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jazz.pt | Cornelius Cardew e a liberdade da escuta

Cornelius Cardew e a liberdade da escuta
Culturgest Porto, 8 de Maio a 26 de Junho de 2010

Curadores: Pierre Pal-Blanc, Lore Gablier, Dean Inkster e Jean-Jacques Palix

De 8 de Maio a 26 de Junho, a Culturgest Porto acolheu o ciclo “Cornelius Cardew e a liberdade da escuta”, um grande evento evocativo da obra multi-facetada do compositor britânico, iniciado no Centre d’Art Contemporain de Brétigny, em 2009 e com passagem pela Künstlerhaus de Estugarda. O evento incluiu uma exposição— constituída por filmes, numerosas gravações musicais e material de arquivo, entre escritos, partituras, registos fotográficos, cartazes, livros e muitos outros elementos associados à vida e obra de Cardew, assim como uma multiplicidade de bibliografia eventualmente útil— e um ciclo de concertos, performances e conversas que trouxe ao Porto um conjunto vasto e ilustre de músicos, performers e artistas que mantêm com a obra de Cardew uma relação estreita e que, em alguns casos, integraram alguns dos colectivos por ele criados como The Scratch Orchestra, ou que ele integrou, como o colectivo AMM.
Para evocar a figura seminal de Cornelius Cardew na música de vanguarda europeia, vieram ao Porto pessoas como Christian Wolff, John Tillbury, Keith Rowe, Rys Chattam, Terre Thaemlitz, Piotr Kurek, entre tantos outros e organizaram-se interpretações envolvendo voluntários (músicos e não músicos) de obras como “The Great Learning”, de Cardew, “Stones” e “Burdocks” de Christian Wolff, dirigidas pelo compositor e “Walk” de Michael Parsons. Ouviram-se igualmente diversas interpretações de excertos de “Treatise”, a monumental partitura gráfica que Cardew desenvolveu entre 1963 e 67 e se afirma como uma das suas obras-primas, e assistiu-se a actividades “Scratch” protagonizadas por elementos originais da The Scratch Orchestra, mas não só.
Quase um trimestre de actividade, com 16 eventos programados, numa tentativa de oferecer uma visão ampla sobre a obra de Cornelius Cardew e o contexto em que ela se desenvolveu, particularmente focados nas suas actividades na década de 60, no contacto permanente com a vanguarda norte-americana, através de John Cage, La Monte Young, Morton Feldman e Christian Wolff e na tentativa de estabelecer uma vanguarda europeia livre do dogma do serialismo total— Cardew trabalhou com Stockhausen em Colónia, após a sua formação na conservadora Royal Academy of Music—, evitando, de certo modo, a militância política dos anos 70 e a negação da vanguarda como “elitista e alienante”.
O Cornelius Cardew dos anos 70 diria que todo este ciclo não passa duma terrível perda de tempo“, disse mesmo John Tillbury, um dos mais importantes intérpretes e biógrafos de Cornelius Cardew, na conversa pública que antecedeu o recital de piano do dia 19 de Junho. E todo este ciclo parece atravessado por uma angústia inevitável, que é a de evocar um criador com um percurso extraordinariamente corajoso e coerente e, por isso mesmo, em constante ruptura com qualquer tentativa de catalogação e enquadramento.

Cornelius Cardew, nos seus curtos 45 anos de vida e, particularmente, nos menos de 30 anos de actividade como músico e compositor, guiou-se de forma relativamente permanente por um inconformismo que o levou, obstinadamente, através dum percurso único, militantemente utópico, que o guiou desde os seus estudos musicais convencionais às vanguardas europeias, onde o serialismo se afirmava como sistema científico e progressista, posteriormente americanas, onde o acaso de Cage, e as notações verbais e gráficas do movimento Fluxus apresentavam-se como alternativa a um sistema de produção musical, sem obstáculos técnicos à criação e interpretação musical, até à afirmação duma “ética da improvisação” e à reflexão sobre os diferentes papéis e funções necessárias à produção e fruição musical e consequente negação dos fenómenos de vanguarda pelo seu carácter “elitista”, já numa lógica militante e eminentemente marxista que leva Cardew, a partir dos anos 70 a abandonar a produção musical enquanto forma de arte e prosseguir apenas na acção política que inclui experiências musicais no domínio da composição, interpretação e arranjo de hinos políticos e canções populares de protesto.
A vida de Cardew, na sua intransigência, é um aspecto fulcral da sua obra e assume-se, eventualmente, como o principal obstáculo à sua visibilidade e compreensão. Se os compositores norte-americanos que Cardew introduziu no circuito das vanguardas europeias, se afirmam actualmente como figuras incontornáveis na história da música contemporânea, assim como alguns dos seus colaboradores que se afirmaram ora nos círculos eruditos, ora nos círculos experimentais, Cardew resiste estoicamente a processos historiográficos completos porque se afirma frequentemente como o seu maior crítico.
Porém, o rol de criadores influenciados por Cardew ou próximos da sua produção são testemunho evidente, ainda que complexo, da relevância do compositor britânico no rumo da vanguarda europeia.
E o ciclo de eventos organizado na Culturgest Porto demonstrou de forma completa, para o bem e para o mal, a acuidade de Cardew.
Tratou-se, de facto, dum evento elitista, com o público a ser normalmente inferior às piores expectativas. Muitas vezes auto-complacente, com algumas performances a arrastarem-se dolorosamente, em artifícios datados, irrelevantes e, aparentemente mais esforçados em reconstituições do que em afirmações de vanguarda, como assistimos no “A Scratch Dealer Concert” e na apresentação de “The Tiger’s Mind”. E, frequentemente, fechados ou isolados em “ilhas de conservação arcaica” para usar a expressão de George Steiner que o mesmo Tillbury citou na sua conversa.
Ainda assim, a possibilidade de assistir a diferentes visões/interpretações de “Treatise”, a primeira das quais com Keith Rowe a “dirigir” um grupo de músicos portugueses, apesar de “Treatise” não pressupôr direcção, ou a oportunidade de receber Christian Wolff pela primeira vez em Portugal, para conversa, direcção de peças suas e recital, ou os recitais a solo de John Tillbury e Rhys Chatham foram momentos marcantes e de grande qualidade e interesse musical.

Texto escrito por João Martins. Depois de revisto e editado por Rui Eduardo Paes, foi publicado no nº 32 da revista jazz.pt, integrado no report global do Braga Jazz. A publicação do texto neste blog tem como principal objectivo promover a revista: compre ou assine a jazz.pt.
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Aveiro Jovem Criador 2009

Foi hoje a sessão de entrega de prémios e a inauguração da mostra relativa ao concurso Aveiro Jovem Criador 2009. No ano passado, fui convidado a integrar o júri da área de Artes Digitais e a experiência teve os seus altos e baixos (o workshop de Pure Data proposto na altura não se chegou a realizar por falta de interessados, que acabaram por se reunir em Águeda, na d’Orfeu). Este ano, apesar de manter as minhas reservas quanto a concursos deste tipo que exigem anonimato, decidi experimentar o processo do lado dos concorrentes, por razões várias, que vão da oportunidade ao risco. Submeti ao júri uma instalação interactiva, a que dei o nome de Public Piano #0909, e que resultou da junção dum par de ideias que me interessava testar no contexto da criação das “Criaturas“: trata-se dum patch relativamente simples, em Pure Data + GEM que

  1. recolhe e analisa o som ambiente, convertendo-o em sinal MIDI, usado para tocar um piano sintetizado
  2. capta a imagem do público e espelha-a no monitor, alterando o espaço de cor e a opacidade de acordo com a frequência e amplitude do som ambiente

A instalação apresenta-se de forma simples, como uma mistura de jogo e setup performativo, com uma estante de música virada para o monitor-espelho, montado num plinto, à altura do olhar. O microfone está colocado de forma visível junto à estante e virado para o público e, sobre a estante e o plinto, vários objectos (um metrónomo, uma caixa de música de manivela, um martelo de São João, entre outros) complementam o desafio do jogo, impresso na superfície da estante:

Imagina que isto é um jogo. Ou imagina que é um instrumento musical: um piano para todos, tocado de qualquer maneira. Usa o teu corpo e a tua voz ou os objectos disponíveis. Experimenta novos objectos e, se quiseres e puderes, oferece novos objectos à instalação, depositando-os na estante ou no chão. Aqui não há intérpretes e audiência: todos somos tudo. Limita-te a participar.

O patch está programado de tal forma que a sensibilidade (a amplitude mínima para gerar reacção) e a espontaneidade (o tempo entre a acção no ambiente e a reacção do sistema) variam de forma pendular, algo aleatória entre valores pré-determinados, por forma a que, ao longo do tempo, as condições do jogo se vão alterando. Contribui também para essa ideia de imprevisibilidade o facto do som produzido pelo sistema integrar o próprio som ambiente e, assim, realimentar a cadeia de processamento— problema técnico que resolvi, aplicando uma operação de divisão da frequência e amplitude em cada ciclo, que dá origem a uma espécie de delay com pitch shifter ou arpeggiator e impede loops infinitos. A ideia é que, a cada momento, o som produzido possa ser imediatamente identificado como reacção a estímulos acústicos exteriores ou seja completamente imperceptível essa relação, dada a quantidade de material residual ainda em processo e que, na alternância entre esses dois estados, resulte um objecto orgânico e vivo. A imagem pretende apenas funcionar como espelho-simbólico, reagindo às condições acústicas, mas, acima de tudo, projectando a imagem do público-performer, confrontando-nos com a nossa actual condição de criadores obsessivos.
Ao criar esta peça não conhecia ainda o conceito do RjDj, mas, de certa forma, foi sobre ideias semelhantes e com as mesmas ferramentas que trabalhei. 😉

No processo de submissão da obra, juntamente com um registo vídeo pouco eficaz, em parte devido à limitação do anonimato que me obrigou a um registo muito parcial e limitado da instalação em uso, entreguei a seguinte Explicação de Processos e Argumentação:

Explicação de Processos
Public Piano #0909 é uma instalação intermédia que capta o som e a imagem produzidas no espaço expositivo e devolvem-nos, em forma híbrida de “piano de imitação” e “vídeo-espelho manipulado”. Usando o Pure Data e GEM, os parâmetros do som são analisados em tempo real e convertidos em sinal MIDI para accionar um piano sintético e, simultaneamente, para definir as alterações cromáticas no “vídeo-espelho”.
O público é, simultaneamente, performer.

Argumentação
Numa era de democratização dos meios de criação e produção artísticas e em que todos pretendemos ser mais do que meros espectadores-receptores, Public Piano #0909 apresenta-se como um resultado natural do encontro entre o video-jogo, o instrumento musical virtual e um espelho, símbolo do nosso crescente egoísmo. Se o aparato tecnológico remete para o universo das consolas, os objectos disponíveis convidam à experimentação e fruição acústicas.

O vídeo em causa, era este:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=Wlq8rD9yYcw[/youtube]

O júri pediu para ser montada uma demonstração da instalação na Casa da Juventude, de acordo com sugestão da minha parte no momento da candidatura e em total respeito pelo regulamento e pelas normas relativas ao anonimato e teve, assim, acesso à montagem possível, dadas as limitações de espaço, tempo e recursos durante uma das suas reuniões.

A peça foi seleccionada para integrar a mostra, mas o júri decidiu não atribuir quaisquer prémios ou menções honrosas na área de Artes Digitais, na edição deste ano. A experiência de integrar o júri do ano passado ajuda-me a compreender a dificuldade destas decisões e a respeitá-las. Estivesse eu no lugar do júri e, provavelmente, não consideraria a minha peça digna de prémio ou menção honrosa, pela forma como foi apresentada e até por alguns aspectos da sua realização. Mas a experiência de preparar esta candidatura, este ano, mostrou-me de forma bem mais evidente, as fragilidades deste concurso, na área específica de Artes Digitais. Tenho pena que algumas das questões levantadas no ano passado não tenham ainda sido objecto de reflexão para o regulamento deste ano. Entristece-me saber que algumas obras interessantes foram desclassificadas, de novo, pelo problema da sua identificação e compreendi bem algumas dificuldades que se colocam aos concorrentes para apresentar as obras no seu melhor estado, sem as identificar. Espero que a regra do anonimato, que já não existe na área da Pintura, por exemplo, possa cair em todas as áreas. E, acima de tudo, espero que as limitações técnicas das obras a concurso na área de Artes Digitais sejam explicitadas com a clareza que se vê na Escultura, por exemplo (extraordinário o trabalho vencedor nesta categoria, já agora). Com uma descrição dos recursos técnicos disponíveis e das limitações existentes na mostra (projecção, computadores, monitores, sistemas de som, espaço expositivo, isolamento, iluminação) e a possibilidade de montagem prévia das obras, nos casos em que se justifique, para apreciação pelo júri, em local adequado e/ou com imposições claras relacionadas com a natureza da mostra, o trabalho dos concorrentes é facilitado. Eu, pessoalmente, arrependo-me de ter produzido sistematicamente versões e apresentações da proposta a pensar em eventuais limitações técnicas finais e usando apenas material que poderia ceder para a mostra (condição que acabou por se verificar), quando algumas experiências de montagem com mais meios me mostraram um objecto artístico muito mais bem conseguido, completo, compreensível, envolvente e impactante. Reduzi nos meios usados em função do que me parecia ser possível para a mostra e, com isso prejudiquei a “obra”. Mas a verdade é que a montagem final, na mostra, depende de facto do meu material e é uma versão “modesta”, na qual, entre outras coisas, os responsáveis pela organização não podem garantir som contínuo e/ou a alternativa de auscultadores que sugeri: na inauguração de hoje, por exemplo, várias pessoas pararam em frente à instalação, usando os objectos e esperando reacção que não existia, já que o som estava cortado, por causa duma intervenção musical a ocorrer no mesmo espaço.

Há muito caminho a fazer.
Pessoalmente, espero pegar neste objecto e apostar na versão mais ambiciosa, com meios mais capazes, quer em termos de captação de vídeo e áudio, quer em termos de difusão e ocupação de espaço. Espero encontrar o local e os parceiros necessários para, pelo menos, uma montagem e demonstração pública para efeitos de registo.

Entretanto, aconselho a visita à exposição, na Casa Municipal da Cultura Fernando Távora, aqui em Aveiro (em frente aos Paços do Concelho). Se o meu Public Piano #0909 estiver mudo, peçam a alguém para o ligar e avisem-me.

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Carlos Zíngaro + Mental Liberation Ensemble

Na inauguração de A Mula Ruge no Espaço Campanhã, que acontece no dia 4 de Julho, próximo sábado, vamos ter um concerto do Mental Liberation Ensemble com Carlos Zíngaro. É às 18h00 e promete!

Cartaz de A Mula RugeA MULA RUGE
no Espaço Campanhã
de 4 a 25 de Julho de 2009

A Mula Ruge é uma espécie de infantário, onde podem vislumbrar essa maldita e mutante prole de tantos anos de rambóia. É também uma espécie de orgia, pois poderemos ver in actu as trampolinices da Mula com seus novos namorados (alguns deles com idade para ter juízo, mas que ainda revelam ter pêlo na venta). E ainda uma espécie de casamento de aldeia, já que convidaram todos os compadres e comadres para um pé de dança, comezaina e outras vilanias.
Pedro Moura

Exposição colectiva com Miguel Carneiro, Marco Mendes, Arlindo Silva, Filipe Abranches, João Maio Pinto, André Lemos, Berto Fojo, Likenico, Pelucas, Von Calhau, José Feitor, Júcifer, Lígia Paz, Raygal, Mauro Cerqueira, Mike Goes West, Nuno de Sousa, Carlos Pinheiro e Carlos Zíngaro.

(cartaz de Miguel Carneiro & João Marrucho)

Dia 4 de Julho:

  • 15h
    Inauguração da Exposição Colectiva e Feira Laica
    Lançamento da Qu’Inferno
  • 18h
    Concerto Mental Liberation Ensemble & Carlos Zíngaro

O Mental Liberation Ensemble é uma formação cujos membros provêm de áreas musicais que vão do death-metal ao free jazz, colaborando regularmente em vários projectos (F.R.I.C.S., Mécanosphère, Srosh, Lost Gorbachevs, entre outros), e que se juntam como Mental Liberation Ensemble quando surge a oportunidade de acolher um músico convidado.

Para o concerto a formação será constituída por:

João Martins – saxofones
Henrique Fernandes – contrabaixo eléctrico
Gustavo Costa – bateria e percussões várias
João Filipe – percussões
Filipe Silva – electrónica, guitarra
Jonathan Saldanha – electrónica e outros instrumentos

A estes músicos irá juntar-se o convidado Carlos Zíngaro (violino).

  • 20h
    Mega Churrasco Dançante com DJ GoldenShower

Dia 25 de Julho:

  • 18h
    Concerto João Peludo

Cartaz Feira laica

(Cartaz Von Calhau)

Mais informação:

  • Miguel Pinho (responsável pelo espaço) Tel: 912897580 / linha1@plataformacampanha.com
  • José Maia (responsável pelo programa de exposições) Tel: 933288141

Contactos:
Espaço Campanhã
Rua Pinto Bessa 122 – Armazém 4 e Armazém 21 (atrás do BANIF)
4300-472 Porto
Tel. 912897580 | linha1@plataformacampanha.com | www.plataformacampanha.com

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F.R.I.C.S. @ Remade in Portugal

Remade in PortugalComeçou a 28 de Setembro e prolonga-se até 5 de Outubro o primeiro grande evento dedicado ao Eco-Design organizado no nosso país: o Remade in Portugal é a primeira Exposição de Internacional de Design Ecológico e está na Estufa Fria em Lisboa.

O evento, pela forma como se apresenta e pelos nomes destacados causa-me enorme desconfiança, devo dizê-lo. Por isso mesmo, vai ser um gosto estar lá a tocar, amanhã às 18h30, com a já quase omnipresente Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa.

Sim, será o primeiro concerto do colectivo F.R.I.C.S. na Capital do Império e adensam-se as dúvidas sobre a resistência da sua mítica flexibilidade cosmopolita à nossa pura força psicadélica.

Vejam o que aconteceu ao “Allgarve” depois da nossa passagem e ponderem sobre onde quererão estar amanhã. 😉

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Hay que verlo para entenderlo

O que sucedeu em Ourense não tem explicação. Não só a Fanfarra se transformou em exposiçãodisponível até 26 de Outubro e não Setembro, como tinha anunciado—, como fomos colocados à cabeça dum cortejo pagão na I Festa Dionisiaca de Ourense.

De facto, “hay que verlo para entenderlo”.

Só esperamos vir a ter registos suficientes para que nós próprios possamos vir a entender.

Espectáculo artístico alternativo

Fotografia da Voz de Galiza da performance de FRICS, na Sala Alterarte, em Ourense

Autor: Cándida Andaluz redac.ourense@lavoz.es
Fecha de publicación: 21/9/2007

El mismo nombre lo dice. La sala Alterarte del campus de Ourense abrió ayer sus puertas a un nuevo curso con la ironía por montera. El estrenado comisario, Ignacio García Gómez del Valle eligió una muestra rompedora e innovadora de la mano de FRICS (Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa). «Que pasa cando unha inauguración confúndese co obxecto artístico dunha exposición. Cada día podemos reinaugurar un espazo que se convirte en espazo festivo», explica el comisario de la sala. El espectáculo, con otro tipo de vertiente aunque siempre con la fiesta como bandera, se podrá disfrutar hasta el 26 de octubre. Hay que verlo para entenderlo.

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F.R.I.C.S. Expostos @ Alterarte, Ourense (datas corrigidas)

A Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa foi convidada a fazer mais um pequeno desvio à “Capitais de Distrito Por Ordem Alfabética Tour”. Desta vez, o convite veio da Galiza, do Campus de Ourense da Universidade de Vigo e a natureza do convite era irresistível: registar e transformar a acção da Fanfarra numa instalação que inaugurará a nova temporada dum espaço expositivo com o sugestivo nome de Alterarte.


F.R.I.C.S. Expostos, convite para a exposição

Assim, estaremos nos dias 21 e 22 de Setembro a tocar para as pessoas e para os registos vídeos, que ficarão expostos até dia 26 de Setembro Outubro.

F.R.I.C.S. Expostos - convite da exposição (o texto)

O convite, que aqui reproduzo na vã esperança de que alguém o aceite, entre outras coisas mostra que bem nos percebem os nossos parceiros galegos.

Será certamente uma experiência diferente, esta de ficar “exposto”, mas, pensando bem, este é um dos futuros previsíveis de um projecto tão conceptual como é a Fanfarra. Isto, a digressão pelas capitais de distrito por ordem alfabética e a vontade indomável de ocupar todos os coretos do país, são, de facto, faces da mesma moeda.

E não resisto a mostrar melhor o “coelho sufocado” que o comissário da exposição tira da cartola neste convite, na forma duma citação de Sloterdijk, que bem poderia dar origem a uma nova linha de t-shirts F.R.I.C.S.:

O sentido da linguagem é festejar: toda a linguagem que se esqueça de festejar será abandonada pelos bons espíritos…