cc: Jornal O Aveiro, Lusomundo Cinemas, Cineclube de Aveiro
Ex.mo Sr. Adriano Callé Lucas:
No passado dia 22 de Junho de 2007 enviei para vários órgãos locais de comunicação social a transcrição de um artigo do meu blog acerca das condições de exibição de cinema na cidade de Aveiro, referindo, nomeadamente, problemas na sala 4 do complexo da Lusomundo Cinemas no Forum Aveiro.
Esse artigo teve seguimento neste mesmo blog, através da publicação de uma réplica do Cineclube de Aveiro, também visado no artigo original e duma outra da Lusomundo Cinemas, logo no dia seguinte e, aproximadamente um mês depois, através da notícia de que o problema da Sala 4 estaria resolvido, notícia essa que me me foi dada pelo director-geral da Lusomundo Cinemas.
A publicação do referido artigo de 21 de Junho no semanário O Aveiro, poucas semanas depois, sem que algum contacto tivesse sido feito nesse sentido por parte da redacção e sem a publicação das réplicas disponíveis à data, pareceu-me estranha, mas poderia a redacção de O Aveiro ter encarado a minha comunicação como uma “carta ao director” e, nesse sentido, a publicação não seria abusiva, apesar de se justificar, na altura, a indicação do endereço do blog, referência que O Aveiro decidiu omitir e que permitiria aos leitores a consulta das réplicas.
O que não se percebe, de forma nenhuma, é que um jornal diário com forte implantação e projecção local— como é o que V. Ex.cia dirige— publique este mesmo artigo, 6 semanas depois e sem nenhum contacto prévio com o autor e sem sequer referir a sua data original! Nem que fosse porque o artigo, com o seguimento de que foi alvo no blog, deixou de ter qualquer sentido ou relevância.
Percebo que o preenchimento das páginas dum diário local nos meses de Verão seja difícil e percebo até que estamos na chamada “silly season”, mas creio que a publicação feita hoje não serve os interesses de ninguém. Pelo contrário: tem um elevado custo na credibilidade do jornal e da minha pessoa como autor do artigo e na imagem da Lusomundo Cinemas, que fez um esforço notável (e reconhecido no blog, mas não no jornal), para corrigir a situação denunciada.
A consulta do blog e dos comentários ao artigo original ter-lhe-iam poupado (e a mim, também) este embaraço duplo: a publicação de um artigo que já tinha estado nas páginas de um outro jornal local várias semanas antes e que, ainda por cima, estava já ultrapassado pelos factos.
Estou certo de que encontrará a melhor forma de dar a volta a esses embaraços. Eu, da minha parte, aprendi a lição: nunca voltarei a enviar textos para nenhum órgão de comunicação social confiando na capacidade dos seus profissionais fazerem o que lhes compete. Adicionarei os termos de utilização do texto enviado e, quem sabe, uma declaração com “termos de responsabilidade” para evitar complicações posteriores.
Despeço-me com os melhores cumprimentos,
João Martins