Quando li que o PSD ia mudar de imagem, pensei que era só gozo do Daniel Oliveira, mas confirma-se. Trata-se de um “refrescamento” e não duma remodelação total, como aconteceu ao PS quando substituiu o histórico punho pela mais ambígua rosa, mas, no contexto actual de grande turbulência interna, parece cada vez mais óbvio que a liderança social-democrata tem alguma dificuldade na definição de prioridades.
Ou então há uma grande coerência entre discurso e acção de Menezes: para “desmantelar o Estado em seis meses”, como manifestava ser o seu desejo há uns meses, começa por treinar, desmantelando um dos maiores partidos do “arco da governação” em duas ou três penadas.
O drama, mesmo para quem não habita o espaço político ou ideológico do PSD, como eu, é que, o esvaziamento (de parte) da oposição só favorece o exercício cada vez menos democrático do poder.
E isso paga-se caro. Por todos nós.
PS: Mudar assim de imagem, sem ideias ou discurso que sustentem uma mensagem estruturada, fez-me pensar no meu post sobre a falta de substância nos projectos de comunicação.