máximo ou que o iPhone é o “demo”?

Eu sou o primeiro a admitir que, depois de uma leitura na diagonal, comecei a pôr em causa alguma da minha desconfiança face ao gadget e ao “encaixe” numa estratégia de crescimento da Apple. O Zeldman tem esse efeito em mim, que querem que vos diga?

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Ainda o Skitch

Espero não me especializar nisto, mas depois do comentário da Maria João Valente à minha wishlist de funcionalidades para o Skitch, como sabia como é que se pode mudar o estilo do texto (só o alinhamento é que não), decidi usar o próprio Skitch para mostrar como e, ao fazê-lo, apercebi-me que é possível fazer o “crop” da imagem (seja para retirar partes, seja para acrescentar área livre):

Skitch: crop e estilos de texto

 Assim, fica resolvido (porque já estava) um dos meus desejos (o crop) e um dos da Maria João Valente (os estilos de texto):

  • clicar e arrastar nas margens para o crop
  • edit > show fonts (option+t) para alterar o tamanho, tipo e estilo, com a possibilidade de retirar o contorno e/ou a sombra ou reverter para o estilo Skitch

Há mais dúvidas ou dicas, por aí? Ou dúvidas que se transformem em dicas? 😉

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iCreate de Julho já chegou!

iCreate de Julho: dar mais power ao iLife

A iCreate de Julho já me chegou à caixa de correio. Ainda não tive tempo de analisar com o mínimo de profundidade, mas— confesso que estava curioso—, já vi que a minha opinião “menos positiva” não é única e que, neste número tem reflexo na secção TalkingMac, pela pena do Nuno Rodrigues.

Assim não me sinto tão só, mas gostava de ter tido algum feedback da opinião que emiti há um mês e que enviei ao director da revista… fiquei apenas com uns comentários no blog e provoquei alguma troca de correspondência na ML “O Correio dos Outros”, mas da iCreate, nunca cheguei a ter respostas.

Provavelmente o meu tom não caiu bem… no hard feelings.

Aliás, continuo a recomendar a leitura da revista. Se não tiver leitores é que não poderá melhorar de certeza.

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iCreate, uma opinião

Para quem não sabe, sou utilizador de computadores Apple Macintosh desde sempre. Não sou fanático, mas reconheço em mim um certo preconceito contra outras coisas e uma postura defensiva, típica em comunidades pequenas, que leva a certas atitudes e comportamentos quase próprios de uma seita ou clube: somos poucos, sentimo-nos incompreendidos e, durante muito tempo, fomos duplamente mal tratados na condição de Mac Users e de portugueses, por não existir Apple Portugal e o importador nem sempre ter um comportamento aceitável (será que isso vai mudar?).

Mas este sentimento de pertença a uma minoria “iluminada” é uma ferramenta poderosa: alimenta uma das mais eficazes e úteis comunidades de utilizadores informáticos que conheço, a mailing list “O Correio dos Outros”, gerida pelo Pedro Aniceto; proporciona momentos de solidariedade e entreajuda raros nos dias que correm; sustenta uma mobilização superior à média no que diz respeito à defesa da dignidade da “nossa” plataforma e a questões de acessibilidade a meios de informação e serviços online, por exemplo… e permite o lançamento de publicações e iniciativas que, por serem “Apple”, têm o patrocínio tácito de uns milhares de utilizadores, uns mais influentes que outros, uns mais recentes que outros (estava agora a pensar no Paulo Querido e a sorrir).

Uma destas publicações que contou de facto com o meu patrocínio tácito, na forma de uma assinatura, por se tratar duma publicação “Apple” e pouco mais, foi a iCreate, “A Revista Criativa dos Utilizadores Mac” que vai já no seu número 6 e sobre a qual ainda não tinha feito nenhum tipo de comentário, com a secreta esperança de ver uma mudança significativa. A verdade é que depois dos primeiros 2 números, que, a custo, li duma ponta à outra, só este 6º número me mereceu de novo esse tipo de atenção e foi só porque tinha 2 viagens de comboio para fazer e andava a ficar com vontade de publicar uma opinião sobre a revista.

Olhei para todos os números, tentei pôr-me no lugar de vários tipos de utilizador, mantive presente a ideia de que o Pedro Aniceto é o editor e, isso, de alguma forma, garante-me que a revista deve estar a prestar um serviço a um grande número de utilizadores, mas a verdade é que, a mim, deixa-me entre o irritado e o aborrecido.

Aborrece-me o “eye candy”, o festival de imagens e clichés gráficos que, mais do que qualquer outra coisa, vai dando razão aos “geeks” que dizem, que os Mac’s são só “look” e pouco mais. A colagem “obscena” a uma imagem “Mac” satura-me tanto ou mais do que os templates de iPhoto, iMovie, iWeb e demais iApps e ponho-me a pensar que, se reconheço utilidade em pôr templates nestas aplicações para que os utilizadores “amadores” possam facilmente produzir resultados apelativos, não percebo porque é que uma “revista criativa” não há-de alocar recursos ao desenvolvimento de ambientes e estruturas igualmente atractivas e eficazes, para mostrar que o que sai dum Mac não tem obrigatoriamente que se parecer com um molde qualquer de Cupertino.
Aborrece-me a sequência de “tutoriais” simplórios e superficiais onde se faz um enorme esforço para que tudo pareça ser feito sem nenhum esforço, sem cruzamento de aplicações, sem aplicação real de nenhum conhecimento disciplinar estruturado. Como criar linhas de baixo no GarageBand, como criar ilustrações com Photoshop CS3, como criar menus de DVDs com iDVD, como… como é que se escreve sobre tudo isto desta forma “leve e fresca” sem que isso seja desvalorizar o conhecimento e experiência de músicos, artista gráficos, designers e todo o tipo de criativos?

Não quero com isto dizer que acho que os meios informáticos de apoio técnico à criação não devem ser democratizados (não seria um utilizador Apple se pensasse de outra forma), mas aflige-me ter à minha frente uma pilha de revistas com “tutoriais” sobre todas estas coisas, explicadas duma forma que roça a leviandade, tendo já que lidar tantas e tantas vezes com pessoas (clientes e parceiros) que acham que fazer coisas no computador é “1, 2, 3 cliques e já está”. Revistas como a iCreate não só não ajudam em nada neste contexto como podem perfeitamente criar problemas noutros. Se eu tivesse um tostão por cada vez que alguém veio ter comigo porque começou (o próprio ou um amigo jeitoso) a fazer uma “coisa simples” (um slideshow, um site, um folheto, um catálogo, uma gravação áudio) e agora só queria que eu “desse um jeito” e “imprimisse, gravasse num CD ou DVD, colocasse online, etc.”
Na maior parte destes casos o trabalho maior está em “desfazer” o que já foi feito e coisas verdadeiramente simples assumem toda uma outra dimensão.

Em muitas áreas técnico-criativas estes problemas são sentidos de forma bem real e acredito que a abordagem da revista pode, muitas vezes, irritar um designer gráfico, um músico ou técnico de som, um editor de vídeo ou um programador web, mas tenho a sensação que cada um destes profissionais deve pensar que, para contrabalançar o “beliscão” dado à sua dignidade profissional, ficou com aqueles truques porreiros para os seus “hobbies” e ninguém é muito prejudicado… mas e se pensarmos no quadro global?

Bem sei que o público da revista não são os “power users” (assim espero) e, por isso, não podemos levar a coisa demasiado a sério. Mas não deveria ser mais claro para todos que assim é?

Além disso há os erros das traduções e parece claro que alguns dos textos não estão a ser revistos por especialistas, ou adaptados à realidade portuguesa: desde a referência aos PhotoBooks a partir do iPhoto, em que se esqueceram de referir que para ter esse serviço em Portugal era preciso “enganar” a Apple Store Espanhola, até à recente tradução dos artigos de GarageBand e LogicExpress em que “bars” são “barras”, em vez de “compassos”… é o tipo de coisa que me faz pensar em quantos erros me poderão estar a escapar nos assuntos que me sejam estranhos. Sou assim.

É claro que a minha opinião não passa disso mesmo, mas ando intrigado para saber se, de resto, os outros Mac Users portugueses estão assim tão fascinados com a revista da “seita”?

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Impresa e Macintosh

Periodicamente acontecem coisas assim: alguém decide publicar alguma coisa— um website, um determinado conteúdo on-line ou num CD-Rom, uma mini-aplicação de uso geral…— esquecendo-se de que nem toda a gente usa computadores com sistemas operativos Windows. Não me irrito mais pela exclusão da minha plataforma de eleição, os computadores Apple Macintosh, do que por todas as outras e, acima de tudo, fico irritado quando percebo que, no fundo, se trata apenas de preguiça: preguiça dos programadores que não querem saber de plataformas que não as que usam no local de trabalho, preguiça de quem elabora cadernos de encargos e não se está para chatear com “pormenores” como “quem é o público disto”…

Desta vez foi a Impresa que se esqueceu da imensa minoria “diferente” no lançamento de novas funcionalidades da edição on-line do Expresso.

O Pedro Aniceto (que é mais do que um pai para a comunidade de Mac Users portugueses), preparou um textozinho de protesto, pronto a enviar para impresa@impresa.pt. Sendo ou não Mac User, se se irrita com a preguiça, junte-se a nós neste protesto.

Use o e-mail que se transcreve, ou se quiser ser preguiçoso como os programadores da Impresa, pode simplesmente clicar aqui.
O Pedro Aniceto pede para ser informado, em CC, para “medir” o pulso à dimensão do protesto e (imagino eu) avaliar acções futuras.

Para: impresa@impresa.pt
CC: aniceto@mac.com
Assunto: Macintosh/ Mac OS

Mensagem:
É possível que tenha sido um lapso. Ou um desconhecimento. Ou ambas as coisas. Ou ainda outras que não consigo sequer imaginar quais tenham sido.
Deixar de fora MILHARES de utilizadores de computador que não utilizam Windows como sistema operativo, é pouco inteligente, não revela grande visão do mercado e, em termos de gestão económica, muito pouco sagaz.
Talvez exista alguma estratégia genial de afastar leitores, tão genial que está escondida algures, mas tão bem escondida que se não vê…

Como leitor do Expresso e de alguns outros produtos Impresa, lavro aqui o meu protesto pela falta de respeito técnico (porque há tantas soluções para múltiplas plataformas que me dispenso de as enumerar).

Cumprimentos,

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