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2009 em números, um balanço deste blog

Segundo o Google Analytics, em 2009, este blog teve 44.172 visitas (-20,35% que 2008) e foram vistas 56.417 páginas (-22,37% do que 2008). Foram identificados 38.578 visitantes exclusivos absolutos (-17,05% que 2008), o Google continua a ser o maior gerador de tráfego (75,95% das visitas) e o nome do blog, “diário de bordo”, continua a ser a expressão que mais visitantes traz, via mecanismos de pesquisa, mas não excede os 4% de visitas e a miríade de termos pesquisados por quem cá chegou não permite identificar tendências ou traçar um perfil de quem lê. Nem eu estaria muito interessado nisso. Só através dos comentários (que são raríssimos) é que poderia realmente interagir com os “leitores” e deixar-me influenciar (ou não) pelas suas opiniões.

A quantidade de dados estatísticos que um serviço como o Google Analytics nos oferece é tal que a sua utilidade depende exclusivamente dos nossos objectivos e da nossa capacidade de os seleccionar, analisar e interpretar. O facto do Internet Explorer ser o browser mais usado nas visitas (+ de 60%) e do Windows ser o Sistema Operativo mais comum entre os leitores (quase 90%) mostra-me que, ao contrário do que se passava há uns anos, quando este era um espaço muito “pessoal”, os meus leitores são uma eventual amostra da “maioria” dos internautas portugueses, distorcida como todas as amostras, mas cada vez menos.

O decréscimo de visitas reflecte, creio eu, considerando a tendência acentuada nos últimos meses do ano e observando o crescimento significativo e sustentado de subscritores do feed, uma maior interacção com os mesmos conteúdos por parte dum número crescente de leitores-utilizadores noutras plataformas (FriendFeed, Facebook, Twitter, etc).

Seja como for, os números indicam que, em média, diariamente, qualquer coisa como 105 visitantes, que realizaram cerca de 121 visitas, visualizaram cerca de 154 páginas do blog. Eu, excluindo anomalias (como esta ou esta), quase não dou pela presença de ninguém. E, por mim, as coisas podem manter-se assim, do ponto de vista da “manifestação” dos leitores, se bem que também não me importo de receber críticas, sugestões e comentários ocasionais. Mas além de repensar a secção de podcast do blog, farei, para me impôr alguma disciplina de escrita, algumas alterações que, se tudo correr bem, serão óbvias. 😉

E, nesse sentido, passo a aceitar sugestão de temas para artigos mais aprofundados.

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Singularidades gravitacionais semânticas no espaço virtual

Como já devem ter percebido, neste blog escreve-se sobre muitos assuntos. Mas como usei a palavra “sedução” no título dum post recente, os avançados algoritmos usados pelo AdSense para apresentar publicidade relevante no contexto do blog parecem ter sido sugado pelo incrível campo gravitacional desta palavra:

Publicidade no blog com a distorção introduzida pela palavra \"sedução\"

Para mim, estas “singularidades gravitacionais semânticas” não são novidade, mas nunca me tinha apercebido dum exemplo tão disparatado e/ou evidente, com excepção dos hilariantes anúncios a comida de cão e remédio para pulgas no blog do Pedro Aniceto, claro.

Também sei que, por causa da classificação deste post no sistema de tabs e categorias, com referências ao AdSense, ao Google e questões similares, tudo isto vai mudar rapidamente para o maravilhoso mundo das optimizações para motores de busca (SEO e SEF), optimização de conteúdos para criação de rendimento através de publicidade and so on… em algumas coisas, as singularidades da web são muito previsíveis. 😉

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Não escrevo sobre o Google Chrome

… enquanto não houver uma versão para Mac.

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PageRank: é tão simples!

Li, com interesse, um post recente no AirDiogo acerca do PageRank, o sistema através do qual o Google organiza os resultados das pesquisas em função da relevância atribuída ao conteúdo da página ou site. A reflexão sobre a popularidade deste assunto e sobre as diferentes posturas de SEO – Search Engine Optimization que vão desde a explicação séria e simples dos parâmetros envolvidos até às lógicas obscurantistas e promessas milagoras, típicas de vendedores de banha da cobra é, parece-me, uma outra forma de atrair visitantes ao blog, aproveitando a onda gigantesca de pesquisas. No caso dele, como no meu, agora, ao escrever este post ou quando escrevi este outro, mais obsceno, ou na experiência recente do Nuno Saraiva, usando a orientação sexual da Brandie Carlile como chamariz de visitas, percebe-se que há um critério simples, superficial e fácil de manipular no sistema: se usarmos frases, palavras ou expressões muito populares e, especialmente, se lhes dermos valor semântico (num título é melhor que no corpo do artigo) e as repetirmos em vários contextos (as tags e índices são óptimas estratégias), podemos trepar a escala da relevância com facilidade. Mas é fácil de perceber que esta estratégia se usada de forma “maliciosa” gera visitas “enganadas”, o que não contribui nem para a reputação nem para a relevância global do site em causa. O artigo mais popular desde blog, por exemplo, chama-se “Pornografia, ou a arte de ser explícito“, mas duvido seriamente que as intenções duma parte significativa dos visitantes fosse ler a minha reflexão acerca das práticas de distribuição de publicidade no site do Correio da Manhã.

Mas, se percebermos este primeiro princípio, percebemos, de facto, que o segredo da relevância— por isso, o segredo do PageRank ou o segredo do SEO – Search Engine Optimization— é escrever de forma organizada e sistemática, com cuidados ao nível da marcação semântica dos conteúdos. Ou seja, é preciso cuidar dos conteúdos e pensar, pesquisar e analisar quais os termos e expressões de pesquisa mais usados pelos internautas que fazem parte do nosso público-alvo. E isso é simples, certo?

Um blog, um portal generalista ou outras experiências cujo único objectivo seja gerar visitas, sem preocupações de fidelizar públicos-leitores, pode dar-se ao luxo de seguir a onda dos acontecimentos, alternando entre referências aos últimos gadgets (o iPhone e o iPod são boas opções), escândalos sexuais, económicos ou políticos, fait-divers de vários tipos, ou alimentar as eternas flamewars de sistemas operativos (Windows vs. Mac vs. Linux) ou consolas de jogos (Playstation vs. Xbox vs. Wii), por exemplo. Esse comportamento gera visitas e aumenta a relevância / PageRank artigo-a-artigo, mas a inconsistência dum site que segue simplesmente hypes sucessivos, sofre com isso. Porquê? Porque se fosse apenas um problema de quantidade de keywords, não se justificava a investigação, o segredo ou até o registo de patentes à volta do “coração” do Google. Por um lado, referências avulsas a termos “populares” não chegam para enganar o sistema, já que todo o conteúdo é visado e são cruzadas referências para perceber se o artigo é ou não “genuíno”. É também aí que entra a importância da construção de links para o conteúdo. O número de sites que refere o nosso conteúdo, através dum link, é mais um sistema de validação da relevância dos conteúdos. E isso também é fácil de perceber: se eu for uma “autoridade” numa determinada área é natural que muitos sites dedicados ao mesmo assunto, ou artigos avulsos, se refiram e liguem a mim. E essa é uma medida socialmente aceitável, mesmo no mundo real do ensino, por exemplo. (Uso o termo “autoridade”, numa piscadela de olho ao sistema de Authority que o Technorati usa). Cá está outro parâmetro base de relevância: links dirigidos aos nosso conteúdo “provam” que ele é relevante. (Claro que as “roletas” de troca de links sugeridas por alguns “especialistas” e que ligam ad nauseam sites igualmente irrelevantes são identificados pelo sistema e pelos utilizadores, também. Isso e outras práticas semelhantes a vudu.) 😉

Mas, além disso, se o PageRank de cada página dum mesmo site for alto, mas responder a termos de pesquisa demasiado diversificados, não é possível determinar a relevância global do site, porque não existe um contexto temático em que ele se encaixe. Os links podem ajudar, mas não resolvem o problema de base. Por isso é que se fala muito da necessidade de “especialização”. Há até quem sugira que a melhor forma de garantir uma grande visibilidade é encontrar um “nicho” e explorá-lo até ao tutano garantindo que, à medida que o interesse cresce (e o interesse sobre qualquer coisa na Internet cresce sempre, é um problema básico de entropia), nos mantemos no topo da vaga.

Este é o tipo de coisas que os especialistas de SEO – Search Engine Optimization vão dizendo e vendendo, mas se um projecto estiver limitado tematicamente (que é o caso de quase todos os sites de empresas e organizações), não faz sentido falar de determinado tipo de manipulação de conteúdos ou da auscultação constante dos hypes gerais. Para um site “normal”, com objectivos pré-determinados e um posicionamento marginal às modas e tendências da web, o trabalho é, paradoxalmente, muito mais simples. Como é óbvio que a relevância absoluta do site será sempre condicionada pela popularidade do tema— uma sex-shop on-line não tem que trabalhar quase nada para garantir valores altos de relevância, enquanto um clube de leitura ou uma carpintaria terão que se contentar com um tecto baixo definido pelos hábitos de utilização e pela baixa densidade do “meio” específico onde estão—, o trabalho deve concentrar-se apenas na apresentação fluída e bem estruturada dos conteúdos e na adequação da escrita ao meio e aos hábitos (percebidos) dos internautas. Não é pouco trabalho, mas é simples:

  • escrever bem, sem ser nem prolixo nem telegráfico
  • identificar as palavras, expressões e frases em uso no “meio” e usá-las em quantidade, mas com critério, um pouco por todo o site (uma boa forma de fazer isto é usar os simuladores do Google AdWords que, a partir de uma expressão, nos dão as alternativas mais procuradas)
  • perceber que ninguém lê tudo, pelo que o que nos pode parecer redundante quando estamos a criar e/ou a rever conteúdos, pode ser perfeitamente aceitável para leituras na diagonal
  • usar as palavras e frases chave em títulos e sub-títulos, correctamente marcados semanticamente (<h1>, <h2>, etc)
  • não substituir por imagens conteúdo fundamental, a não ser que se usem criteriosamente as possibilidades de legendagem (tags alt e title) e/ou se adoptem técnicas de Image Replacement inteligentes
  • procurar os melhores locais on-line para se ser referenciado e tentar perceber como é que isso é possível (publicidade, troca de links, simples contacto?)

Não é magia, nem milagre ou prática mística, mas funciona. Sendo assim, porque é que se continua a falar destas coisas e há uma tão grande procura por estes assuntos? Porque as pessoas, empresas e organizações são preguiçosas e querem, no fundo, no fundo, descobrir a cura milagrosa que ponha o seu site no top dos tops, sem terem o trabalho de criarem, sistematizarem e organizarem conteúdos. Para os “preguiçosos” que podem, existe o Google AdWords, que, para quem puder pagar, permite colocar links patrocinados nas primeiras páginas de todas as pesquisas. Para os outros, é trabalho simples. Mais ou menos trabalho, mas simples e relativamente transparente. E o resultado final não é o mesmo: com o trabalho feito, o site aparecerá por mérito próprio e sem custos. Pela via imediata, o site só vai aparecer enquanto pagarmos e a eficácia provavelmente decresce com o tempo (um link patrocinado que não chega pelo próprio mérito às páginas principais causa desconfiança nos utilizadores).

E, com este artigo escrito, revejo e posso prever que, com tantas referências a hypes, ao Google e ao PageRank, a estratégias de SEO, a gadgets e a outros termos de pesquisa populares, vou ter outro pico de visitas. Justifica-se?

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Os riscos dum blog preguiçoso

Já há algum tempo que tinha reparado que a flutuação do número de visitas ao blog está acima de tudo relacionada com a sua frequência de actualização. Os temas sobre os quais escrevo podem ser mais ou menos populares, a qualidade da escrita pode variar, assim como a profundidade das reflexões e a inserção de imagens ou links. Qualquer um desses factores tem um impacto residual no número de visitas, comparado com o efeito óbvio da frequência de publicação de artigos. No limite do absurdo, aparentemente, um blog pode gerar um número razoável de visitas publicando parvoíces a um ritmo alucinante. Por tudo isto, já estou habituado a ver a rampa descendente nas estatísticas quando não escrevo durante uns dias. Mas, desde que pus publicidade no blog, reparei num risco secundário da “preguiça”: parece haver um efeito de “sedimentação” na análise e escolha
dos anúncios por parte do AdSense e, com a inactividade (espero que seja isso), começam a surgir anúncios cada vez menos relevantes. Como se as subtilezas de análise que fazem surgir os anúncios se fossem perdendo e, no fundo do filtro ficam as grandes “famílias” de anunciantes de largo espectro.

Espero que os leitores não se sintam incomodados e que, com actualizações relativamente regulares, este efeito se dissipe. Aceito sugestões.

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Os pacotes de fraldas

Há uns tempos escrevi uns artigos acerca do sentido que fazia (ou não) ter publicidade num blog pessoal, como este. Comecei por me perguntar porque é que os blogs pessoais tinham cada vez mais publicidade e acabei por analisar como é que se pode fazer (se é que se pode fazer) dinheiro com publicidade no blog.

A minha opinião inicial é a de que não faz muito sentido tentar rentabilizar estes espaços pessoais, já que quem ganha, de facto, é o intermediário e os riscos de se acabar por alterar a relação com o blog por causa disso é real: quer do lado de quem lê, quer do lado de quem escreve.
Muitos bloggers/anunciantes vieram cá dizer-me que isso não acontecia: nem os leitores se queixam do espaço ocupado pela publicidade, nem eles se sentem “pressionados” consciente ou inconscientemente (essa é a parte mais difícil de assegurar) pelo facto do blog passar a ser uma potencial fonte de rendimento, se eles conseguirem atrair os anúncios e os visitantes certos.

A minha opinião não mudou, mas toda a reflexão e uma série de conversas fizeram-me ver a coisa doutra forma: o tempo que estou aqui, a escrever, traz-me um rendimento intelectual e social, de tipo pessoal e intangível muito importante, mas que, como muitas outras coisas que faço, não paga rendas, serviços ou pacotes de fraldas (que estão pela hora da morte, segundo me dizem). Ora isso resulta num peso na consciência com o qual não é fácil lidar e, em todas as minhas actividades mais voluntariosas vou tomando medidas para reduzir os gastos ou, nas poucas em que isso é possível, encontrar formas de rentabilização. Não se trata de enriquecer, obviamente, mas de sobreviver.

Ora, se estas preocupações “adultas” me fazem mudar de atitude gradualmente no que diz respeito a concertos, actividades criativas e as mil e uma coisas que continuo a fazer apenas pelo gosto e por algum espírito de missão, não fará sentido que neste blog— espaço pessoal que é meu e só meu—, sendo possível introduzir algum instrumento de rentabilização, isso não contribua para alguma paz de espírito?

Não sei ainda, nem garanto nada, mas a verdade é que a publicidade aí está. Não quero com isto incomodar ou assustar leitores e visitantes, por isso, se quiserem reclamar, façam-no. Digam-me se acham que está em sítios chatos ou se é demais. A relevância dos anúncios dependerá da velocidade do Google AdSense a perceber os conteúdos do blog e espero que não apareçam por aqui anúncios “estúpidos”, como aconteceu à Manuela Ferreira Leite.

Com o tempo e com sorte, talvez os cêntimos que forem aparecendo contribuam para os tais pacotes de fraldas e, com isso, para uma consciência menos pesada.

Desculpem qualquer coisinha.

PS: Sem desrespeitar os termos de serviço do Google AdSense, que proíbem a divulgação pública de resultados, darei notícia do desenrolar da situação, para quem tiver ficado curioso.

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Afinal quanto dinheiro é que se pode ganhar com publicidade num blog?

As respostas à minha pergunta recente, “Porque é que os blogs pessoais têm cada vez mais publicidade?“, levam-me a pensar que é bem provável que até agora, tenha subestimado os rendimentos possíveis. Ou isso, ou uma parte dos comentadores estão todos a soldo do Google AdSense. 😉 Seja como for, parece que vale a pena.

Mas, sendo assim— e pondo de lado questões de princípio ou apenas sensibilidade—, impõe-se a pergunta: como e quanto dinheiro é que se pode ganhar, de facto?

No sistema do Google AdSense, onde “alugamos” espaço publicitário nos blogs, pode-se ganhar dinheiro de duas formas, porque se pode gastar dinheiro de duas formas no Google AdWords, o sistema do Google para anunciantes:

  1. CPC – Custo Por Clique
    Neste sistema, os anunciantes pagam apenas pelos cliques efectivos nos seus anúncios, ou seja, por visitas geradas através da publicidade. Neste caso, um anúncio pode surgir 10, 100 ou 1000 vezes no nosso blog sem recebermos um tostão por isso. Apenas se os nossos visitantes clicarem nos anúncios é que há retorno. E não vale fazer a batota: se clicarmos nós próprios nos anúncios e se isso for detectado pelo Google (e acreditem que eles detectam muita coisa), podemos ser banidos do sistema.
  2. CPM – Custo por Impressão
    Neste sistema, os anunciantes pagam para aparecer, independentemente dos cliques, ou seja, das visitas. Neste caso, de cada vez que o anúncio surge, somos pagos.

A opção CPC vs CPM é dos anunciantes e não de quem aluga espaço publicitário (pelo que percebi).
Isso significa que dependendo dos assuntos abordados e, assim, dos potenciais anunciantes, podemos ter anúncios CPC e CPM. Pela lógica, os pequenos anunciantes querem gerar visitas aos sites de forma controlada e económica e optarão pelo CPC. Os grandes anunciantes e grandes marcas, com orçamentos para publicidade online mais largos, estarão interessados em gerar visibilidade , independentemente das visitas associadas.

A escolha da parte de quem anuncia  é um problema de marketing, estratégia comercial e orçamento.

No sistema CPC, o custo por clique depende da relevância das palavras-chave escolhidas pelos anunciantes (“artesanato” custa €0,06 – €0,10, “linux” custa €0,81 – €1,22). Podem fazer as vossas próprias simulações aqui. Não encontrei dados ou simuladores para o sistema CPM, em que os anunciantes licitam por pacotes de 1000 impressões do seu anúncio.

Independentemente disso, há uma diferença entre o que os anunciantes pagam ao Google e aquilo que recebem os bloggers. E o facto da fórmula de cálculo não ser transparente assusta-me um bocadinho, pessoalmente.

Mas as histórias de gente que ganha bastante dinheiro multiplicam-se pela net e, aparentemente, entre os leitores deste blog há mesmo gente que tem essa experiência em primeira mão.

Como?

O motor do Google identifica no conteúdo do blog as palavras-chave indicadas pelos anunciantes e selecciona alguns, da lista de anúncios disponíveis e usando algoritmos que se apresentam como os melhores para garantir resultados aos anunciantes e aos bloggers (se uns pagam o mínimo e outros recebem o máximo, devem ser algoritmos do “arco-da-velha”). Dependendo do tipo de anúncio (CPC ou CPM) são calculadas receitas e despesas para cada uma das três partes envolvidas (despesas do anunciante, receitas do Google e do blogger) em função de cliques e/ou impressões.

Este sistema complexo significa que fazer estimativas de rendimentos com base nesta publicidade é muito complicado. Apenas se poderá concluir que:

  1. Um elevado número de visitantes e de exibições de página aumenta a probabilidade de rendimentos altos, mas não os garante, se a maior parte dos anúncios for do tipo CPC
  2. Conteúdos que versem assuntos “populares” aumentam também essa probabilidade, principalmente se entrarem na área de acção das marcas que aderem ao sistema CPM
  3. Conteúdos relevantes, bem escritos e estruturados permitem, em teoria, ao Google uma indexação mais eficaz do blog e, assim, um melhor “encaixe” entre publicidade e leitores, o que aumenta consideravelmente a hipótese de se fazer algum dinheiro

Mas, aparentemente, sem nos preocuparmos muito com isso, ou sem alterações na linha editorial, é possível ter algum rendimento. Se assim for, sugiro que isso significa que o sistema está temporariamente inflaccionado e que um ajuste progressivo entre a oferta e a procura, associados à melhoria dos “algoritmos” que o Google usa para garantir resultados a todos os intervenientes eliminará alguma “gordura” do sistema.

Entretanto, que faça bom proveito a todos.

E, afinal?

O Google insiste que só testando é que se poderá comprovar qual o rendimento do programa em cada blog. É verdade, por todas as razões indicadas e mais algumas. Mas existem formas de fazer estimativas. Esta é uma das mais simples que encontrei, mas não asseguro nada:

Rendimento = CTR * CPC

CTR – Click Through Rate: a relação entre o número de impressões do anúncio e o número de cliques
CPC – Cost per Click: custo por clique

Considera-se que uma CTR média andará à volta de 3% e que o CPC médio é de $0.25 (USD), por isso, para cada 1000 impressões (page views):

1000 * 3% (est. CTR) * $0.25 (CPC médio) = $7.5 (USD)

A acreditar nesta fórmula para estimar rendimento, um blog parecido com este, que tem cerca de 6500 exibições de página por mês, se tivesse 5 anúncios por página, poderia render cerca de $243.75 (USD) por mês.

Quem sabe se alguns dos comentadores do post anterior não poderão confirmar ou negar o rigor desta fórmula de estimar rendimento.

Mas, e depois?

Depois… nada. Este blog não terá publicidade por razões várias, mas acho que é importante que se perceba e se fale sobre esta realidade com alguma frontalidade e sem as “tretas” habituais de quem tem outros interesses nisto.

Também em nada se altera a minha relação com os blogs com e sem publicidade. Procuro conteúdos e acho que é isso que a maior parte das pessoas faz.

E alegra-me a frontalidade e naturalidade com que os comentários foram feitos. Ficámos todos (acho) a saber um bocadinho mais.

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Porque é que os blogs pessoais têm cada vez mais publicidade?

Não é uma provocação. É uma dúvida legítima.
A tendência alastra e, por agora, já devem ser minoritários os blogs pessoais como este, que não têm publicidade. Não tenho sequer uma posição clara sobre isto. A existência ou ausência de publicidade raramente me distrai do critério fundamental para avaliar um blog: o interesse do seu conteúdo.

Mas dou por mim, cada vez mais frequentemente, a pensar nas razões que levam as pessoas a ter publicidade nos seus blogs.

Para ganhar dinheiro?

Imagino que uma parte significativa das pessoas o faça para complementar o seu rendimento. Mas qual será a rentabilidade de sistemas como um Google AdSense em blogs pessoais? Não tenho dados acerca disso, mas será possível ganhar algum dinheiro “real” sem começar a escrever em função disso? Não aumentará a pressão para escrever sobre assuntos “atractivos” e manter, até artificialmente, um elevado número de visitantes? Ou seja, como é que se controla o equilíbrio entre “ter publicidade” e “ser da publicidade”?

Para prestar um serviço?

Acho também que uma parte significativa das pessoas não está, conscientemente, a pensar em “rendimento”, ou, pelo menos, disfarça isso com uma ideia de que a publicidade pode ser um “serviço” prestado aos leitores. Como nestes sistemas a publicidade é escolhida em função da relação com os conteúdos, pode-se dizer que há alguma probabilidade de surgirem, entre os anúncios publicados, alguma informação relevante para os leitores. Mas esse é o argumento dos intermediários da publicidade, de todos os publicitários e do Google também, para nos convencer de que a publicidade é útil, particularmente se for “segmentada” e “direccionada”. E é um argumento que talvez faça sentido quando pensamos em sites ou blogs de projectos, associações, empresas ou indivíduos em que existe uma componente clara de “prestação de serviço”. Mas e na imensidade de blogs pessoais, de opinião e reflexão, o que é que a publicidade lá está a fazer?

Para assegurar despesas de manutenção?

Uma abordagem pragmática seria dizer que a publicidade pode servir para compensar os gastos com a própria manutenção do blog: registo de domínio, espaços em servidores extra para armazenar ficheiro, tempo gasto na escrita…

Se no caso das primeiras despesas, a quantidade de alternativas gratuitas faz parecer pouco razoável ou relevante a escolha, no caso do tempo “perdido”, impõe-se outra pergunta: se o tempo é “perdido”, ou seja, se não há mais-valia ou se se verificam perdas de produtividade em função do “investimento” feito no blog, faz sentido compensar desta forma (com publicidade), ou será melhor repensar a “pertinência” de ter um blog tão activo?

Imagino que esta argumentação pareça algo cruel, mas a minha experiência diz-me que, se pensarmos bem, o exercício de escrever um blog traz outras “mais-valias” e outros “ganhos” que, por vezes, é fácil menosprezar.

Para ser como os outros?

Este é o argumento mais “absurdo”, mas começo a achar que talvez seja um dos mais frequentes. Com a quantidade de blogs “profissionais” e “semi-profissionais” que nos habituamos a ler e que têm publicidade (como seria de esperar), talvez haja uma tendência crescente para achar que um “blog a sério” tem que ter publicidade, mesmo que nenhuma das outras razões seja relevante ou aplicável.

Como digo, não tenho certezas acerca de nenhuma destas coisas e tenho muito poucos dados acerca do rendimento que a publicidade pode trazer ao “blogger amador” ou da utilidade que terá para os seus leitores. Parece-me clara a utilidade desta tendência para alguns anunciantes e para os intermediários que ganham um canal vastíssimo. Mas, de resto…

Estranhamente, já vi muitas discussões e reflexões acerca de estratégias para aumentar o rendimento dos blogs, mas conheço poucas acerca da sua necessidade.

E vocês? Que respostas têm para esta pergunta? Que reacção têm à publicidade nos blogs?

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Visibilidade na Web: o que não fazer

Visibilidade da Bright Partners no Google: o que faz ali este blog?

Lembram-se do que escrevi aqui no dia 16? Na altura não tinha a certeza do efeito que o episódio teria (ou não) na visibilidade web da Bright Partners. Mas hoje é mais ou menos claro, não é?

Eu, pessoalmente, não acredito na ideia defendida pelo Oscar Wilde de que “a única coisa pior do que ser falado, é não ser falado.

E vocês?

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Not so bright

Um Director de Marketing decide ver como vai a imagem da sua empresa online e faz uma simples pesquisa no Google:

Resultados da pesquisa no Google por Bright Partners

Os resultados são interessantes pela quantidade e o lugar do site da própria empresa no ranking de relevância (1º e 2º lugares) atestam da eficácia dos mecanismos de indexação utilizados.

Nota também que um feito recente da empresa gera alguns resultados destacados, mas depara-se com uma entrada num blog desconhecido logo em 5º lugar, bem à vista de todos, num tom que não é propriamente elogioso.

O que fazer?

Eduardo Empis, o Director de Marketing da Bright Partners passou por isso hoje mesmo e, numa atitude que se poderia considerar corajosa e, por isso, louvável, decidiu, em nome próprio, comentar o artigo em causa.

Eu, que não sou especialista de Marketing (longe disso), não sou capaz de prever os efeitos que isso possa ter na imagem e na visibilidade geral online desta organização, mas estou tão curioso que não resisto a chamar este comentário à ribalta do blog e responder, aqui mesmo.

Eduardo Empis gostaria de “perceber as razões que [me] levam a pôr em causa a competência e/ou a seriedade da BRIGHT PARTNERS.” Eu não me lembro de ter questionado qualquer uma dessas virtudes. Mas percebo o que Eduardo Empis quer dizer. E esclareço: o que está em causa não é o comportamento da Bright Partners. Presumo que serão tão competentes e sérios quanto pode ser uma empresa de consultoria na área da gestão de projectos, com forte componente tecnológica e sólidos laços à Microsoft. Parabéns por isso.

E são tão sérios que não escondem que uma das suas principais áreas de intervenção é a Administração Pública, com responsabilidades no planeamento e execução de vários programas famosos: “SIMPLEX, PRACE, Plano Tecnológico, Procedimentos Públicos, Restrições Contratuais, Mobilidade…”.

Ora, não é segredo nenhum para quem me conhece, que eu não sou adepto da Microsoft, mas, acima de tudo, não sou adepto da adopção de soluções proprietárias em termos de Software. Isso é um problema meu, obviamente, mas na qualidade de cidadão preocupado isso traduz-se no apoio político a opções por Software Livre nos vários sectores da Administração Pública.

Se juntarmos isto tudo, não é difícil perceber que a minha “irritação” relativa à Bright Partners se deve ao facto de ver nela um instrumento da Microsoft na adopção pouco transparente por parte do Estado de soluções que, a mim, me parecem desadequadas. É legítimo, sério e/ou competente da parte da Bright Partners? Não tenho razões para duvidar disso. Mas o contexto global que gere a adopção destas soluções não é transparente e, na minha opinião, não favorece a “coisa pública”. E é ao Estado que se destina toda a minha verdadeira irritação.

Empresas oportunistas não me aquecem nem arrefecem. Mas a gestão danosa de dinheiros públicos com que essas empresas lucram tira-me do sério.

O episódio dos Óscares da Microsoft, na minha opinião, é apenas prova de que a actividade da Bright Partners beneficia a multinacional de Redmond. A adopção de soluções proprietárias, baseadas em tecnologias e ferramentas MS na Administração Pública é, na minha opinião, uma forma de prejudicar o Estado. Mesmo quando é ele que pede.

Preciso de ser mais claro?