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A força dos exemplos

Matrículas dos alunos da UA ilustradas com fotografias da Praxe no boletim electrónico @ua_online

Para Mariano Gago, o Ministro do Ensino Superior, “a degradação física e psicológica dos mais novos como rito de iniciação é uma afronta aos valores da própria educação e à razão de ser das instituições de ensino superior e deve pois ser eficazmente combatida por todos, estudantes, professores e, muito especialmente, pelos próprios responsáveis das instituições” (já o tinha citado aqui).
Já para a Universidade de Aveiro, aparentemente, imagens da Praxe são a melhor forma de ilustrar a notícia do arranque das matrículas.

E esta é apenas a face pública das coisas, já que, segundo soube, circula um apelo (oficial ou oficioso, não percebi bem) aos professores desta instituição, para que os membros do Conselho do Salgado ( o órgão da Praxe, em Aveiro) não sejam submetidos ao normal regime de faltas, enquanto dura esta época inicial de “caça”.

Expliquem-me depois, devagarinho, como é que em contextos deste tipo (e a UA é um exemplo moderado, pelo que vou conhecendo), se espera que a aceitação ou não da Praxe seja apenas uma questão de livre escolha de quem acaba de chegar às instituições.

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Ainda vão a tempo: Quarteto Arditti e Pedro Carneiro no Auditório da Reitoria da UA (hoje, 26/10)

Esta Sexta-feira, 26 de Outubro, a UA oferece um concerto com o Quarteto Arditti e Pedro Carneiro. A partir das 21h30, o Auditório da Reitoria acolhe o mais relevante quarteto de cordas do mundo no domínio da música contemporânea e o mais reconhecido marimbista português para interpretar obras de compositores portugueses e uma das mais importantes obras da literatura recente para quarteto de cordas: o 3º quarteto de cordas do compositor alemão Helmut Lachenmann (n. 1935), escrito em 2001.

Eu decidi agora mesmo que ia. Vocês, que me lêem aqui por perto, no final dum dia de trabalho, também vão a tempo.

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Lembram-se do “cambalacho”?

Cambalacho era o nome duma telenovela brasileira que popularizou o termo “cambalacho” como sinónimo de golpe, logro, tramóia.

Cambalacho é o que se prepara na Comissão Técnica de “Linguagem de Normalização de Documentos”, como podem ver neste artigo do Paulo Vilela.

Alegar “falta de espaço” para recusar a participação da Sun Microsystems na CT não é só ridículo: é um sinal grave da falta de vergonha de quem está a preparar um golpe vergonhoso e que tem Portugal em tão má conta que nem acha necessário disfarçar que nos tem no bolso.

Notícias recentes (regionais) relacionadas:

  • Presidente da Câmara de Ílhavo de visita oficial à Microsoft
    O presidente da Câmara de Ílhavo é um dos autarcas portugueses presentes em Seatle, nos Estados Unidos da América, a partir de hoje e até dia 13, a convite da Microsoft, para uma visita à sua sede.
    Este convite (dirigido a dez presidentes de Câmara do nosso país), tem como objectivo a partilha da visão das tecnologias informáticas, de informação e de comunicação, em particular as aplicadas ao sector da gestão autárquica portuguesa.A visita, que decorrerá no Microsoft Executive Briefing Centre, em Seatle, pretende apresentar a visão da Microsoft para a inovação na gestão autárquica, e a prestação de serviços integrados aos Cidadãos/Munícipes, passando por soluções documentais, tramitação e colaboração, bem como ferramentas de apoio à gestão do território, utilizando sempre as mais recentes tecnologias desenvolvidas pela Microsoft Corporation.”Apostado que está na contínua modernização e melhoria da eficiência da gestão autárquica, quer como presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, quer como presidente da Junta da GAMA e da AMRia (com a importante experiência constituída pela gestão do programa Aveiro Digital 2003/2006), entendeu por bem o presidente Ribau Esteves aceitar este honroso convite, por entender que o mesmo alargará horizontes na busca de oportunidades que poderão potenciar tais objectivos, no âmbito do desenvolvimento da aplicação das novas tecnologias para o Município de Ílhavo e para a região”, diz nota da Câmara de Ílhavo.
  • ZING criada com nova filosofia assente no desenvolvimento regional
    A localização da Zona Industrial de Nova Geração (ZING) e os resultados do Projecto GeoInvest foram apresentados no seminário sobre «Zonas Industriais de Nova Geração – A Estratégia da Localização» que se realizou no Auditório da AIDA (Associação Industrial do Distrito de Aveiro).
    (…)
    Os representantes da Microsoft e da Inova-Ria – Rede de Inovação em Aveiro estiveram de acordo relativamente aos requisitos que uma ZING deve ter para captar investimento de empresas de Nova Geração, tendo dado especial importância ao funcionamento em Rede e à grande utilização de conhecimento, valorizando assim a necessidade de recursos qualificados e a colaboração com universidades e centros de investigação. Foi ainda referida a necessidade de existirem infra-estruturas de informação, comunicação e transportes, bem como qualidade de vida.
    (…)

(Desafio os leitores a encontrarem na segunda notícia uma explicação sobre o papel dos referidos representantes da Microsoft no seminário… não está lá nada porque já nem é preciso explicar qual é o papel dos representantes desta multinacional específica numa iniciativa sobre a gestão pública apoiada em TI…)

Não tive sequer que procurar estes exemplos. Tropecei neles, já que estão em todo o lado.

Com as coisas neste estado na administração autárquica e na generalidade da administração pública e mesmo em muitas instituições de ensino superior [1], não sei se a luta por standards a sério vai a algum lado neste nosso cantinho deprimente… 🙁

[1] contaram-me que os computadores da Universidade de Aveiro (os dos docentes, pelo menos) não podem ter instalado o Firefox, porque o contrato/acordo de licenciamento que a UA estabeleceu com a Microsoft não o permite… eu recuso-me a acreditar nesta barbaridade e parto do princípio que foram alguns técnicos do CICUA que perceberam mal as (estranhas) indicações que receberam, mas sei que o Firefox já foi instalado em algumas máquinas com a reserva explícita do técnico: “eu não posso fazer isto, mas é a melhor maneira de resolver o problema…”
Há algum técnico do
CICUA que, em público ou privado, possa explicar o que se passa?

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Aveiro

Se não fosse o concerto de hoje…

… ia assistir à reunião da Assembleia Municipal de Aveiro.
Mas vou estar em Castelo Branco, noutro tipo de animação

É que promete!

O assunto quente deverá ser apresentado antes da ordem do dia, por um grupo de pais e encarregados de educação de crianças das escolas do Agrupamento de Escolas de Aveiro, que não compreendem a decisão da Câmara de implementar o Projecto PETIz, que “não passa de um projecto de intenções, organizado em consórcio com uma empresa de ensino de inglês de Santarém, e, ainda por cima, erradamente apresentado em nome da Universidade de Aveiro. O PETIz foi formalmente apresentado aos pais numa reunião que teve lugar no dia 26 de Junho, terça-feira passada, no Instituto da Juventude”, segundo comunicação que recebi por e-mail.

Eu, não sendo pai, nem encarregado de educação, tive a sorte de ser informado e aproveito para divulgar a questão, apelando a quem se interessar pelo assunto para que apareça no edifício da Capitania (sede da Assembleia Municipal), às 20h30.

Aqui ficam então algumas das controvérsias associadas ao modelo de implementação do Projecto PETIz no Agrupamento de Escolas de Aveiro:

  • A decisão tomada pela Câmara Municipal, na pessoa do Exmo. Sr. Vereador Dr. Pedro Nuno Tavares de Matos Ferreira, com o apoio do Agrupamento de Escolas de Aveiro, de implementar no próximo ano lectivo o Projecto PETIz nas escolas deste agrupamento foi uma novidade absoluta para os Encarregados de Educação em geral, para as Associações de Pais enquanto seus representantes e mesmo para as coordenação das várias escolas.
  • A Senhora Representante da CMA [em reunião de apresentação do projecto aos pais e encarregados de educação] admitiu não estar em condições de responder às muitas questões colocadas e não apresentou nenhuma justificação para a conveniente ausência do Senhor Vereador.
  • Embora, segundo informação da própria representante da CMA, tenham chegada à câmara muitas propostas para a prestação deste serviço, a escolha deste projecto em concreto é completamente obscura já que não foram apresentados pela CMA nenhuns argumentos nem critérios adoptados na avaliação das várias propostas.
  • Esta é a única possibilidade (não se pode chamar opção, por ser uma solução única) que é oferecida aos pais, excluindo liminarmente a articulação com os ATLs já em funcionamento.
  • As IPSS que asseguraram estas actividades no ano lectivo que agora termina colmatando assim as insuficiências das escolas, não foram consultadas, nem participam nas actividades de enriquecimento curricular.
  • Não se pode perspectivar de forma realista a resolução dos numerosos e graves problemas de infra-estruturas existentes nas várias escolas, por forma a garantir as condições necessárias à implementação de tais actividades, com qualidade, para todos os alunos em Setembro de 2007.
  • As escolas não têm capacidade para assegurar toda a logística necessária nem foram apresentadas soluções alternativas que teriam que ser promovidas pela CMA.
  • Como, por quem, em que condições efectivas e com que custos para os Pais serão assegurados os períodos depois das 17:30h (dada a impossibilidade da maioria dos Pais de recolherem os seus filhos a esta hora) de férias escolares, dias de greve e outras interrupções, vindo a confirmar-se a hipótese das valências de ATL das IPSS encerrarem por falta de financiamento.
  • Como, por quem e em que condições é garantido o almoço no período compreendido entre as 12,00 horas e as 13,30, sabendo os pais as dificuldades com que algumas refeições são servidas actualmente nas escolas à não totalidade das crianças.
  • O projecto foi apresentado de forma generalista, vaga e com carácter de “declaração de intenções” não permitindo perceber que objectivos, que estratégias, que actividades e que recursos estão envolvidos para a sua implementação, o que mostra à priori as dificuldades de implementação no terreno.

Dada a gravidade da situação, acho mesmo que todos os interessados deviam aparecer na reunião de hoje. O tempo urge.