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As ruas deviam ser sempre nossas

Se esta rua fosse minha... com destaque no Público

Nós, F.R.I.C.S., fizemos a nossa parte e, a mim, soube-me muito bem. Se pudesse, tinha ficado por ali, a participar nas actividades ou só a ver as pessoas e a animação. Mas, se algumas pessoas podem sentir e dizer que “o Porto devia ser sempre assim”, o que muito me alegra, a verdade é que o evento e a energia positiva que o parece caracterizar não é muito comum na cidade. Não me interpretem mal: gosto imenso do Porto, mas se me vim embora foi precisamente por ser comum um sentimento insuportável de opressão e uma espécie de impossibilidade de se ser ali genuinamente feliz, sem ser numa breve explosão.

Interessam-me todos os registos desta festa e reacções, pelo que se tropeçarem em alguma coisa interessante, agradeço que apontem aqui nos comentários.

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Se esta rua fosse minha…

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=0uR9m7MntfA[/youtube]

Reparem, mesmo no fim do spot, quem vem, de forma temerária, na traseira da motoreta? Os F.R.I.C.S., claro, que não podiam deixar de estar presentes num festival que equaciona a possibilidade da rua ser mesmo nossa.

Se esta rua fosse minha é o “único Festival de Rua no Porto”, e acontece no dia 4 de Outubro, na Rua Cândido dos Reis. Nós tocamos pelas 14h00, como se a rua fosse nossa, como já é nosso costume.

Uma iniciativa do PlanoB.

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oCulto (d)a banda

Os Secret Chiefs 3 deram o seu primeiro concerto em Portugal, mais precisamente no Porto, na passada terça-feira, no PlanoB, num evento Soopa / AmplificaSom.

Secret Chiefs 3, cartaz do concerto no Porto

Este projecto de Trey Spruance, colaborador habitual de Mike Patton e um dos responsáveis dos extintos Mr. Bungle, é um híbrido de luxo, onde se juntam referências esotéricas a estilos musicais exóticos e sub-apreciados, numa mistura alucinada, relativamente contagiante, virtuosa e exigente. As complexas estruturas rítmicas colhidas nas músicas do médio oriente e do sub-continente indiano, juntam-se a referências mainstream de surf-rock e música de filme à la Morricone, polvilhadas de massas agressivas q.b. colhidas nos contextos do metal e rematadas com linhas melódicas verdadeiramente assombrosas. O jogo instrumental é impressionante e o rigor e qualidade de execução ao vivo, mesmo em condições longe de ideiais, exige muito respeito.

E é verdadeiramente incompreensível como é que a estreia em Portugal dum projecto destes acontece num espaço da dimensão do PlanoB e como, apesar dos melhores esforços dos promotores, passa relativamente despercebido.

Que algo de muito estranho se passa na imprensa dita especializada e na generalidade das redacções dos generalistas que, teoricamente, deveriam compreender a importância relativa dos eventos em agenda, já todos sabíamos, mas o que parece ser evidente é que o último critério em uso, actualmente, é a verdade essencial do acontecimento (seja música, seja outra coisa qualquer). Essa “verdade” é preterida permanentemente por aproximações subjectivas a quem promove, em que local e em que contexto, por oscilações de humor pessoais e intransmissíveis e níveis de conforto relativo que trarão constantemente à ribalta as banalidades próximas dos círculos restritos de editores e redactores, normalmente quase tão ignorantes como arrogantes e preguiçosos.

E assim, bandas de culto merecido, como os Secret Chiefs 3, são confundidas com bandas “ocultáveis”. Mas um dia isto muda…